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Carol se dirigiu ao auditório, conforme combinado com Gabi. Ao entrar, notou a presença familiar das companheiras, mas agora o time estava completo, com Sheila sentada ao lado de Zé Roberto. Gabriela, com um olhar decidido, ligou o projetor, que exibia um documento olímpico relevante.

— Bom, meu caro técnico, ou pai, ou como o senhor preferir... — Gabi começou seu discurso, sua voz firme e cheia de determinação. — O senhor sabe que, como a filha do deus do vôlei brasileiro, eu aprendi as regras olímpicas antes mesmo de começar a escrever meu nome.

Zé Roberto a observava atentamente, avaliando cada palavra.

— E o que lhe traz aqui? — ele perguntou, com uma mistura de curiosidade e preocupação.

— Bom, segundo os documentos do COI e da CBV, o senhor não pode nos dispensar sem ter uma causa justa. Como, por exemplo, casos de doping, o que claramente não é o nosso caso, a não ser por uma de nós: Sheila Castro. — Gabriela, com confiança, mostrou os documentos no projetor e entregou os exames toxicológicos da colega de equipe. Em seguida, virou-se para continuar seu discurso, sem hesitar.

— Continuando, todas nós estamos cumprindo os horários de treinamento para as Olimpíadas. Aqui está o diário de treinamento que o senhor mesmo escreveu... — disse, entregando o diário a Zé Roberto. — A festa que aconteceu na noite de ontem não foi durante o horário de treinamento. Inclusive, todas compareceram ao treino, como pode ver. Sem contar que foi uma festa organizada pelo próprio COI para receber os atletas. Portanto, não só poderíamos ir, como também tínhamos o direito, enquanto atletas, de comparecer à festa.

Gabriela encerrou seu discurso desligando o projetor, seu olhar desafiador fixo em Zé Roberto.

— E só para constar, se tem alguém entre nós que não pode participar das edições, esse alguém é a própria Sheila.

O ambiente no auditório estava tenso, a expectativa pairando no ar enquanto todos aguardavam a reação do técnico. Zé Roberto, que sempre fora uma figura respeitada e temida, parecia ponderar as palavras da jovem atleta. Ele sempre valorizou a disciplina e o compromisso, mas também sabia que o espírito de equipe e a camaradagem eram fundamentais para o sucesso de qualquer grupo.

O silêncio que se seguiu foi quebrado por Zé Roberto, que finalmente se pronunciou.

— Gabi, você sabe que eu admiro sua paixão pelo vôlei e sua determinação. No entanto, é meu dever garantir que todas vocês estejam preparadas para a competição. A pressão é imensa, e qualquer deslize pode ser fatal.

Gabriela, percebendo a fragilidade da situação, decidiu continuar a defesa de sua equipe.

— Técnico, entendemos perfeitamente a pressão que você sente. Porém, não podemos permitir que a desconfiança ou mal-entendidos prejudiquem a confiança que construímos ao longo dos anos. A equipe é mais do que apenas um grupo de jogadoras; somos uma família. Cada uma de nós tem um papel vital, e precisamos estar unidas.

As demais jogadoras assentiram, expressando apoio a Gabriela. A força do time era palpável, e Zé Roberto não podia ignorar a paixão que transparecia nas palavras da jovem.

— Eu não duvido do comprometimento de vocês, mas precisamos ser cautelosos. Há uma linha muito fina entre a celebração e a irresponsabilidade. O que aconteceu na festa pode ser mal interpretado.

Sheila, que até então permanecera em silêncio, decidiu se manifestar.

— Eu aceito a responsabilidade pelo que aconteceu, mas não podemos deixar que isso defina quem somos como atletas. O vôlei é um esporte de equipe, e nossa força vem da união. Não se trata apenas de resultados, mas de como chegamos até eles.

— Exatamente! — Gabi apoiou. — Estamos aqui para lutar não apenas por nós mesmas, mas também umas pelas outras. Essa equipe é construída em confiança e respeito mútuo. Se um de nós falhar, todas nós falhamos.

Zé Roberto observou a dinâmica entre as jogadoras, percebendo que, apesar das dificuldades, havia uma conexão genuína que não poderia ser ignorada.

— Muito bem, eu entendo o que vocês estão dizendo. Mas ainda assim, precisamos de um plano. Se queremos ter sucesso nas Olimpíadas, precisamos garantir que cada uma de vocês esteja na melhor forma possível.

Gabriela sorriu, percebendo que a conversa estava tomando um rumo positivo.

— Podemos criar um cronograma de treinamentos mais intensivos e estratégias que se adaptem melhor ao nosso estilo de jogo. Estamos dispostas a trabalhar ainda mais para garantir que estejamos preparadas.

Zé Roberto assentiu, visivelmente impressionado com a determinação da equipe.

— Então vamos fazer isso. Mas lembrem-se, a disciplina será fundamental. Se vocês se comprometerem a dar o melhor de si, eu estarei aqui para apoiá-las.

As jogadoras se entreolharam, um sorriso de alívio e esperança se espalhando pelo rosto de cada uma. A tensão que antes pairava no ar agora dava lugar à motivação renovada.

— Obrigada, técnico — disse Gabriela, com sinceridade. — Estamos prontas para dar o nosso melhor, e sabemos que com você ao nosso lado, podemos enfrentar qualquer desafio.

Ele sorriu, um gesto que raramente mostrava, e isso deixou as jogadoras ainda mais animadas.

— Podem ir gente era só isso mesmo — Gabriela pontuou vendo as companheiras de time se levantarem juntamente com ela.

As meninas saíram do auditório radiantes, a alegria de todas ali era visível

- Meu Deus, obrigada por isso Gabi - Carol disse abraçando a amiga em sinal de sua gratidão com um sorriso no rosto- Olha tenho que resolver ver uns assuntos pendentes mas prometo que em breve vou falar com você no alojamento.

- Mas...- Gabi tentou mais já era tarde, sua amiga já tinha sumido do seu campo de visão.

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Capítulo pequeno pois quero saber a opinião de vocês sobre o que estão achando, também queria saber se estão gostando da escrita e se querem os famosos pov's.
Espero que estejam bem.

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