Alex, Solomon, Kai, Sahyd, Beatrice, Tracey e Lancelot avançaram pelo corredor recém aberto pela combinação das estátuas. Tanto o grupo como Bill no comunicador permaneciam em silêncio. O corredor estava escuro e quase não havia ventilação, motivo esse pelo qual era necessário economizar o fôlego. O caminho era extenso e a umidade do local parecia não ter limites. Não era possível garantir que não haveria mortos-vivos no local, uma vez que eles poderiam perambular por alguma rede de esgoto ou até mesmo cavar incansavelmente pelos túneis até uma saída ser encontrada, o que poderia levar semanas, visto que os Carnívoros nunca se cansavam.
Após um tempo incalculável, o grupo encontrou uma espécie de abertura no final do corredor. Ainda estava escuro, mas em compensação, havia um pouco mais de oxigênio, pois o cômodo era bem mais amplo. Tracey comentou:
— Nem parece que ainda estamos no hospital. Esse túnel é enorme.
O auto falante do comunicador emitiu um clique. Bill apertou o botão do outro lado da linha.
"I-isso é necessário, pois os pro-projetos dos médicos tinham que estar ocultos a qualquer custo. Se por acaso alguém descobrisse a forma de abrir a p-passagem que os senhores abriram, ainda haveria o enfrentamento da adversidade claustrofóbica. Q-qualquer um desistiria antes de chegar à metade do caminho."
— Ali está! — Alex indicou o local com o dedo indicador. A caixa branca estava sob um pedestal improvisado, com um material muito mais novo que, com certeza Bill, ou quem quer que seja, deixou à disposição para ser encontrado. Alex caminhou até o local e abriu a pequena caixa. E lá estava uma única seringa contendo uma amostragem. A casa minuto, tudo parecia ficar mais estranho para o grupo.
— Essa é a amostra do Orpheu? — Alex indagou sem se voltar para ninguém, claramente falando com Bill.
"S-sim, senhor Stevens! Eu mesmo cuidei para que esse ensaio ficasse longe da vista do doutor Delta. F-felizmente consegui trazer o tubo em segurança até o lugar onde os senhores estão. Como o Orpheu foi um absoluto sucesso, Davis não se deu conta de que uma das duas amostras não estavam no lugar".
Alex agora olhava para o comunicador.
— Bill... que garantia nós temos de que nada acontecerá a Beatrice assim que injetarmos o vírus em seu organismo?
"Temo dizer que não temos escolha, senhor Stevens. Há uma estratégia em ação de nossa parte, como já deve ter percebido. Infelizmente, nessa estratégia, decisões difíceis precisam ser tomadas. Mas eu lhes garanto... Conheço a Ômega por dentro e sei que o plano, por mais absurdo que possa parecer, será o mais efetivo. Contudo, não posso obrigá-los a tomar decisões. Se não quiserem seguir minhas orientações, respeitarei sua posição, mesmo que isso signifique a total ruína. A escolha é sua, senhor Stevens."
Alex olhou para a amostra em sua mão e depois para Beatrice. Ele se aproximou dela e a questionou uma vez mais.
— Beatrice... Tem mesmo certeza de que quer fazer isso? Podemos encontrar uma outra solução. Basta... pensarmos!
— Adoraria acreditar que temos outra alternativa, Alex! — ela respondeu, sem hesitar nem por um momento — Mas isso é algo que quero fazer e é importante para mim. Vocês todos são tão corajosos, me salvaram por diversas vezes... Sem contar que Tracey está comigo novamente! Não há arrependimentos, Alex! Apesar de tudo, estou feliz. Ainda consigo sorrir, mesmo diante do fim do mundo. E se houver algo que eu possa fazer para amenizar a dor de todos, pode ter certeza de que farei sem dúvida alguma!
Alex assentiu com a cabeça e entregou o ensaio a Solomon que, com todo o cuidado, administrou a seringa com o vírus e injetou no braço de Beatrice. Tracey estava visivelmente desconfortável e lutou contra todo o impulso de tomar a agulha da mão de Solomon e destruí-la na frente de todos. Mas no fundo, ela também sabia que, se fizesse aquilo, a própria Beatrice jamais a perdoaria. A aplicação foi rápida e indolor. Beatrice apertou os olhos e esperou por qualquer reação agressiva em seu corpo, mas os minutos se passaram e absolutamente nada aconteceu. Tracey se aproximou e perguntou:
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CODINOME: DELTA
TerrorWestfield é uma grande e importante metrópole. Regida quase que completamente pelo capitalismo, abriga diversas empresas e oferece oportunidades a muitas pessoas, o que a torna uma cidade convidativa e perfeita para se viver. Porém, tudo muda radica...