Capítulo 4

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Os colaboradores da unidade de experimentos da Organização Ômega viviam momentos de pavor e extrema ansiedade, porém nenhum dos que estavam no prédio fazia ideia do que realmente estava ocorrendo naquele dia. Um grupo de jovens fazia o possível para dar suporte aos colaboradores veteranos na elaboração do Protocolo de Segurança. Todas as portas foram lacradas automaticamente e todos os acessos foram bloqueados. Seja lá o que tivesse ocorrido na sala 407, com certeza seria de alta gravidade. O oitavo andar era exclusivo para pesquisas de vírus poderosos, senão mortais. Algo havia dado errado e ninguém ali poderia arriscar a contar com a sorte.

No entanto, com toda a movimentação em solo, ninguém havia percebido a alteração nos dutos condutores de ar. Os cientistas, estagiários e demais colaboradores de fato sentiam um desconforto em sua respiração e a pressão arterial em seu organismo parecia cair drasticamente. Porém, todos imaginavam que eram sintomas da euforia daquela tarde turbulenta. Pouco a pouco, o vírus Orpheu foi tomando conta da atmosfera de todos os andares do edifício. Um grupo de cinco jovens estagiários corria para se certificar do correto funcionamento dos alarmes de contenção e do abastecimento dos dispositivos antivírus. Um jovem cientista chamado Roger Phillip sentiu o seu corpo formigar e parou de correr, sentindo uma súbita falta de ar e uma intensa fraqueza em seu organismo. Ele caiu de joelhos e levou a mão à região do abdômen. Roger suava frio e seu corpo tremia de maneira descontrolada.

Sua companheira Marienne Fox correu até ele e rapidamente o amparou:

- Roger! Roger, o que houve? Está tudo bem?

A voz de Roger quase não podia ser ouvida. Estava incrivelmente fraca.

- Marienne... eu não sei o que está acontecendo. Eu estava bem... mas agora meu corpo não me obedece mais!

Gary Crowe, seu outro companheiro de estágio também correu-lhe ao encontro.

- Eu tenho certeza de que tem a ver com o que aconteceu no oitavo andar! Algo de muito sinistro deve ter se espalhado no ar! Vamos, precisamos levar Roger até o setor de antígenos.

Sem ousar discutir, Marienne ajudou Gary a carregar Roger pelos ombros pelo corredor principal do quinto andar. Porém, a cada segundo, o corpo do jovem Roger parecia ficar com a temperatura mais baixa. A sudorese apenas aumentava e os tremores se intensificaram cada vez mais. Marienne alertou o seu companheiro:

- Gary! Ele está piorando! Temos que correr!

- Mas que merda está acontecendo? Ele não estava sentindo nada há dez minutos!

Não demorou muito para que Gary percebesse que a situação estava totalmente fora de controle. Em uma questão de segundos, Marienne sentiu seu corpo enfraquecer e desabou com força no chão, derrubando também os dois companheiros.

-Marienne! O que aconteceu?

A garota não mais respondia. Sentiu uma violenta falta de ar e deitou-se ao chão, debatendo-se de maneira tal como se tivesse tendo uma convulsão. Estranhamente, Roger Phillip também convulsionava e a pupila de seus olhos desaparecera. Apavorado, Gary se afastou dos dois jovens.

- Mas o que é que tá acontecendo aqui?

Instintivamente, ele se distanciava dos seus dois amigos e chegou ao ponto de pânico quando viu que, após convulsionarem com a febre, os dois ficaram inconscientes repentinamente. Haviam desmaiado? Ou pior...

- Socorro! - gritou Gary aos colaboradores que passavam pelo saguão - Alguém por favor me ajude!

Os dois outros jovens do grupo correram em busca de auxílio, enquanto um grupo de cientistas se aproximou.

CODINOME: DELTAOnde histórias criam vida. Descubra agora