Despedida

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O último dia em Búzios chegou, e o clima de despedida era palpável entre as jogadoras. Todas estavam exaustas, mas felizes, curtindo os últimos momentos na praia. O sol se punha devagar, lançando tons alaranjados sobre a água enquanto elas se reuniam no GG10, o ônibus personalizado que Gabi havia preparado para o aniversário. As malas já estavam prontas, mas ninguém parecia ter pressa de ir embora.

Anne estava especialmente emotiva. Sentada ao lado de Carol, ela olhava pela janela, absorvendo a paisagem, os últimos raios de sol que brilhavam sobre o mar, e o som das ondas que ficava para trás. Carol notou o silêncio de Anne e apertou suavemente sua mão.

— O que foi, Anne? — perguntou Carol, com um olhar preocupado.

Anne suspirou, sem conseguir esconder a saudade que já sentia de Búzios.

— Eu... já estou com saudades de Búzios. Esses dias foram tão incríveis, tão leves, sabe? — respondeu Anne, a voz trêmula. — Me sinto tão em paz aqui.

Carol sorriu e apertou a mão dela com carinho.

— Eu entendo, foi especial mesmo — disse Carol, tentando confortá-la. — Mas sabe de uma coisa? A gente pode sempre voltar. E enquanto estivermos juntas, qualquer lugar vai ser especial.

Anne se encostou no ombro de Carol, ainda com um sorriso melancólico.

— Eu sei… é só que parece que vou deixar uma parte de mim aqui. Búzios foi diferente.

Carol riu, tentando animá-la.

— Búzios vai estar aqui esperando a gente, e quem sabe da próxima vez seja ainda melhor. Não importa onde estejamos, desde que estejamos juntas.

Anne assentiu, mas logo se remexeu, fazendo uma careta.

— Carol, seu abraço está muito apertado — reclamou ela, ainda com o corpo sensível por ter ficado torrada no sol por três dias seguidos. — Minha pele está ardendo, parece que estou pegando fogo.

Carol soltou uma risada suave, olhando para cima, já que Anne era mais alta.

— Você quis ficar torrando na praia todo dia, né? Agora aguenta! — disse Carol, brincando. — Mas tudo bem, vou pegar leve.

Ela afrouxou o abraço e passou a mão levemente nas costas de Anne, tomando cuidado para não machucá-la mais.

— Melhor assim? — perguntou Carol, com um olhar cúmplice.

— Muito melhor — suspirou Anne, finalmente relaxando. — Mas você vai ter que me ajudar a passar mais aloe vera quando chegarmos. Tá combinado?

— Combinado. Vou cuidar de você, minha holandesa torrada — brincou Carol, beijando o braço de Anne.

Enquanto o ônibus seguia viagem, Anne ficou quieta, deitada no ombro de Carol, tentando guardar aqueles momentos na memória.

Carol olhou para Anne com um sorriso, ainda tentando confortá-la. Decidida a se aconchegar mais, ela apoiou a cabeça no peito da namorada, ouvindo as batidas calmas de seu coração.

— Tá melhor assim? — Carol perguntou com a voz suave, enquanto deslizava uma das mãos por dentro da blusa de Anne, abraçando-a pela cintura, sentindo o calor da pele.

Anne deu um pequeno suspiro de surpresa, mas logo sorriu, relaxando.

— Bem melhor — respondeu Anne, agora mais à vontade com o toque de Carol. Ela envolveu os braços ao redor dela, mantendo-a próxima e aproveitando aquele momento íntimo no meio da viagem.

As duas ficaram em silêncio, aproveitando o calor uma da outra, enquanto o ônibus seguia seu caminho, cada uma imersa nos próprios pensamentos, mas conectadas de um jeito profundo e tranquilo.

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