Beijo da vida

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A noite estava agradável, o céu estava estrelado, não havia nuvens no céu, estávamos longe daquela poluição de Bangkok, não havia ninguém transitando pela casa, se pegando pelos cantos ou no escuro, eu pelo menos não havia visto e nem escutado nada, exceto por mim e pela Yoko.

O que será que a Freen vai falar quando eu contar o que aconteceu?
Provavelmente ela ficaria feliz, mas iria comparar com a situação da Becky, no fundo, elas se amam, sentem algo muito forte uma pela outra, possuem química, mas do mesmo jeito que elas possuem fãs, elas possuem haters, e é impossível viver um relacionamento exposto, porque as pessoas te cobram a perfeição e ninguém é perfeito!
Talvez se as pessoas não tivessem se envolvido tanto no relacionamento delas, elas estariam juntas, e eu acredito fielmente que, quando a poeira baixar, talvez elas possam viver esse amor que foi tão reprimido.

Eu não desejo isso para mim, eu quero poder ser quem eu sou e ficar com quem eu quiser, quero que seja recíproco, sem pressão ou qualquer medo, o amor deveria ser assim para todos, espera aí? Amor? Do que eu estou falando?

Se a Tanya soubesse o que aconteceu e se me escutasse falando sobre essas coisas, com toda certeza ela me recriminaria.
Consigo escutar a voz dela ecoando em meus ouvidos: você tem uma série para gravar, a Yoko é uma criança que pode te dar problemas no futuro.

Eu sabia muito bem onde eu estava me metendo, mas infelizmente não consegui me controlar, essa vontade era maior do que eu, eu só pensava nela, e depois de hoje, com toda certeza, as coisas iriam piorar, esse beijo foi o beijo da vida!

Se passaram 20 minutos depois daquele beijo causador da minha insônia e provavelmente o problema de todos os meus problemas futuros também.
Eu senti que, se eu morresse naquele momento, eu morreria feliz, a felicidade que eu estava sentindo era inigualável, aquele beijo era tudo que sempre sonhei, nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar tanta perfeição.
Nesse momento, eu não queria ficar pensando no depois, eu gostaria de focar apenas nas minhas sensações, seria egoísta da minha parte? Sim.

O correto é eu me preocupar em como ela está se sentindo, se é difícil para mim, imagina para ela. Toda essa situação poderia prejudicá-la e era isso que eu não queria. Nós duas tínhamos um papel a se cumprir, independente de qualquer coisa.
No meio desses pensamentos, eu escutei alguém batendo na porta, aquela hora, quem poderia ser? Abri a porta e, para a minha surpresa, era a Yoko.

Sem dizer uma palavra, ela entrou e veio em minha direção, de pequena ela virou grande, o olhar estava sedento, aquilo era um sinal que continuaríamos de onde páramos.
Eu a beijei com excitação, tudo em mim estava anestesiado de tanta felicidade e desejo reprimido.

A puxei para dentro do quarto e me encostei no guarda-roupa que estava ao lado da cama, pressionei o sexo dela contra o meu e pude sentir, que delícia, a minha vontade era de fode-lá ali mesmo, bem profundamente, eu queria ela se contorcendo nos meus dedos, então eu a virei de frente para o guarda-roupa e esfreguei meu sexo em sua bunda, isso fez com que ela empinasse um pouco, o que me deixou ainda mais molhada, coloquei o cabelo dela de lado e comecei a beijar o pescoço, chupei bem devagar e a medida em que eu ia roçando na bunda dela, eu me segurei tanto para não gozar que chegou até doer um pouco, eu desejava isso mais do que tudo, mesmo que fosse meu fim.
Até que, para a minha surpresa, ela se vira e fala mais uma vez que era para pararmos.
Eu fiquei ali sem saber o que fazer.

Yoko
- Não, não devemos, eu vou voltar para o meu quarto!

- Você vai me deixar assim? O que tem de errado?

Yoko
- Eu não sei, mas não deveríamos ter feito isso!

Ela me olhou novamente com aquele olhar de decepcionada, pediu desculpas e saiu pela porta.

Eu não tive nenhuma reação, eu me senti impotente naquele momento, porque eu ainda estava anestesiada pelos segundos em que vivemos.
Ela não queria ir mais fundo, não desejava o mesmo que eu, e ficou claro, então eu apenas respeitei! Por medo, talvez.
No fundo, ela estava certa, tínhamos que parar antes que uma de nós estragasse ainda mais as coisas depois disso.

Fui tomar um banho para conseguir relaxar, depois de tantos sentimentos, fui tirar aquela tensão sexual que eu estava sentindo.
A água caía e percorria pelo meu corpo e cada gota parecia um alívio, aquele fogo estava queimando a minha alma, ou talvez seja apenas uma brasa, talvez seja o começo do fim, mesmo sendo brasa, queima, arde e incendeia, e nesse caso não precisava de lenha, tinha até de sobra.

É incrível que ela tenha esse dom, de me encher de certezas e depois me cobrir de dúvidas. O que será que ela fez comigo?

Já eram 3:30 da manhã, as noites geralmente não me incomodavam, mesmo que ela levasse embora o brilho das estrelas, mas estou ultimamente inquieta, essas noites andam roubando os meus sonhos, se eu não poderia ter a Yoko naquele momento, eu pediria apenas para que ela estivesse presente em meus sonhos, geralmente esse é o nosso momento mais sincero, esse é o único momento que ninguém te limita, apenas ignoramos o nosso pensar e vivemos intensamente.

Faye e Yoko - Blank The Series - GLOnde histórias criam vida. Descubra agora