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Carol estava ansiosa para ver sua mãe antes da final das Olimpíadas. Sabia que dona Terezinha estava tão envolvida e emocionada quanto ela para o grande momento. Como o treino tinha acabado mais cedo, Carol decidiu aproveitar a folga e surpreender a mãe.

— Meninas, hoje não vou tomar café com vocês... vou ver minha mãe — disse Carolana com um sorriso caloroso no rosto.

— Ai, que saudade da tia Tetê e das delícias que ela faz! — respondeu Gabi, com um tom brincalhão. — Se ela tiver feito alguma coisa boa, não esquece de trazer pra gente, tá?

— Pode deixar, Gabs! — respondeu Carol, rindo.

Após sair do vestiário, Carol passou pelo alojamento para deixar suas coisas do treino e trocar de roupa. Como estava hospedada na Vila Olímpica, tinha deixado dona Terezinha em seu apartamento no Recreio. Sabia que a mãe nunca aceitaria ficar em um hotel de luxo, então o apartamento familiar, com a simplicidade e o aconchego de sempre, era o lugar perfeito.

O caminho para o condomínio estava repleto de boas lembranças. Carol sempre associava os momentos com sua mãe às refeições caseiras que dona Terezinha preparava. Desde criança, a comida era um elo entre elas — o cheiro do feijão temperado, a massa fresca das tortas, e o inconfundível sabor do bolo de cenoura com cobertura de chocolate que marcava as tardes de domingo.

"Quantas vezes cheguei em casa cansada, e lá estava ela, na cozinha, fazendo alguma coisa gostosa. Era como se cada refeição fosse uma maneira de me reconfortar, de mostrar amor sem precisar de palavras", Carol pensava enquanto dirigia.

Ao chegar no condomínio, a felicidade estampada em seu rosto era visível.

— Bom dia, seu Severino! O senhor sabe se minha mãe está aí? — perguntou Carol, sorridente, ao porteiro.

— Olha, minha filha, acho que está sim — respondeu o porteiro, devolvendo o sorriso.

Carol, que sempre gostava de demonstrar seu carinho pelas pessoas ao redor, entregou a ele um pote com bolo de chocolate.

— Não esqueci do senhor não, hein! — disse com uma piscadela, e o porteiro agradeceu.

Ela entrou no elevador e apertou o botão do 7º andar, já sentindo o cheiro da comida caseira que, provavelmente, sua mãe estava preparando. Ao abrir a porta do apartamento com cuidado, tentando não fazer barulho, um aroma familiar tomou conta do ambiente. Era como voltar no tempo, para aqueles dias em que chegava da escola e a casa estava preenchida com o cheiro de algo delicioso que dona Terezinha tinha acabado de preparar. Ao abrir a porta, o cheiro inconfundível de comida caseira envolveu Carol imediatamente. O aroma de pão de queijo fresquinho e bolo recém-assado se espalhava pelo apartamento, trazendo uma sensação acolhedora e nostálgica.

— Mãe? — chamou Carol, sorrindo enquanto se aproximava da cozinha.

— Aqui, filha! — respondeu dona Terezinha, com a voz alegre.

Quando Carol entrou na cozinha, encontrou a mãe em plena atividade, tirando uma fornada de pão de queijo do forno, enquanto, na bancada, já repousavam um bolo de chocolate e outro de cenoura, ambos com cobertura generosa de chocolate.

— Mãe, não acredito que você fez tudo isso! — Carol disse, com os olhos brilhando.

Dona Terezinha se virou e, ao ver a filha, largou tudo o que estava fazendo e abriu os braços.

— Ah, minha menina! — disse emocionada, enquanto envolvia Carol em um abraço apertado. — Você tá linda, minha filha, e eu tô tão orgulhosa de você.

Carol sentiu o calor do abraço, o mesmo que sempre a reconfortava desde pequena. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas eram lágrimas de felicidade.

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