topcraft shipps (2.0)

°• capítulo107 •°

A cidade estava silenciosa na tarde de um domingo, o que jamais foi comum, normalmente todos deviam de estar discutindo, rindo alto, ou bebendo, com o cheiro putrefeito entrando dentro dos arredores do escritório de danrique.

Tudo estava tão silencioso, parecia como se não houvesse vida naquela cidade congelada. Bem, provavelmente todos estavam dormindo. O som dos funks tocando a noite passada ecoavam sobre os ouvidos de danrique ainda. Ele ainda conseguia ouvir o barulho de garotas rindo enquanto falavam palavras torpes.

E se não bastasse, se incomodou a noite toda com um vizinho que claramente não sabia ter atos sexuais sem gritar e demonstrar o quanto estava tendo um orgasmo. Ridículo!

Mas o que mais o entristecia era que essas pessoas estavam no fundo do poço, não tinham saídas, suas vidas estavam entregues ao desgaste do mundo, eles estavam com as visões totalmente supérfluas, mas mesmo assim, se divertiam mais que ele. Isso o irritava tanto, por que todos eram felizes menos ele?

A realidade é que eles não eram felizes, só aparentavam, e bem, o moreno não era feliz porque não queria, se quisesse teria seguido seu rumo e não se socando, indo de bar em bar, e acabando sempre no mesmo local, sua cama com uma ressaca enorme. Ele não iria se cansar? Não iria fazer algo diferente? Era tão difícil!

Danrique estava sobre seu escritório, em completa solidão, em um silêncio perturbador, seus pensamentos falavam tão alto, que ele quase ouvia uma voz cochichar sobre seu ouvido, como se alguém estivesse ao seu lado.

E ele realmente sentia, sentia o ar quente vindo ao lado de seu rosto, a voz baixa lhe falando o quanto jazzghost não o merecia, e que o tal devia namorar brunim.

Ah, infelizmente brunim era feliz, comprometido, e amado, diferente de danrique. Eokor dizia o amar, mas ele sempre foi argiloso, não podia acreditar.

Seus pensamentos foram interrompidos com o toque de seu celular, o causando uma leve dor no peito pelo susto.

Merda, por que ele não colocou no não perturbe? Burro!

Danrique pegou seu celular sobre a mesa em completa bagunça de papeladas, e diversas pastas que danrique provavelmente resolveria em outro dia, ou até eokor o cobrar.

Ele atendeu a ligação e sorriu. -oi dan, ontem eu não consegui falar com você, sei lá, você passou reto- danrique o interrompeu. -brunim?  Tirou o celular do ouvido e viu seu nome em cima do número. -sim, você tem meu número. O loiro riu do outro lado da ligação. -eu...eu não vi. Por um momento danrique se perguntou de o porquê ter o respondido, ele devia de o tratar mal, não bem. -enfim, podemos se encontrar hoje, tipo agora? Danrique pensa por um minuto, ficando em silêncio.

-eu tô...tô muito atarefado. Mentiu nervoso. -ta. Danrique arregalou os olhos, ah você vai perder um momento com ele, seria ótimo vê-lo agora nesse tédio. -pensando...- brunim desligou. -puto! Gritou e ligou novamente. Não houve respostas, brunim não estava mais online.

Talvez sua bateria tivesse acabado, ou  ele esteja o ignorando realmente. Ligou mais uma vez, e sua chamada foi encaminhada para caixa postal.

-merda, merda, merda. Pousou sua mão sobre o rosto, batendo-a sobre-o. Seu rosto latejou por um breve momento, mas logo sua preocupação o fez desviar da amargura.

Danrique suspira e se levanta, pegando seu celular e saindo de seu escritório. O motivo de ele ter feito isso, ele e nem ninguém sabe.

Ele só...estava fora de si, e queria muito ver brunim, mas o porquê, jamais saberemos, e jamais ele possa explicar.

Em um piscar de olhos danrique se viu na frente de brunim, o garoto o fitando confuso com um sorriso de canto sobre o rosto, ao lado do loiro dlet que o fitava junto de brunim.

-'cê tá bem? Dlet perguntou confuso. -eu...posso...eu posso falar com o brunim?- se interrompeu pensando por um momento se estava certo do que ia fazer -a sós. Dlet assentiu com a cabeça. Brunim fitou dlet negando com a cabeça, pedido piedade para o moreno. Dlet sorri malicioso e empurra brunim.

O loiro sorriu para danrique e segurou seu pulso o levando para longe. -'cê tá maluco? Não pode vir do nada e dizer que quer falar comigo a sós, parece que temos um caso. O advertiu. -por que não me atendeu? Por que 'tava me ignorando? Por que desligou na minha cara? Confrontou o loiro.

-eh...eu 'tava sem bateria. Bingo, danrique sabia que era isso. -e não fez nada? Dan intercalou seus olhares entre os olhos e os lábios de brunim, esperando algo a ser dito. -não tinha como, o dlet é chato pra um cassete, ele 'tava me interrogando de um bagulho. Se explicou. -não sei se aqui era um ótimo local para eu falar sobre isso com você. Danrique assentiu com a cabeça. 

-isso é um convite para um encontro? Brunim arregalou os olhos. -não, eu sou 'compromissado. Danrique sorriu e revirou os olhos. -bobo, encontro não é necessariamente romântico, e eu não tenho interesses em...você. Desprezou-o. Viajou com seus olhos sobre brunim, o vendo de cima a baixo.   

-tá, eu vou escolher um restaurante pra comermos, já que quer um encontro. Debochou. -dinheiro não é nada. Brunim por um momento sentiu vontade de dar gargalhadas, danrique claramente estava se mostrando interessado pela sua atenção, e ele jurava que era carência, assim como seu namorado fazia, era normal. Ele apertou os lábios um contra o outro, segurando a vontade de rir.    

-certo... Disse brunim prolongando a fala. O loiro sorriu e se virou procurando algum restaurante. Na mosca, um restaurante de sushi, ele sabia o quanto detestava esse tipo de refeição, além que por não haver rios e mares perto da cidade, o preço é altíssimo. 

-ali. Apontou para o restaurante. Danrique assentiu com a cabeça, em um completo desgosto. 

Ah claro, dinheiro não é problema...  

Havia momentos em que danrique gostaria de lavar sua boca com sabão, ele podia ser rico, mas gastaria uma tonelada de diamantes em uma única refeição, tudo para beneficiar sua vontade de ver e ouvir brunim em uma tarde melancólica como essa, onde o frio o deixava cada vez mais mal, já que ele senti saudade do sal na pele do fim do verão, as roupas frescas, o vento úmido e quente, era bem melhor...