O casamento

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(Aliança-Play on)

Os meses foram se passando, e num piscar de olhos faltavam apenas duas horas para o casamento de Anne e Carol. Decidiram celebrar a união com uma cerimônia íntima no cartório. Ambas sabiam que, se optassem por uma festa, atrairiam grande atenção da mídia, o que nunca foi o desejo delas. Elas queriam algo especial, mas reservado, para que o momento fosse só delas e de seus mais queridos.

Carol estava deslumbrante em um vestido de cetim branco de costas nuas, que realçava sua elegância natural, enquanto Anne, sempre moderna e leve, usava uma blusa de seda branca de alças finas e uma calça florida que exalava frescor e alegria. Ao redor delas, um pequeno círculo de pessoas amadas: Teun, o pai de Anne, ao lado dos irmãos Luke e Joe, além de Dona Terezinha, mãe de Carol. Como madrinhas, estavam as amigas de longa data Gabi e Pri Dairot, que carregavam nos olhos o orgulho e a felicidade por testemunharem aquele momento único.

A cerimônia no cartório era simples, mas cheia de emoção. A oficial do cartório deu início à leitura dos compromissos que Anne e Carol estavam prestes a assumir. Os olhares das duas se encontraram, transmitindo o amor e a cumplicidade construídos ao longo dos anos. Os convidados, em silêncio respeitoso, sentiam o peso e a beleza daquele instante.

Quando chegou a hora dos votos de Carol, ela respirou fundo, tomando coragem para colocar em palavras o que sentia:

— Anne, até hoje lembro como nos conhecemos. Eu estava com a Gabi no corredor da Vila Olímpica, lá em 2016, no Rio, e você esbarrou em mim... — Carol fez uma pausa, tentando conter a emoção que começava a embargar sua voz. — Naquele mesmo dia, conversamos no refeitório. Eu não sabia falar inglês, e você não entendia nada de português, mas a nossa conexão sempre foi além das palavras.

Ela parou novamente, e por um instante, a música Aliança, dos Tribalistas, ecoou em sua mente, trazendo à tona a força da promessa que estavam fazendo uma à outra. Carol continuou:

— Desde então, você me mostrou que o amor é mais do que uma simples tradução. Ele é o respeito pelos nossos sonhos, a confiança nas nossas escolhas e a força para enfrentarmos qualquer coisa, juntas. Anne, você é minha amiga, minha parceira, minha família... e hoje, é a minha esposa. Eu te prometo amor em cada detalhe, em cada manhã, e que a nossa aliança seja mais do que um símbolo: seja nossa verdade.

Anne, visivelmente emocionada, sorria enquanto segurava as mãos de Carol, sentindo o amor e a profundidade daqueles votos.

Anne respirou fundo, tentando organizar as palavras que tanto desejava dizer, mas a emoção a dominava. Ela apertou as mãos de Carol e, com os olhos marejados, começou:

— Carol... eu nunca achei que estaria aqui, diante de alguém que se tornou tudo para mim. — Anne deu uma pequena risada entre as lágrimas que começavam a cair. — Eu era alguém cheia de inseguranças e de medos... mas você, com seu sorriso, sua coragem e sua paciência, me mostrou o que é o amor verdadeiro.

Ela fez uma pausa, levando uma das mãos ao rosto para secar as lágrimas que escorriam, enquanto todos ao redor observavam emocionados. Tentando controlar a voz, continuou:

— Eu lembro da primeira vez que te vi. Não foi só um esbarrão, foi como se o mundo parasse por um segundo... e eu senti que algo grande estava para acontecer. Desde então, você me ensinou tanto. Com você, eu aprendi a me abrir, a confiar, a acreditar que posso ser amada exatamente como eu sou. E é por isso que, hoje, diante de todas essas pessoas que amamos, eu te prometo...

Anne respirou fundo, tentando conter a intensidade do que sentia.

— Eu prometo te amar nos dias bons e nos dias ruins, em todas as vitórias e derrotas. Prometo estar ao seu lado quando precisar de um abraço e quando precisar de alguém para sorrir com você. Prometo cuidar de você, te respeitar e celebrar cada conquista. Quero que você saiba que meu amor por você é forte, é profundo e é eterno.

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