capítulo 14

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— Sim, está tudo ótimo

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— Sim, está tudo ótimo. — Disse sem o encarar. Continuava olhando para Kaulitz. — Será que o senhor poderia tirar a camisa de força dele? — Perguntei dessa vez me dirigindo ao policial, não iria deixar ele ser tratado como bicho.

— O que? Desculpe-me, mas a senhorita está maluca? — Disse preocupado.

— A segurança daqui é boa?

— Sim, é a melhor da cidade.

— Então não tenho com o que me preocupar. — Aqueci uma sobrancelha, como que se achasse que aquilo iria fazer eu desistir. Ele tirou a camisa de força do Tom, deixando o mesmo solto.

Vou trancar a sala. Qualquer coisa grite.

— Ele disse, derrotado e então saiu, nos deixando a sós. Kaulitz não me encarava, então me coloquei à sua frente. Antes que eu pudesse fazer ou dizer alguma coisa, ele se levantou e me encarou profundamente.

— Por que você fez isso? Por que pediu a ele que me soltasse?

— Porque eu quero que confie em mim assim como eu confio em você.

— Você confia em mim? — Riu debochado. — Não, Zoe, você não confia em mim. Acha que pode confiar pela simples razão de que eu te salvei, mas pode apostar que isso não se repetirá.

— Não vai? Tudo bem, eu não ligo.

— Você poderia estar morta neste exato momento. — Tom disse, finalmente, aproximando-se de mim, dessa vez sem a camisa de força.

Sim, mas não estou. Isso quer dizer que você não me quer morta, não é? — Perguntei o encarando. Ele me analisou com um sorriso que tinha muito mais do que sarcasmo nele. Eu podia ver que Kaulitz queria confiar em mim.

Não vou te pressionar para que me conte a que aconteceu com você e seus pais no passado, mas eu quero que saiba que eu não vou desistir de descobrir.

- Eu sabia que você não desistiria. — Ele se afastou e sentou-se novamente na cadeira. — Eu vou voltar para aquele lugar, Zoe. Mas fique sabendo, quando você entrar no mundo onde eu me meti, vai querer nunca ter sido minha psiquiatra. Sua vida vai virar um inferno, eles vão tirar seu mundo.

- E você não se importa com isso, não é?

- Não. — Deu um sorriso malicioso. — A partir do momento em que você descobrir, vai odiar a si mesma por estar se intrometendo.

- E quem disse que eu vou fazer isso?

- Porque não foi a única a tentar me ajudar. — Ele disse seriamente.

- O que você quer dizer com isso? É claro que eu não fui a única a tentar te ajudar. Outros psiquiatras também tentaram.

- Você realmente não está pensando corretamente.

- Houve outra garota a tentar te ajudar? O que aconteceu com ela? — Perguntei, mas não obtive respostas, já que o mesmo policial que tinha tirado a camisa de força de Tom estava chamando-me, dizendo que meu tempo acabou.

- Você acabará igual a ela.

Saí do local o mais rápido que pude, sem olhar para trás. Eu tinha que pensar com cautela sobre tudo isso.

[...]

Estávamos eu e Emma assistindo um filme qualquer que eu havia achado. Ela parecia muito concentrada no filme, já eu, estava em outro mundo. O que Tom queria dizer com aquilo? Será que outro psiquiatra tentou ajudá-lo, mas no final de tudo ele acabou morto? Eu precisava esclarecer todas as perguntas que estavam me rondando. Por que Tom me diria aquilo? Será que ele se importava de eu estar me arriscando? Não, acho que não.

Fui despertado de meus pensamentos ao escutar um suspiro de alívio.

- Finalmente acabou. — Emma comemorou, comendo mais um pouco de pipoca. — Esse filme é um ótimo exemplo de um bom filme de terror. O que achou, Zoe? — Ela me perguntou, me fazendo entrar em pânico. Não tinha prestado atenção em nada do filme.

- Não acredito. ZOE! — A morena exclamou, preocupada. — Você estava pensando sobre seu trabalho de novo? Precisa parar com isso.

- É que eu realmente não consigo.

- Me conta o que aconteceu — pediu.

- Lembra daquele trabalho na Casa Westreet? — Ela concordou. — Então, meu paciente é o Tom... Tom Kaulitz.

Emma arregalou os olhos.

- Zoe Miller, porque você não me contou? Sabe o quão perigoso ele é? É O PIOR DE TODOS.

Afirmei, mesmo não ligando muito para isso.

- Eu já me envolvi demais, não posso me afastar dele. Não consigo parar de pensar nele.

- Não pode? Você não pode ou não quer? — Tenho que admitir, Emma é muito boa em tocar em assuntos que eu acho extremamente desnecessários.

- Estou tentando ajudá-lo como sempre faço — disse sem conseguir respondê-la. — Mas está realmente difícil.

- Você gosta dele, Zoe — arregalei os olhos. — A última vez que te vi assim, você gostava da pessoa.

- O quê? Lógico que não, você tá maluca?

- Desculpa, mas eu tinha que te perguntar. — Levantou os braços em rendição.

- Tudo bem — encolhi-me, abraçando minhas pernas e apoiando meu queixo em meus joelhos.

- Amiga, o que te angustia tanto? — Emma me perguntou. — Ele mexe com você?

- Em que sentido você está perguntando isso? — Perguntei, assustada.

- Você é que tem que me dizer isso.

- Eu acho que... Eu me importo com ele. Quero vê-lo bem, mas eu estou com medo do que isso pode se transformar.

- Entendo — ela disse e então me abraçou. — Você vai achar um jeito, tudo bem?

Concordei e então ambas nos levantamos e cada uma foi para seu quarto. Eu tinha um jeito de achar mais coisas sobre ele, e eu continuaria sim até descobrir tudo.

[...]

Hoje eu tinha decidido acordar cedo, ir ao manicômio e pegar algumas informações, como as que Matheus havia me apresentado antes de eu começar a "trabalhar" lá. Acabei encontrando um endereço onde, há alguns anos atrás, quando Tom tinha treze anos, morou por dois anos junto de seus avós. Parei meu carro na sombra de uma árvore e andei pela rua até a única casa. Toquei a campainha, mas ninguém atendeu. Então, continuei a tocar até que perdi a paciência e tentei abrir a porta, que para minha surpresa, estava destrancada. Minhas conclusões estavam certas: a casa estava abandonada. O que eu faria agora?

the murderer and the psychiatristOnde histórias criam vida. Descubra agora