Além das Redes

Lua de mel

Anne e Carol agora estavam radiantes. Definitivamente casadas, sentiam uma felicidade que não cabia em palavras. Com sorrisos sinceros e um brilho nos olhos, ambas sabiam que aquele era o começo de uma nova etapa de suas vidas. Após a cerimônia no cartório, seguiram para um almoço intimista em um restaurante reservado, na companhia dos amigos e familiares que presenciaram o momento especial.

O ambiente era leve, cheio de risadas e comentários afetuosos de quem acompanhava a trajetória das duas há tempos. Dona Terezinha, mãe de Carol, não escondia o orgulho e a emoção. Luke e Joe, os irmãos de Anne, também compartilhavam sorrisos enquanto provocavam a irmã mais velha. As madrinhas, Gabi e Pri Dairot, estavam a todo momento lançando piadas, aproveitando cada oportunidade para brincar com as recém-casadas.

Entre uma conversa e outra, pratos sendo servidos e brindes cheios de alegria, Anne decidiu interromper as risadas à mesa para dizer algo importante. Ela ergueu a mão suavemente, chamando a atenção de todos.

— Um minuto, por favor... — disse, sua voz séria, mas com um olhar carinhoso para Carol.

Carol, com um sorriso curioso, virou-se para a esposa, esperando ansiosa pelo que viria.

Anne respirou fundo, parecendo um pouco emocionada, mas com um sorriso genuíno. — Carol, eu só quero aproveitar esse momento para agradecer você por ser exatamente quem é. — Sua voz saiu cheia de sentimento, e todos à mesa ficaram em silêncio, atentos ao que ela diria a seguir.

— Obrigada... obrigada por nunca deixar a comunicação ser um obstáculo para nós duas — continuou Anne, referindo-se às barreiras linguísticas que enfrentaram no início. — Desde o primeiro dia, quando só podíamos falar com gestos, olhares e sorrisos, você me fez sentir que eu estava em casa, mesmo sem entender tudo o que você dizia. E, aos poucos, você me ensinou que o amor é uma língua universal, uma que não depende das palavras, mas do coração.

Ela fez uma pausa, e o brilho nos olhos dela refletia a intensidade do momento. Carol apertou a mão de Anne, incentivando-a a continuar.

— Obrigada por me dar a oportunidade de te ver acordando todos os dias, de olhar para você dormindo e perceber o quão sortuda eu sou por estar ao seu lado. Obrigada por ser minha base, minha força, mesmo quando eu nem sabia que precisava de uma. Você tem uma maneira única de ver a vida, de enfrentar os problemas e de trazer luz para cada dia.

Anne sorriu, um sorriso entre lágrimas que expressava tudo o que palavras não conseguiam transmitir.

— Você me mostrou o que é ser família, Carol. Você me mostrou que o amor pode ser um lugar seguro, um porto. E, mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos, eu sei que o que temos é verdadeiro. Prometo retribuir cada carinho, cada momento, cada sorriso que você já me deu.

Anne não resistiu e puxou Carol para um beijo cheio de carinho e intensidade. O restaurante, tomado por um silêncio respeitoso, assistiu ao casal com olhares emocionados. Foi quando Joe, com um gesto típico de irmão caçula, colocou as mãos sobre os olhos e exclamou, em tom dramático:

— Eww! Beijo! — arrancando uma risada espontânea de todos à mesa, especialmente de Carol, que deu uma piscadinha para o menino e abraçou Anne com ainda mais força.

Quando o almoço terminou, ainda houve tempo para mais abraços, mais risadas e desejos sinceros de felicidade. Os convidados se despediram com entusiasmo, e Anne e Carol finalmente partiram rumo ao próximo destino: o aeroporto, onde embarcariam para a viagem dos sonhos que haviam planejado com carinho.

As duas decidiram passar a lua de mel nas Maldivas, um destino que sempre sonharam. A ideia de praias paradisíacas, dias ensolarados e noites tranquilas parecia perfeita para o descanso e a conexão que buscavam. No caminho para o aeroporto, ainda riam dos comentários de Joe e conversavam sobre o quão perfeito tinha sido aquele dia.