Prólogo

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2016, o mundo esportivo voltava seu olhar para o Brasil, mais especificamente para a cidade do Rio de Janeiro que por sua vez cedia a primeira e única edição olímpica brasileira.

Vimos a Arena Carioca 3 se tornar o grande palco do vôlei, nesse mesmo ano vimos nascer grandes promessas do vôlei feminino  como por exemplo Ana Carolina Silva, ou melhor, Carolana ou só Carol como gosta de ser chamada, ficou conhecida como uma das melhores bloqueadoras da edição Sul-americana em que participou, a Rio 2016 era seu primeiro ciclo olímpico e estava feliz por vivenciar ele em seu país de origem não iria ter que se preocupar em estar num local que não conhecia pois já conhecia o Rio de Janeiro por conta do atual time que jogava a pouco mais de um ano, o Sesc Rio. Carolana também estava feliz por poder realizar o sonho de sua mãe que era poder conhecer o Rio de Janeiro e ainda mais feliz por saber que poderia contar sempre com o amor materno de dona Terezinha, que por sua vez saiu falando que sua "Carolzinha" ia trazer a medalha de ouro para o Brasil sua alegria era contagiante, afinal dona Terezinha sabe quantas coisas já passou para sonhar o sonho de sua filha, já chegou a trabalhar em 3 empregos para poder ajudar sua Carol a ir para competições e em todas as competições fazia questão de estar lá gritando e torcendo por sua pequena.

Também tivemos grandes promessas internacionais como a jogadora holandesa Anne Buijs que também estava indo para o seu primeiro ciclo olímpico, ao contrário de Carol, Anne carregava o peso de ter não só o pai mas também sua mãe como dois nomes do vôlei holandês, porém sua relação com eles não era uma coisa muito "saudável" como a de Carol, sua criação foi extremamente restrita onde não teve muitos contatos ou tempo com amigos e para paixonites de adolescência, sua vida foi desde o ventre milimetricamente planejada para poder se tornar uma das maiores jogadoras do vôlei mundial. Ela sentia o peso constante de ter que ser perfeita em cada passe, em cada bloqueio, em cada jogo e quando isso infelizmente não acontecia nunca sabia que se o que pesava mais, se seria o peso dos seus pensamentos que sempre vinham a se tornar algo maior como crises de ansiedade constantes, ou o peso das punições que seus pais lhe aplicavam que iriam desde ter a porta do seu quarto tirada até mesmo ter uma alimentação baseada em uma barra de ceral e limão com sal.

Mundos como os de Carol e Anne raramente se cruzam, a não ser, talvez, através das quadras. Anne é o tipo de pessoa que prefere a segurança de sua bolha, vivendo em um mundo onde o silêncio é confortável e as interações sociais são, muitas vezes, um grande desafio. Extremamente tímida e introvertida, Anne evita qualquer tipo de exposição que a faça sentir vulnerável. Ela prefere observar de longe, silenciosa, enquanto o mundo ao redor segue seu curso. A ideia de conversar com desconhecidos ou expor suas emoções publicamente a deixa desconfortável, e, por isso, ela se refugia em seu espaço seguro, longe dos olhares atentos. Já Carol é o completo oposto, desde muito nova, ela aprendeu a dominar o medo da exposição e a abraçar as interações sociais com entusiasmo. Para Carol, o mundo é um campo aberto, cheio de oportunidades para conhecer novas pessoas e compartilhar experiências. A timidez nunca fez parte de seu vocabulário, e sua personalidade expansiva a impulsionou em competições internacionais, onde o fato de não dominar outras línguas nunca foi uma barreira. Carol se expressa com confiança e carisma, iniciando conversas com atletas de diferentes países sem sequer hesitar. Para ela, a linguagem é apenas um detalhe; seu sorriso, postura aberta e energia cativante falam por si.

Carol não se deixa intimidar por situações desconhecidas. Ela é movida pela adrenalina das novas experiências, pela troca de histórias e pela construção de laços. Enquanto Anne se esconde nas sombras, Carol brilha no centro das atenções. Suas realidades são tão distintas que, em circunstâncias normais, seus caminhos dificilmente se cruzariam, a menos que por um golpe do acaso ou por conta de suas profissões. É quase como se elas vivessem em universos paralelos, onde os valores e as formas de se relacionar com o mundo são completamente opostos. Enquanto uma é o reflexo da introspecção, a outra é a essência da extroversão.

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