Capítulo 9

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A jovem na clareira estava evidentemente acuada pelos monstros, que se aproximavam com uma fome feroz, porém não aparentava estar amedrontada. Ela segurava uma Ruger com determinação e também mirava na cabeça dos mortos-vivos. A julgar pela destreza com a qual ela enfrentava a situação e controlava seu fôlego e movimentos, Alex deduziu que aquele não poderia ser o seu primeiro contato com os zumbis. A putrefação da presença dos monstros não fazia a jovem hesitar. Pelo contrário, ela atirava de modo a economizar munição e apesar de sua perna esquerda estar bastante machucada, ela se movia para a esquerda e para a direita, escapando das investidas da criatura.

Porém, segundos depois, Alex percebeu que mesmo com toda a segurança e desenvoltura da jovem, seria preciso muito mais se eles quisessem fugir do cerco de monstros. Uma outra hora, composta de aproximadamente trinta mortos-vivos se aproximava da clareira pelo outro lado. Alex sabia que a primeira horda estava a poucos metros de distância. Os zumbis podiam ser lentos, porém em grupo se tornavam extremamente perigosos. Sem mais hesitar, Alex atirou contra a cabeça da criatura que estava mais próxima da jovem, que ainda não havia percebido a presença dele e se assustou com o disparo. Alex correu ao encontro dela e atirou contra mais quatro monstros.

- Obrigada! - disse a jovem - Minha munição já está no fim.

- A minha também está! Precisamos dar o fora daqui, há um outro grupo se aproximando perto de onde o metrô descarrilou!

- Também estou vindo de lá, não consegui encontrar uma saída para o outro lado da cidade!

- Há uma trilha que dá acesso à estrada principal. É muito fechada, precisamos ser rápidos se não quisermos ser encurralados!

No segundo seguinte, Alex percebeu que havia dito as últimas palavras sem se lembrar do fato da perna ferida da jovem. Imediatamente, ele olhou para ela e se retratou.

- Me desculpe, eu não tinha visto a sua...

- Está tudo bem! É uma ferida superficial, foi... Um tropeço!

- Isso está a ponto de infeccionar! - exclamou Alex - Vamos, precisamos ir a um hospital! Você precisa tratar essa ferida!

- Acho que não vai dar... certamente não há mais hospitais por aqui! Não com toda essa confusão!

- Também não podemos ficar aqui! Daqui a pouco estaremos cercados por aqueles animais! Vem, eu te ajudo!

Alex colocou o braço da jovem ao redor do seu ombro e estendeu-lhe a mão.

- Meu nome é Alex Stevens. Sou policial na unidade de São Francisco, é um prazer conhecê-la!

A jovem retribuiu o cumprimento.

- Sou Annchi Zhang, virologista da Organização Ômega. O prazer é todo meu!

Alex olhou para o uniforme rasgado de Annchi e notou o emblema da Organização Ômega estampada em seu peito.

- Virologista? - questionou - Por acaso sabe o que está acontecendo com... eles?

- Um vírus mortal escapou. Houve um acidente no laboratório e... quase ninguém sobreviveu!

- Havia outros com você?

- Havia outra pessoa, mas... não sei se sobreviveu ao acidente com o helicóptero.

Repentinamente, Alex a encarou:

- Então o ocorrido com o helicóptero foi no laboratório? Teve alguma coisa a ver com tudo isso?

- Na verdade, sim. O helicóptero colidiu com o prédio da Ômega e o destruiu! E com isso, o vírus se espalhou pela cidade.

CODINOME: DELTAOnde histórias criam vida. Descubra agora