Zoe Miller
- Está tudo bem agora, pai. Eu estou aqui, muito bem. - O abracei forte, querendo que sua filha estivesse bem longe de mim. Meus olhos lacrimejavam por lembrar que tudo o que está acontecendo é culpa minha e daquela mulher. Eu, por alguns momentos, desejei a morte dela... a morte da minha... Própria mãe..
[...]
Mais tarde, após fazer as crianças dormirem, o Ashtray terminou de estudar e foi dormir um pouco. Eu aproveitei que todos estavam dormindo e me dirigi até a varanda para pensar um pouco. Tinha uma cadeira de balanço que era dos meus avós. Sempre amei esse lugar. Sempre me acalmava. Pelo pouco que sei do meu passado, antes do acidente, vi que não importa o quanto o tempo passe, nunca vou mudar completamente. Sinto que hoje em dia, sou a mesma de sete anos atrás e sinto a mesma coisa pelo Tom, que sentia no passado.
Balancei a cabeça, dispersando aqueles pensamentos. E lembrando do meu trabalho, preciso focar no meu trabalho. Afinal, eu preciso sustentar minha família. Peguei meu celular do bolso de trás da minha calça jeans e olhei meus contatos. Fui direto à letra T. Antes de apertar no nome de Matheus, olhei o contato logo abaixo. Eu queria ligar para ele, mas não é a hora certa. PRECISO NORMALIZAR MINHA VIDA COMO ANTES. Vou resolver outro assunto primeiro.
Cliquei no nome que queria e logo a ligação estava tocando.
— Alô, Zoe? Como você está?
— Olá, Matheus, estou bem melhor. Desculpe por ter decepcionado o senhor. — Falei em tom de respeito, afinal, ele tinha a mesma idade que eu.
— Desapontar? Você nunca me decepcionou, querida. Eu entendo que você estava doente.
— Eu Estou me recuperando, mas queria saber se posso voltar a trabalhar o quanto antes. Estou precisando voltar a trabalhar e pagar as contas. E agora estou livre, afinal não tenho mais nenhuma ligação com aquela casa
— Não vou desistir de você tão rápido. — Sorri pela piada dele e logo ouvi sua risada. — Sábado é meu aniversário, você quer vir para comemorar com todos nós? — Levantei em um pulo do balanço e arregalei os olhos por ter quase esquecido. Havia tanta coisa na minha cabeça que esqueci.
— Meu Deus, Matheus, eu havia esquecido completamente! Desculpe-me! — Ouvi quando ele gargalhou. — É óbvio que eu vou. Nós sempre comemoramos seu aniversário.
— Pois então venha. Minha esposa e meu filho gostam muito de você. — Sorri de canto.
— Como está o Victor, a Marine e a Anna?
— Eles estão bem, ainda perguntam de você. Principalmente meu irmão. - Ri envergonhada. Victor foi meu namorado depois de Tom. Quer dizer, depois de ter esquecido Tom junto com minhas memórias do passado. Hoje em dia não sinto mais nada a não ser carinho por ele. Afinal, o irmão mais velho dele é meu superior e ele e eu somos colegas de trabalho. E deixamos muito claro que nada mudaria entre nós, quando resolvemos que o melhor seria não namorarmos mais.
— Pode contar com minha presença na sua casa depois de amanhã.
Após dizer isso, começamos a conversar sobre diversos assuntos, como trabalho, filhos, família, as mudanças que ele irá fazer na clínica, etc. Matheus é muito importante para mim, afinal ele me deu a chance que mudou minha vida. Sempre que precisei, desabafei com ele. Ele é meu melhor amigo, quase um irmão. Ainda não me caiu a ficha de que, no sábado, ele irá ficar mais velho.
Quando encerrei a ligação, decidi que ainda hoje ligaria para Emma para saber se sua vinda para cá é certa. Afinal, ela estava esperando para confirmar. As crianças estão ansiosas e ela irá poder me ajudar e deixar meu pai descansar.
[...]
Ainda estava parada no mesmo lugar desde que conversei com Matheus, então, quando me dei conta, minhas duas pernas estavam doendo por estarem paradas há um tempo, balançando naquela cadeira. Apoiei-me na parede logo quando levantei. Tirei as minhas sandálias, podendo relaxar e sentir logo em seguida o gelo do chão me fazendo arrepiar quando meus pés ficaram descalços. Dobrei e estiquei consecutivamente as duas pernas e um alívio me tomou por ver que a dor havia passado.
- Você sempre tem que pensar? Por que depois de anos você continua a mesma pessoa que eu me apaixonei, aquela criança que eu me apresentei no parque, inocentemente ou não, cheia de luz, e hoje em dia a nossa vida é baseada em calças perdidas
Pare o que estava fazendo ao escutar aquela voz. Não me virei. Eu sabia que era ele, mas afinal de contas, o que ele estava fazendo ali?
- O que você está fazendo aqui? Por que está dizendo isso? - Perguntei, tentando me concentrar em algo que não fosse ele.
- Vim ver meus filhos. E deu volta de fala, porra? Nem falar posso mais? - Me virei, olhando, vendo-o levantar os braços, debochado. Logo, o mesmo mudou completamente o humor e ficou com semblante sério e braços cruzados.
Franzi o cenho. "Mlk bipolar, meu pai amado. O que eu fiz?"
- Mas nós já conversamos ontem.
Tom Kauliz
Olho para ela, me sentindo um lixo. Como eu iria falar isso para ela? Afinal, a mesma era a mãe dela e eu jurei eu jurei nunca mais fazer isso. Então ela não precisa saber, não de toda a história.
Respiro fundo e a olho.
- Eu tenho o tronco forte para me ancorar. Mas te ver de perto me faz lembrar. Ninguém disse nada, mas senti no jeito. - Olho para ela.
Zoe Miller
- Não - Respirou fundo e se aproximou em passos largos. - Não é sobre isso. Eu também precisava te falar aquilo, mas eu realmente preciso conversar com você sobre outro assunto. - Confessou, encarando-me nos olhos, fazendo-me questionar se o assunto era realmente sério como parecia.
Ele estava mais estranho que o normal, desnorteado, falando coisas nada a ver.
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the murderer and the psychiatrist
Fanfic⊱───────⊰✯⊱───────⊰ Quando o passado volta a te assombrar, e você não tem pra onde fugir, grita ? Não e uma opção,fugir? O passado te encontra em todos e uma hora ou outra você vai cair. Zoe Miller e uma pisiquiatra, de apenas 23 anos que trabalha p...