The beginning of everything

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Durante o almoço, o refeitório estava animado, com várias conversas cruzando de uma mesa para a outra. Carol e Macris sentaram juntas, e, enquanto comiam, a conversa fluía naturalmente, começando sobre o treino e rapidamente passando para temas mais pessoais.

— Você reparou como a Anne tá jogando bem ultimamente? — Carol comentou entre uma garfada e outra, tentando disfarçar o orgulho em sua voz.

— Ah, percebi! — Macris respondeu com um sorriso cúmplice. — Só não sei se ela tá jogando por causa do talento ou por querer impressionar alguém...

Carol deu uma risada, balançando a cabeça.

— Eu espero que seja pelas duas coisas.

— Vocês tão muito melosas ultimamente, hein? — brincou Macris, dando uma leve cotovelada em Carol. — Mas é bom ver vocês assim. Dá pra ver que ela te faz bem.

Carol sorriu, desviando o olhar por um momento.

— Ela faz, sim... e eu quero fazer o mesmo por ela, sabe? A gente tá se acertando.

— Isso é o mais importante — disse Macris, voltando a se concentrar no prato por um instante. — Mas e você? Tá bem? Eu sei que essas coisas de relacionamento podem ser complicadas às vezes...

Carol fez uma pausa antes de responder, como se refletisse sobre a pergunta.

— Tô bem, sim. A gente se entende muito. Claro que tem uns momentos mais difíceis, mas quem não tem, né? — Ela deu de ombros. — Eu só quero continuar fazendo o que for possível pra ela se sentir segura. E tá sendo bom.

Macris assentiu, terminando sua refeição.

— Que bom ouvir isso. E, pelo jeito, vocês estão superando bem as diferenças.

— É, aos poucos, né? Mas cada dia é uma coisa nova.

Quando terminaram de comer, as duas se levantaram e começaram a caminhar em direção ao quarto. No caminho, Carol virou-se para Macris, quebrando o silêncio que se formou após o almoço.

— Ok, agora eu tô curiosa... Como aconteceu com você e a Betinha? Sempre achei que vocês fossem tão amigas... — Carol perguntou, lançando um olhar curioso para a companheira de time.

Macris riu baixo, como se já esperasse a pergunta.

— Ah, a famosa pergunta... Bom, é uma história meio longa, mas resumindo: a gente era bem próxima mesmo. Mas sabe quando as coisas começam a mudar sem você perceber?

— Sei — Carol assentiu, demonstrando interesse.

— Então, foi meio assim.....

Flashback on (POV. Macris)

Caminhando ao lado de Roberta pelos corredores do Copacabana Palace, eu podia sentir o efeito das doses de whisky e vodka. Não estávamos bêbadas, mas a leve embriaguez deixava tudo mais... divertido. A festa tinha sido uma explosão de risadas e flertes velados. Toda vez que nossos olhares se cruzavam, eu sentia algo diferente, uma tensão no ar. E agora, no silêncio dos corredores, aquilo parecia mais palpável.

Roberta, sempre cheia de piadinhas e com aquele sorriso de canto de boca, estava especialmente provocativa. Eu tentava manter a postura, brincar de volta, mas sabia que algo estava acontecendo entre nós — algo além das piadas. E por mais que eu tentasse ignorar, cada toque, cada olhar parecia confirmar isso.

— Você vai me deixar sozinha no quarto? — ela perguntou, com aquela voz carregada de uma falsa inocência, que eu conhecia bem.

Senti o coração acelerar, mas mantive o tom leve. — Ué, você que disse que queria descansar, não fui eu.

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