Feliz 1° de Agosto

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Finalmente chegou o dia do primeiro jogo do Brasil nas Olimpíadas, e as meninas enfrentariam o Canadá. Carol, embora já tivesse vivido a experiência olímpica antes, sentia-se mais nervosa do que na primeira vez. A ansiedade crescia a cada hora que passava, e ela não sabia ao certo como lidar com isso. O peso de representar o Brasil novamente era enorme, mas, dessa vez, parecia estar ainda mais intenso. Suas mãos suavam, e o coração batia acelerado, como se não conseguisse desacelerar.

No quarto, Carol tentava se distrair enquanto conversava com Gabi e Carol Gattaz, mas a sensação de tensão não diminuía. Elas estavam sentadas em um círculo, tentando falar sobre coisas triviais para aliviar o clima, mas Carol mal conseguia focar no que diziam. Sua respiração estava cada vez mais curta, e as paredes do quarto pareciam se aproximar, como se o espaço estivesse ficando menor.

— Está tudo bem, Carol? — perguntou Gabi, percebendo o olhar distante e inquieto da amiga.

— Eu... não sei — Carol respondeu com a voz trêmula. — Nunca me senti assim antes.

Gattaz olhou para Carol com preocupação, percebendo que algo estava fora do normal. Carol estava agitada, passando as mãos pelos cabelos repetidamente e respirando de maneira irregular. Gabi se aproximou, tentando confortá-la.

— Respira fundo, Carol. Vai passar, prometo. É só ansiedade, nada mais — disse Gabi com uma voz calma, mas Carol mal conseguia ouvir.

De repente, Carol sentiu como se estivesse perdendo o controle de seu corpo. Sua visão começou a ficar turva, e o peito apertado. As mãos tremiam, e uma sensação de pânico tomou conta de todo o seu ser. O ar parecia faltar, e ela começou a hiperventilar.

— Não consigo... eu não consigo respirar — Carol ofegava, lutando para puxar o ar.

Gattaz imediatamente se aproximou, segurando suas mãos com firmeza, mas sem machucar, enquanto Gabi rapidamente se movia para o outro lado, tentando acalmá-la.

— Carol, olha pra mim — Gattaz disse, com firmeza, mas com gentileza. — Respira devagar, inspira pelo nariz e solta pela boca. Vamos fazer isso juntas, tá?

Carol estava em pânico, as lágrimas escorrendo pelo rosto sem que ela conseguisse controlar. Era uma das primeiras vezes que sentia uma crise de ansiedade tão forte, e não sabia como reagir. Seu corpo não obedecia, e a sensação de impotência a assustava ainda mais.

Gabi, do outro lado, colocou a mão no ombro de Carol, oferecendo suporte físico e emocional. — Você não está sozinha, Carol. Estamos aqui com você. Isso vai passar.

Tentando seguir as instruções de Gattaz, Carol começou a se concentrar na respiração. No começo, era quase impossível, mas aos poucos, com a ajuda de Gabi e Gattaz, ela conseguiu desacelerar. O ar começou a fluir com mais facilidade, e as mãos pararam de tremer aos poucos.

— Isso, Carol, continue assim. Você está indo muito bem — encorajou Gabi, mantendo o tom suave e constante.

Após alguns minutos, que pareceram uma eternidade para Carol, o pânico começou a ceder. Sua respiração voltou a um ritmo mais normal, e a sensação de sufocamento começou a desaparecer. Ela ainda estava fragilizada, mas começava a recobrar o controle.

As quatro deixaram o quarto juntas, caminhando pelos corredores da Vila Olímpica em direção ao ônibus que as aguardava. Carol, ainda sentindo um leve tremor nas mãos, respirava fundo a cada passo, tentando manter o controle de sua ansiedade. Gabi, Gattaz e Rosa andavam ao lado dela, formando uma barreira invisível de apoio e proteção, como se estivessem ali para garantir que Carol não se sentisse sozinha em nenhum momento.

— Tá tudo bem, Carol? — perguntou Gabi, com um leve toque no ombro da amiga, ainda atenta a qualquer sinal de nervosismo.

Carol assentiu, esboçando um sorriso que, apesar de tímido, era verdadeiro. — Tá, eu acho que vou ficar bem. Com vocês por perto, me sinto mais calma.

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