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Estavam todos em casa quando o telefone tocou. Carol atendeu rapidamente, sentindo o peso da ansiedade no ar. Do outro lado da linha, o médico pediu para falar com ela e Anne, e então todos se reuniram na sala para ouvir o que ele tinha a dizer sobre os resultados de compatibilidade da medula óssea de Joe.

— Tenho boas notícias e algumas decisões importantes para vocês tomarem, — começou o médico com um tom sério, mas esperançoso. — Nenhum dos familiares diretos de Joe, como Luke, Teun ou Irene, apresentou alta compatibilidade. Os resultados variaram entre 30% e 40%, o que não é o suficiente para um transplante ideal.

O silêncio dominou a sala. Teun olhou para Irene, que mantinha uma expressão fechada, e Luke balançou a cabeça levemente, em um gesto de desânimo. No entanto, o médico logo continuou.

— Agora, a boa notícia: Anne apresentou 75% de compatibilidade, o que já é bastante promissor. E Carol... você tem 90% de compatibilidade, o que é excelente.

Carol arregalou os olhos, surpresa. Anne apertou a mão de Carol, sentindo a tensão entre as duas suavizar um pouco com a esperança que o resultado trazia.

— Isso significa que eu posso ser a doadora? — perguntou Carol, sua voz carregada de expectativa.

O médico fez uma breve pausa antes de responder.

— Sim, Carol, você pode ser a doadora. Porém, gostaria de conversar com vocês sobre outra opção. Existe uma alternativa que algumas famílias em situações semelhantes já consideraram.

Ele respirou fundo, preparando-se para abordar um tópico mais delicado.

— Vocês poderiam, juntas, considerar uma junção genética. Em outras palavras, engravidar, para criar uma compatibilidade ainda maior no futuro bebê. Há casos em que o material genético de ambas as mães poderia ser combinado, e o bebê poderia ser o doador perfeito para Joe. Não é uma decisão fácil, mas seria uma possibilidade a se considerar.

A sala ficou em silêncio absoluto, com todos os presentes absorvendo a ideia. Carol e Anne trocaram um olhar confuso e surpreso. Era uma sugestão que elas nunca tinham imaginado, ainda mais naquele contexto.

— Engravidar? — Anne perguntou, com um misto de surpresa e seriedade na voz. — Você está sugerindo que tenhamos um filho para ajudar Joe?

— É uma alternativa que existe, — respondeu o médico, com cuidado. — Claro que não é uma decisão para ser tomada de forma impulsiva. Vocês duas precisariam conversar bastante sobre isso e considerar o impacto que isso teria, tanto emocional quanto fisicamente. O transplante a partir de Carol é uma excelente chance, mas com essa nova possibilidade, vocês teriam ainda mais chances de sucesso.

Carol, ainda um pouco atordoada com a sugestão, respirou fundo. — Eu... eu nem sei o que dizer agora, — ela murmurou. — É uma ideia tão... inesperada.

— Eu entendo, — disse o médico, suavemente. — E quero deixar claro que o transplante com sua medula, Carol, também é uma excelente opção. Mas como vocês têm uma conexão genética tão boa, essa alternativa de junção genética foi algo que pensei em sugerir.

Anne passou a mão pelos cabelos, claramente processando tudo. — Isso é muito para pensar, — ela admitiu. — Precisamos conversar sobre isso...

Teun, que até então estava em silêncio, balançou a cabeça em compreensão. — O importante é salvar Joe. Qualquer decisão que vocês tomarem, estaremos aqui para apoiar.

Irene, por outro lado, parecia mais reservada, ainda com uma expressão difícil de ler. Luke observava atentamente, sem saber como contribuir para a conversa.

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