Cuidado em cada toque

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Já se passava das três da tarde, e o grupo de amigas tinha acabado de almoçar. Anne e Carol foram as primeiras a chegarem na pousada. Anne, completamente tomada pelo cansaço, mal havia dormido na noite anterior e passou a manhã inteira na praia. Assim que chegaram no quarto, Anne se jogou na cama, exausta, sem se preocupar com nada.

— Anne! — Carol repreendeu, segurando uma risada ao ver a namorada praticamente afundada nos lençóis. — Vai encher a cama de areia!

Anne soltou um murmúrio de protesto, virando-se de lado.

— Só preciso de um minuto… — murmurou, os olhos já meio fechados.

Carol riu, mas não deixou barato. Aproximou-se da cama e, com cuidado, começou a puxar Anne pela mão.

— Nada disso, senhora. Primeiro, você vai pro banho. Não quero areia em todos os cantos do quarto!

Anne soltou um suspiro dramático, mas cedeu, deixando Carol a levar até o banheiro. Mal conseguia manter os olhos abertos, sentindo o corpo pesado pelo cansaço.

— Tá bom, tá bom… — resmungou, a voz arrastada pelo sono.

Quando finalmente entrou no banheiro, Anne começou a reclamar baixinho enquanto ajustava o chuveiro. Assim que a água quente bateu em sua pele vermelha de sol, ela fez uma careta e soltou um gemido de dor.

— Ai! Tá quente demais! — reclamou, como uma criança, afastando-se do jato d’água e franzindo a testa.

Carol, que estava encostada na porta, assistia à cena com um sorriso nos lábios, tentando segurar o riso.

— É só ajustar a temperatura, Anne. Não vai me dizer que a mulher forte e durona no vôlei não aguenta um banho?

— Não é isso! — Anne protestou, ainda brincalhona, mexendo no registro para deixar a água mais fria. — Minha pele tá toda vermelha, parece que vou fritar aqui dentro!

— Você tá mesmo parecendo um camarão — Carol zombou com carinho. — Mas vai logo, senão daqui a pouco você desiste e deita toda suja de areia de novo.

Anne deu uma risada, finalmente encontrando a temperatura certa da água.

Depois de alguns minutos de reclamações e resmungos sobre o banho, Anne saiu do chuveiro com o corpo coberto pela toalha e uma expressão emburrada, ainda sentindo o desconforto do sol. Carol estava à espera com um sorriso carinhoso e um frasco de hidratante nas mãos.

— Vem cá, deixa eu cuidar de você. — Carol envolveu Anne na toalha, secando-a com cuidado, sem pressa.

— Você tem que me amar muito pra isso — Anne murmurou com um meio sorriso, já mais calma depois do banho.

— Amo mesmo — Carol respondeu, pronta, e pegou o frasco de hidratante. — Agora fica quietinha. Vou passar isso aqui pra você não acordar toda descascando amanhã.

Anne resmungou, mas obedeceu, jogando-se na cama de bruços, entregando-se ao cuidado de Carol. Com movimentos suaves, Carol espalhou o hidratante pela pele sensível de Anne, tomando cuidado para não pressionar demais.

— Isso é muito bom… — Anne suspirou, relaxada. — Posso dormir agora?

— Ainda não, falta o cabelo. Se você deitar assim, vai acordar toda descabelada — Carol riu, puxando delicadamente Anne para se sentar na beirada da cama.

Anne, meio sonolenta, fez um biquinho, mas deixou Carol pegar a escova e começar a pentear seus cabelos molhados. Cada movimento era cuidadoso, sem puxar demais, e o som da escova logo acalmou Anne ainda mais.

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