Autodestruição

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Cinco ligações perdidas da Yoko, ligue para a Lux e ela me passou o endereço de onde eu precisava ir, logo depois desliguei o celular para não ser incomodada, na verdade, encontrada.
Eu começaria a saga da autodestruição, estava com uma faca afiada em minha traqueia, estava sufocada e insanamente cheia de ódio.

A Lux estava em um evento, estilo balada e aparentemente o local estava animado, não demorei muito a chegar, a noite estava com uma neblina densa e uma fina camada de desilusão que insistia em cair sobre mim.

Lux
- Sabia que você voltaria para os meus braços, Mali.


A voz e o olhar de alta embriaguez falava por si só, um sinal de que o lugar frequentado por ela estava perfeito para aquela noite.


- Fazer o que, se você tem esse dom de ver o pior de mim e ainda assim permanecer.



Lux
- Vem, vamos beber que a noite só está começando.


Aquele ambiente me detonava por dentro, me consumia, eu estava ativando o meu modo de exterminadora do futuro e ninguém poderia me salvar ou impedir.

As pessoas ao redor procuravam pela mesma coisa, era apenas por vaidade, tudo ali era vazio, eu olhava para as mulheres ao meu redor e as fitava com olhar de faminta, mas
então rapidamente eu perdia o interesse.

Comecei a ingerir substâncias duvidosas que à Lux estava me oferecendo.
Ela era uma sobrevivente do inferno de Dante, sabia bem seus caminhos, passagens e atalhos.
E eu estava apenas tentando lidar com a situação do jeito que conseguia, mesmo sendo de uma maneira destrutiva e sabotadora.

Sentamos em uma mesa e uma menina se jogou no colo dela, eu sentei de frente e virei mais uma dose da bebida que ela havia me servido.

Sei bem como sentar à mesa com meus demônios encarando-os com franqueza e expondo as fraquezas que minha alma carrega.



Lux
- Você não aprende né? Da última vez você foi ao fundo do poço, deu oi para a Samara e voltou.


- Quero reencontrar meu antigo eu essa noite.


Lux
- Mali, você pode até tentar, pode esquecer por uma noite, mas sempre haverá outro dia.


- Cansa ser todos e não ser eu mesma, quero alguém tão segura de si quanto eu.


Lux
- Posso te servir de amor não convencional, mas será que é isso mesmo que você deseja?


Ela falou isso dando um tapa na bunda da menina que
estava em seu colo.

O tempo me tirou muitas coisas, inclusive eu mesma. Parando para pensar, precisei ser paciente com as minhas imperfeições e aceitar que diante disso a vida seguia, me tornei tudo, menos confusa.

Não há como perder tempo com alguém assim, que não sabe o que quer, e não será de migalhas que viverei.
Não há espaço no meu mundo para personagens desinteressados, e roteiros desinteressantes, se ela estava confusa, eu decidiria por ela, eu sei como é, já fui prisioneira e hoje sou quem liberta.
Mesmo ela tendo falado, para mim o que contava eram as atitudes, e aquela aliança em sua bolsa me mostrou suas intenções.


- Para que você quer saber se é isso que eu quero? Meu submundo já é obscuro demais para mim.


Uma coisa é certa, eu dei tudo que eu podia para ela, mas tudo que ela fez foi estragar as coisas, me sentia uma tola.
Sabe quando o semáforo está amarelo e mesmo assim você resolve acelerar o carro? Você sabe que baterá, e ignora os sinais.
Eu os ignorei, qual era a probabilidade de dar certo? Estávamos fadadas ao fracasso, e hoje eu diria Adeus para nós.


Faye e Yoko - Blank The Series - GLOnde histórias criam vida. Descubra agora