A saúde de Joe

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Era de madrugada quando Carol ouviu leves batidas na porta. Era Joe, que estava acordado e com uma expressão preocupante, claramente indicando que não estava bem.

— Tia Carol, Anne, posso dormir com vocês? Tive um pesadelo e não tô conseguindo dormir de novo — disse Joe assim que Carol abriu a porta.

Carol não hesitou. Sem dizer uma palavra, pegou o menino no colo, fechou a porta e caminhou em direção à cama. Assim que sentiu a cabeça de Joe em seu ombro, uma inquietação tomou conta dela. Algo estava errado.

— Ei, você está bem? Você me parece com febre — falou, aconchegando Joe ao lado de Anne, que rapidamente se virou para avaliar o estado do irmão.

Anne, com a preocupação estampada no rosto, colocou as mãos sob a testa de Joe, enquanto Carol procurava o termômetro.

— Joe, o que está acontecendo? — questionou Anne, sua voz suave, mas cheia de ansiedade.

Joe parecia ponderar algo, seu olhar distante, enquanto as duas mulheres se preocupavam cada vez mais com ele.

— Ah, eu vomitei um pouco quando acordei e estava saindo sangue do meu nariz... mas não é nada demais — respondeu Joe, tentando desviar a atenção da gravidade da situação.

Carol franziu a testa ao ouvir as palavras dele. A lembrança do que Joe havia enfrentado antes, quando foi diagnosticado com leucemia, voltou à sua mente como um flash. O tratamento, as idas ao hospital, o medo que sentiam quando a saúde do garoto vacilava. Ela se esforçou para manter a calma, mas a inquietação dentro dela só aumentava.

— Não é nada demais? Joe, você já teve leucemia. Temos que ficar atentos — disse Carol, sua voz firme, mas cheia de amor e preocupação.

Anne concordou, seu olhar fixo no irmão.

— É verdade, amor. Precisamos verificar isso direitinho. Você não pode ignorar os sintomas. Vamos medir sua temperatura e, se precisar, chamamos o médico.

Joe, percebendo a seriedade delas, hesitou por um momento, mas logo deu de ombros.

— Eu tô bem, meninas. É só uma fase — tentou minimizar, mas o tom de sua voz betrayava sua insegurança.

— Não é só uma fase, Joe — insistiu Carol, acariciando o cabelo dele. — Se você não estiver bem, queremos te ajudar. Não se preocupe, estamos aqui para você.

Anne, agora com o termômetro em mãos, olhou para Carol, preocupada. Elas sabiam que a saúde de Joe precisava ser tratada com toda a atenção do mundo. Ele não poderia desconsiderar os sinais que seu corpo estava dando. As duas namoradas trocaram um olhar cúmplice, reconhecendo que, independentemente do que acontecesse, juntas poderiam enfrentar qualquer desafio que aparecesse em seu caminho.

Joe, percebendo que as duas estavam determinadas a cuidar dele, começou a bolar uma desculpa.

— Eu... eu só quero pegar o Dino, meu dinossauro de pelúcia. Ele tá lá no meu quarto. Se eu não pegar ele, não consigo dormir — disse, tentando dar uma expressão de súplica ao olhar.

Carol trocou um olhar rápido com Anne, ambas sabendo que Joe estava usando o Dino como uma maneira de escapar dos remédios.

— Tudo bem, vou pegar o Dino — disse Carol, já se levantando. — Mas depois você promete que vai tomar seu remédio, certo?

— Prometo! — respondeu Joe, com um sorriso que mal disfarçava sua intenção. Ele estava tentando parecer mais esperto do que realmente era.

Carol foi até o quarto de Joe e, após alguns momentos, voltou com o dinossauro de pelúcia, que estava cercado por outros brinquedos.

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