Drinks, kisses and lust.

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O som alto embalava o local, repleto de atletas de diversas nacionalidades e modalidades: vôlei, futebol, natação, ginástica, atletismo, handebol, equitação, e outros. Era uma verdadeira celebração esportiva, e no meio de tantos competidores, destacavam-se dois grupos que começavam a interagir. As holandesas, curiosas, tentavam aprender o funk juntamente das brasileiras, algumas já sentadas no lounge, conversando e se divertindo.

Anne e Carol não podiam ser mais diferentes uma da outra. Anne, serena, estava no lounge, concentrada em terminar de ler seu livro, enquanto Carol, elétrica, dominava a pista de dança. A conexão entre as duas, no entanto, era quase palpável. Era algo que ninguém ao redor poderia deixar de notar.

— Qual é a sua casa? — perguntou Gabi, inclinando-se para ver o título do livro que Anne segurava.

Anne suspirou, agradecida por finalmente ter entendido uma frase naquele dia, cercada por línguas diferentes.

— Corvinal... — respondeu, guardando o livro na bolsa e dando atenção à conversa. — E a sua?

— Às vezes Grifinória, sabe como é... — disse Gabi, o sorriso travesso surgindo em seus lábios, o que fez Anne sorrir de volta, finalmente relaxada.

Elas olharam para a pista de dança, onde Carol, incansável, dançava animadamente. Anne não pôde deixar de notar o vestido de cetim preto que Carol usava. O vestido tinha uma fenda alta na perna esquerda e deixava suas costas nuas, realçando seu porte atlético. Seus acessórios dourados e o tênis preto nos pés criavam um contraste perfeito entre elegância e descontração.

— Ela é sempre assim? — perguntou Anne, os olhos ainda fixos na figura vibrante de Carol.

Gabi soltou uma risada suave antes de responder.

— A Carolzinha é assim mesmo. O fato de ela não falar nenhuma língua além do português nunca foi um problema. Ela compensa com a linguagem corporal e expressões exageradas. É engraçado ver como ela se comunica sem esforço.

Anne riu levemente, mas logo o riso se dissolveu em um sorriso pensativo.

— Gosto dela... — murmurou, quase sem perceber.

— Ela também gosta de você — respondeu Gabi, observando a reação de Anne com curiosidade. — Quando chegou no alojamento, só sabia falar de você.

Anne sentiu um calor no peito com aquela informação, mas tentou disfarçar o rubor que subiu às bochechas.

— Vou pegar uma bebida. Você vem comigo? — perguntou, levantando-se.

Gabi balançou a cabeça, recusando o convite com um sorriso.

Anne caminhou até o bar, que ficava a poucos metros de distância, e pediu uma taça de vinho. Enquanto esperava, seus olhos involuntariamente voltaram-se para a pista de dança, onde Carol continuava irradiando alegria. Anne a observou, notando como a luz dourada do ambiente combinava com os acessórios de Carol, destacando ainda mais sua presença. Ela ficou fascinada com as curvas suaves que o vestido de cetim delineava. Em questão de segundos, Carol pareceu sentir o olhar de Anne sobre ela. Virou-se, seus olhos castanhos encontrando os olhos verdes da holandesa com uma intensidade inesperada. Anne corou ao ser pega, mas levantou a mão, acenando timidamente. Para sua surpresa, Carol não hesitou; afastou-se da pista e, com a mesma naturalidade com que dançava, caminhou até o bar, sentando-se ao lado de Anne.

— Pediu o quê? — perguntou Carol em inglês, com seu típico sorriso desinibido.

— Vinho — respondeu Anne, com a voz um pouco mais baixa do que pretendia.

— Acho que vou de gin. — Carol acenou para o bartender.

Enquanto esperavam a bebida de Carol, houve um silêncio confortável entre as duas. Carol brincava distraidamente com a borda do copo de Anne, enquanto Anne tentava encontrar as palavras certas para dizer.

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