A Abertura

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Finalmente havia chegado o dia tão aguardado da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio. As jogadoras da seleção de vôlei estavam empolgadíssimas para o desfile das delegações... pelo menos até darem de cara com os uniformes que usariam na cerimônia.

— Isso aqui só pode ser sacanagem, né? — Rosa foi a primeira a expressar sua frustração, segurando o macaquinho estampado com uma mão e o chinelo com a outra.

— A gente vai entrar de chinelo... — Thaisa falou, em choque, enquanto analisava o conjunto. — A GENTE VAI ENTRAR DE CHINELO EM UMA OLIMPÍADA!

Carol, que tentava manter o clima leve, olhou para o uniforme e tentou buscar algo positivo:

— Ah, gente... acho que estamos julgando o uniforme pela aparência e... — Ela hesitou ao ver Nyeme voltar do vestiário vestindo o macaquinho que parecia ainda mais estranho no corpo. — Ok... talvez ele fique um pouquinho diferente do que eu imaginei...

— Carol, eu tô parecendo um saco de batata! — Nyeme desabafou, puxando a parte larga do tecido, tentando ajeitar, mas sem sucesso.

Mesmo que os uniformes não fossem o que elas esperavam, o entusiasmo por representar o Brasil continuava forte. As risadas tomaram conta do vestiário à medida que as jogadoras tentavam se acostumar com a ideia de desfilar com aquelas roupas. O cheiro de maquiagem e perfume tomou o ambiente, misturado ao burburinho animado de quem mal podia esperar para viver o momento.

— Se a moda olímpica fosse conforto, estaríamos arrasando... — brincou Roberta, enquanto ajustava o cabelo.

— Verdade! — Carol riu. — Só falta uma canga e a gente parece que vai pra praia.

Quando finalmente se dirigiram ao corredor, onde se reuniriam com os demais atletas da delegação brasileira, a ansiedade foi rapidamente substituída por um sentimento de unidade. Ali, entre as várias modalidades, encontraram outros atletas que também riam e comentavam sobre os uniformes.

— Olha o time do skate ali! — comentou Thaisa, ao avistar Rayssa Leal, a Fadinha do skate, que parecia ainda mais animada do que elas. — Se bem que, com esse uniforme, a gente podia ir de skate também...

Ao lado de Rayssa, estavam atletas de diferentes esportes: Rebeca Andrade, da ginástica artística, ajeitava o coque com precisão; Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, conversava animadamente com Bruno Fratus, da natação; Alisson dos Santos, do atletismo, brincava com o próprio uniforme, enquanto a dupla do vôlei de praia, Ana Patrícia e Duda, parecia tentar disfarçar o desconforto com o chinelo, mas acabaram rindo também.

Todos compartilhavam a mesma mistura de ansiedade e orgulho. Afinal, mais importante que o uniforme era o que ele simbolizava: o sonho de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos.

— No fim, chinelo ou não, vamos fazer história! — disse Carol, com um sorriso determinado.

— Com certeza! — completou Thaisa. — E quando a gente subir no pódio, ninguém vai lembrar do chinelo!

Com esse espírito, as jogadoras e os outros atletas seguiram juntos para o desfile, prontos para abraçar cada momento dessa experiência olímpica.

Enquanto os atletas se organizavam no corredor, Ana Patrícia e Duda se destacavam pelo tamanho imponente e a descontração. Ana, sempre brincalhona, deu um leve empurrão em Duda e apontou na direção de Roberta e Macris, que conversavam animadamente mais à frente.

— Vamos lá dar uma zoada nelas? — sugeriu Ana Patrícia, rindo.

— Com certeza! — Duda concordou, já imaginando o que estava por vir. As duas começaram a caminhar em direção às levantadoras, que nem notaram a aproximação.

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