capítulo 84

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Bill kaulitz

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Bill kaulitz

Mesmo eu não sendo mais a psiquiatra dele, eu cuido para ele não voltar àquele estado. Eu lutei tanto para ele sair dele, e eu não vou deixar que ele volte.

Eu sou completamente apaixonada por ele e não quero mais vê-lo infeliz. Mesmo com o passado batendo na nossa porta, fazendo de tudo para entrar, eu vou lutar para que ele seja feliz.

Zoe Miller 

Acordei, sentindo um peso sobre o meu corpo. Passei a noite toda cuidando do Tom, que teve vários pesadelos e se bateu a noite toda chorando. Levantei a cabeça em um solavanco e abri os olhos, arrependendo-me imediatamente ao sentir uma dor imensa.

Dizem que ontem tentei segurar o Tom e ele acabou me machucando. Voltei à posição anterior, mas a dor continuou presente, martelando minhas têmporas, fazendo com que uma súbita vontade de gritar me consumisse.

Mas eu precisava ser forte para ajudá-lo. Afinal, o Tom não fez nada de mais. Eu só queria acordá-lo e segurá-lo para que ele não se machucasse mais. Mas ele me empurrou, fazendo com que eu caísse e me machucasse.

Respirei fundo para evitar gritar. Em vez disso, uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Enxuguei-a imediatamente, com medo de que o Tom tivesse visto. Não queria preocupá-lo, ainda mais com o episódio de ontem.

Estávamos tão bem e eu queria vê-lo feliz, não preocupado. Estamos juntos há quatro anos, vivendo um conto de fadas, e eu sei que em qualquer momento isso irá se quebrar.

Então, por fim, virei para o outro lado e suspirei, tentando controlar a dor que parecia arder mais a cada respiração.

Senti uma mão passar por meu corpo até chegar na minha cintura, dispensando meus pensamentos e me fazendo abrir os olhos.

— Eu sei que você está acordada. — A voz rouca do Tom chamou minha atenção e eu tentei ao máximo disfarçar que estava mal, disfarçar que ele não me machucou.

Me virei para ele, para que Tom não percebesse que algo estava errado. Sorrir forçando, tentando trazer calma para ele.

— Bom dia, dormiu bem? — Perguntei, encarando-o, vendo que ele fez o mesmo.

— O que você tem? Fui eu que te machuquei? — Perguntou preocupado, não respondendo minha pergunta. E olhando os hematomas de ontem à noite.

Para ele, para que Tom não percebesse que algo estava errado. Sorrir forçando, tentando trazer calma para ele.

Tom me olhou mais um pouco desconfiado, respirando fundo, e me puxou para si. Consequentemente, eu sentei em seu colo.

Preciso relaxar... Preciso me entregar. Gargalhei pelo desespero dele, para me reaproximar dele, ainda sentindo a dor de cabeça e as dores nas costas. Mas fiz teatro na infância, então atuar não seria um problema. Consegui fingir que tudo está bem por ele.

— Você tem que ir na delegacia hoje, não tem? — Tom fazia carinho em minha cabeça enquanto me perguntava, preocupado. — A polícia é realmente uma merda, afinal isso aconteceu há anos e agora eles reabriram o processo.

Isso está tudo estranho, todas as coisas que estão acontecendo… tudo está voltando. Como se tivesse aberto uma porta e tivesse saído todos os nossos monstros, eu me pergunto por que agora.

— Hummmm… — fingi pensar e logo sorri. — Sim. — Aproximei nossos rostos e sussurrei. — Sim, eu tenho. — Me mexi um pouco para me ajeitar e Tom me segurou forte pela cintura, brincando com seu piercing.

Ele olhou para o relógio e me olhou safado.

— Se você não quiser que eu arranque esse seu pijama e te foda com força, aqui agora, eu sugiro que não me provoque. — Ergui as mãos em rendição e gargalhei novamente.

— Tom… tonzinho, você usa uma linguagem muito inapropriada, devido a um pai de família. — Você tem um pai. — Brinquei vendo-o levantar o tronco e aproximando nossos lábios, que logo se atraíram inevitavelmente, e nós nos beijamos por um bom tempo.

Aquilo era tão bom, precisava cuidar dele e sabia que o Tom era o único jeito de acalmá-lo, o Tom precisava cuidar dele. E eu sabia que esse era um dos jeitos de manter a cabeça dele em outro lugar e não havia melhor lugar que o meu corpo.

Nós aprofundaríamos o beijo se não fosse pelo toque incessante de seu celular. Ele grunhiu de raiva e separou nossos lábios.

— Acho que você tem que atender.

Disse, saindo de seu colo.

— Você acha? — Foi sarcástico. Kaulitz saiu do quarto e eu sentei na cama, recuperando o fôlego. Eu posso, com todas as minhas forças, afirmar que Tom Kaulitz e a minha nova família me fazem muito bem, mesmo com todas as adjacências.

Uma pinicada na cabeça me fez levar um susto por ser muito forte. Fechei os olhos e isso fez com que eu sentisse algo jorrar no meu nariz. Arregalei os olhos e levantei-me rapidamente, indo até o espelho do banheiro para ver o que aconteceu e reprimi um grito quando vi sangue. Muito sangue.

Olho para o chão e vejo algumas gotas. Puta merda. Tom não pode saber sobre isso.

Não é a primeira vez que essa merda acontece, mas eu não consigo ir no médico. Afinal, como mãe, namorada, psicóloga, não tenho tempo para mim.

Sem perder tempo, abri a torneira da pia e enchi minhas duas mãos de água, jogando contra o meu rosto duas vezes. Enxuguei-o, peguei um pedaço de papel higiênico para estancar o sangramento que estava jorrando e sujando todo o local. Meu desespero não poderia ser maior. O Tom voltando a ter crises e meu sangramento cada vez pior. O caso está voltando a ser aberto. Além de eu não saber o que estava acontecendo, ainda pior, Tom poderia entrar no quarto e me ver desse jeito a qualquer momento. Ou meus filhos, que iria assustar eles.

Ainda tinha o Tom, que estava aqui em casa, e ele poderia voltar aqui no quarto e me ver desse jeito a qualquer momento.

the murderer and the psychiatristOnde histórias criam vida. Descubra agora