O pedido.

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Havia se passado um ano desde as Olimpíadas, e a vida havia mudado consideravelmente para todos. Carol, agora completamente recuperada de sua lesão, havia voltado a jogar no Dentil Praia Clube (DPC). O ritmo intenso dos treinos e as competições de vôlei a faziam sentir-se viva novamente, cheia de energia e determinação. O apoio de Anne e de sua família durante a reabilitação foi crucial, e agora Carol se sentia mais forte do que nunca.

Joe, por sua vez, também estava em um lugar muito melhor. Após meses de tratamento, finalmente não apresentava mais nenhum resquício da leucemia. O garoto agora vivia no Brasil, ao lado da tia Carol e de Anne, mergulhando na cultura vibrante do país. Ele se adaptou rapidamente à nova vida, fazendo novos amigos e explorando cada canto de Belo Horizonte com a curiosidade típica de uma criança. Dona Terezinha, mãe de Carol, tinha se tornado uma avó carinhosa e protetora, sempre mimando Joe com seus pratos favoritos e fazendo dele seu novo xodó.

Luke, o irmão de Anne, também tinha boas notícias. Ele foi contratado pelo Minas Tênis Clube e estava se destacando nas quadras. A felicidade de Luke por estar em um time respeitável encheu sua família de orgulho. Teun, seu pai, embora agora estivesse sozinho na Holanda, sentia-se realizado ao ver os filhos alcançando seus sonhos. Ele frequentemente ligava para Carol e Anne, compartilhando histórias e celebrando as conquistas deles à distância.

Enquanto isso, Anne estava em uma missão especial. Após meses de planejamento, ela havia reservado uma mesa no melhor restaurante de Belo Horizonte, determinado a fazer daquela noite um momento inesquecível. Era uma ocasião especial — ela pretendia pedir Carol em casamento. Com o coração acelerado, Anne organizou cada detalhe, desde a decoração à música que tocaria ao fundo. Queria que tudo fosse perfeito, refletindo o amor que sentia por Carol e a importância que aquele momento tinha para elas.

Naquela noite, Anne se vestiu com um elegante vestido que acentuava suas curvas e se sentiu nervosa, mas animada. Enquanto se dirigia ao restaurante, pensava em como a vida havia mudado para melhor. O caminho que percorreu ao lado de Carol, com os altos e baixos, parecia ter construído um vínculo ainda mais forte entre elas.

Ao chegar ao restaurante, Anne foi recebida calorosamente e levada a uma mesa com vista para a cidade. Ela observou as luzes brilhantes de Belo Horizonte e respirou fundo, lembrando-se de cada momento que viveu com Carol. O tempo passou e, finalmente, o grande momento chegou. Quando Carol entrou, deslumbrante e radiante, Anne sentiu seu coração disparar.

— Você está linda, meu amor! — exclamou Anne, sorrindo ao ver a reação de Carol.

— Uau! Tudo isso é para mim? — Carol perguntou, encantada, enquanto se sentava à mesa.

— Claro que sim! — respondeu Anne, o nervosismo crescendo. — Eu planejei... —

— Você planejou tudo? — interrompeu Carol, com um brilho nos olhos. — Me diga o que você preparou!

Anne riu, tentando se concentrar. — Bem, eu queria... —

— O que você queria? Estou tão curiosa! — Carol insistiu, um sorriso brincando em seus lábios.

Anne respirou fundo e tentou novamente. — Olha, Carol, eu pensei muito sobre nós e... —

— Sobre nós? Isso é incrível! Você sabe que eu amo quando você pensa sobre a gente. — Carol a interrompeu mais uma vez, colocando a mão sobre a de Anne.

— Exatamente! — Anne forçou um sorriso, mas a pressão estava aumentando. — Eu queria dizer que, desde o dia em que nos conhecemos...

— Eu lembro desse dia! Como eu poderia esquecer? — Carol continuou, com entusiasmo. — Foi tão especial!

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