Atualmente...
Beatrice e Tracey Murray conseguiram, após um esforço hercúleo, injetar duas seringas de sedativos no monstro Kraken. Com a súbita solução, a criatura foi ao chão e seu peso abriu a passagem que até então havia sido bloqueada. No andar de baixo, Sahyd, Solomon, Lancelot e Kai se assustaram com a figura gigantesca que caía como uma rocha lá de cima. Num átimo de desespero, Kai correu em direção aos escombros e, ficando em pé em uma pilha de entulhos, gritou:
— Meninas! Está tudo bem?
— Kai! Estamos bem! — respondeu Beatrice — Alguém se machucou aí embaixo?
— Estamos inteiros! Não sei se posso dizer o mesmo do grandão aqui embaixo!
Beatrice e Tracey pularam para o andar de baixo e correram em direção ao Kraken. O monstro tinha ferimentos superficiais, mas nada que aparentemente comprometesse a sua vida. Beatrice contou ao grupo o que era o Kraken e o experimento que o criou. Depois de ouvir atentamente o relato da jovem, Solomon abaixou a cabeça e colocou as duas mãos na cintura. Ele suspirou e só então comentou:
— Vejo que a maldade e a ganância humana não possuem limites... No final de tudo, ele é somente uma criança.
— Beatrice, você disse que o Orpheu foi injetado em Dylan estando ele ainda vivo — disse Sahyd — Entendi corretamente?
— Sim! Ao que parece, quando introduzido diretamente em células vivas, o Orpheu pode causar uma variedade de mutações, dependendo de quem seja o hospedeiro.
— Foi o que aconteceu ao crocodilo do esgoto! — comentou Kai.
— Isso mesmo! — respondeu Beatrice, dando um profundo suspiro — E se levemos em conta que o doutor Delta possui todas as propriedades do Orpheu em sua máxima proporção, não fazemos ideia do que ainda está por vir.
— Que Deus nos ajude! — exclamou Solomon.
Nesse momento, Alex e Annchi entraram às pressas no saguão do hospital. Vendo que o gigante de quatro braços estava caído e inconsciente, os dois puderam dar um suspiro de alívio.
— Estão todos bem? — perguntou Alex.
— Estamos bem, e vocês como estão? — Sahyd os abraçou e todos do grupo fizeram o mesmo.
— Conseguimos sobreviver graças a ele! — Alex ergueu o aparelho comunicador para mostrá-lo aos outros.
— Ele? — indagou Sahyd.
— Bill Hurley! — respondeu Annchi — É um cientista da Ômega que nem mesmo eu conhecia até então. Alex e eu não temos certeza, mas aparentemente ele deseja nos ajudar.
— Diga "Oi" ao grupo, Bill! — disse Alex, apertando o botão do comunicador.
"B-Bom dia, sobreviventes! M-meu nome é B-Bill Hurley! Tenho p-plena ciência do que está acontecendo em Westfield e da busca de vocês!
Sahyd questionou, intrigado.
— Então, estamos sendo vigiados? Há quanto tempo vem nos seguindo?
"N-não me e-entenda mal, senhor Youssef! O que es-estou acompanhando desde o início é a di-disseminação do vírus Orpheu. S-sei que f-foi um ato criminoso e acreditem... Assim como vocês, eu desejo levar o doutor Brandon Davis às autoridades federais para que ele e a Organização Ômega paguem por suas a-atrocidades!
— E o que exatamente você ganharia com isso? — indagou Kai — Como podemos ter certeza de que podemos confiar em você?
"N-não podem! Mas receio que, nesse momento, vocês não têm muita escolha! Mas, respondendo a sua pergunta , a Organização Ômega tirou de mim algo que é m-muito p-precioso e eu n-não posso permitir que continuem em sua jornada de crueldades!"
Solomon foi o próximo a falar.
— Entendo... suponhamos que optemos por confiar em suas palavras. Como exatamente podemos ajudá-lo e, o mais importante. De que forma você poderia nos ajudar?
"O próximo passo da busca pelo antivírus Eurídice é a bi-biblioteca de Westfield, como vocês bem analisaram. Mas saibam... aquele lugar está repleto de criaturas mutantes e de mortos-vivos. Como se trata do ninho do Orpheu, ele precisa estar mu-muito bem guardado."
— Nós precisaremos levar grande parte do nosso arsenal! — exclamou Alex — Isso não vai ser nada fácil... diferente do que fizemos até agora lá fora, dessa vez estaremos cercados por quatro paredes. Será necessário elaborar uma estratégia de combate!
"S-sei que o vou dizer agora poderá parecer uma loucura, mas vo-vocês tem uma vantagem que até hoje não sabiam!"
— Vantagem? — indagou Alex, aproximando o comunicador da boca — Do que está falando, Bill?
"Nem todos vocês precisarão temer os mortos-vivos e lutar contra eles. Policial Stevens, dentre todas as pessoas do grupo do senhor, existe alguém que é totalmente imune ao vírus Orpheu!"
Todos se aproximaram, espantados. Alex olhou para cada um do grupo e custou a acreditar nas palavras de Bill.
— Imune? Isso é impossível! O Orpheu a essa altura já contaminou uma grande parte do globo. Acho difícil isso ser verdade, Bill!
"Posso dizer com toda a s-segurança que estou dizendo a verdade. Se preferirem, p-posso pedir ao senhor Solomon que faça um e-exame de sangue para atestar a veracidade do fato."
Intrigado, Solomon perguntou:
— Bem, e poderíamos saber quem exatamente é a pessoa imune ao Orpheu?
"Com toda a certeza! Estamos falando da jovem Beatrice Murray!"
Beatrice sentiu um frio correr pela espinha.
— Eu? Imune ao vírus? Mas como é possível que você saiba disso e eu não?
"Ao contrário do que podem pe-pensar, vocês não encontraram o meu comunicador por acaso. E também não se encontraram por acaso. E-eu p-preciso de cada um de vocês... Sei quem vocês são e conheço a história de cada um! E se q-querem s-saber, eu não escolhi nenhum de vocês aleatoriamente! Preciso dessa equipe formada para encontrar o antivírus e reverter de uma vez por todas a situação de Westfield e do mundo!"
Annchi precipitou-se e pegou o comunicador das mãos de Alex.
— Espere um momento... você acabou de falar em reverter a situação. Está nos dizendo que há uma forma de conter o avanço da pandemia?
"Não, doutora Zhang... eu não me referi à continência da pandemia. Eu me referi à cura, a extinção definitiva do vírus! Há uma forma, uma solução aplicada por mim... e uma outra pessoa... que tornará possível a cura. Mas eu não posso fazer isso sozinho. Preciso de uma equipe de pessoas que não temem as adversidades, que saiba trabalhar em conjunto. Preciso de pessoas... como vocês!
— Espere um momento, Bill! — exclamou Solomon — Como pode ter tanta certeza sobre existir a cura? O doutor Davis lhe revelou algo que não sabemos?
"Não se trata do doutor Davis, senhor Solomon! Ele pode ser a mente por trás da criação do Orpheu... mas quem desenvolveu o Eurídice e o dispositivo de cura global... fui eu!"
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CODINOME: DELTA
HororWestfield é uma grande e importante metrópole. Regida quase que completamente pelo capitalismo, abriga diversas empresas e oferece oportunidades a muitas pessoas, o que a torna uma cidade convidativa e perfeita para se viver. Porém, tudo muda radica...