Meu Porto Seguro

210 21 0
                                    


Em meio à conversa fluida que estava tendo com Carol, Anne não conseguiu conter a imensa gratidão que sentia pelo gesto da namorada. Sabia que Carol tinha feito de tudo para que pudessem passar mais tempo juntas, e aquilo significava muito para ela. O coração de Anne estava cheio, não de palavras, mas de um amor tão intenso que mal cabia em si.

— Nossa, amor, obrigada de verdade por isso, eu nem sei como... — começou Anne, tentando expressar o que sentia, mas foi rapidamente interrompida por Carol, que sorriu e a olhou com ternura.

— Não precisa agradecer... Eu te amo — disse Carol, se acomodando entre as pernas de Anne e abraçando-a pela cintura. — Isso aqui é o mínimo que posso fazer por você.

Anne sentiu o calor do corpo de Carol contra o seu e, naquele momento, soube mais uma vez o quanto sua vida tinha mudado desde que Carol entrou nela. Não era uma mudança qualquer, mas uma transformação profunda e positiva. Com Carol, ela se sentia plena, como se tivesse encontrado algo que nem sabia que procurava. Não era riqueza material que a preenchia, mas sim a abundância de carinho, afeto e compreensão que Carol oferecia diariamente.

Ela apertou Carol um pouco mais forte, permitindo-se fechar os olhos por um instante, absorvendo cada segundo daquele abraço.

— Eu não sei como descrever o que você significa pra mim... — Anne disse suavemente, com a voz embargada. — Com você, eu me sinto rica de verdade, mas é de amor, de tudo o que a gente tem. E é com você que eu quero construir uma família, ter um futuro... tudo.

Carol sorriu, sentindo o peso das palavras de Anne em seu peito. Ela também havia encontrado em Anne algo que jamais pensou que sentiria tão forte: um amor puro, que a fazia querer ser melhor a cada dia.

— Eu também, Anne... — respondeu Carol, levantando o rosto para encarar os olhos da namorada. — A gente vai ter tudo isso, juntas. Eu prometo.

Carol puxou Anne um pouco mais para perto, até que os rostos das duas estivessem praticamente colados. Seus narizes se tocaram levemente, e elas fecharam os olhos por um segundo, aproveitando a conexão íntima e silenciosa que existia ali. Carol encostou a testa na de Anne, sentindo a respiração quente e suave da namorada, e, naquele instante, parecia que o mundo ao redor delas desaparecia.

— Você sabe, né? — Carol murmurou, a voz baixa e cheia de emoção. — Que eu faria qualquer coisa por você... pra te ver feliz.

Anne abriu os olhos devagar, encarando os de Carol bem de perto. Sentia o coração bater mais rápido, como se aquele momento estivesse gravado na sua alma. Com uma suavidade que apenas o amor verdadeiro pode trazer, ela acariciou o rosto de Carol, deixando a ponta dos dedos deslizarem pela pele dela.

— Eu sei... e eu sinto o mesmo. — Anne sussurrou, a voz falhando de leve. — Tudo o que a gente tem... é tão especial. Eu não sei como explicar, mas estar com você é como... estar em casa.

Carol sorriu com os olhos fechados, as palavras de Anne aquecendo cada parte de si. Ela segurou o rosto da namorada com as duas mãos, os polegares acariciando suavemente as bochechas de Anne.

— Você é a minha casa, Anne. — Carol respondeu baixinho, abrindo os olhos devagar e encarando aqueles que ela tanto amava.

Nesse instante, como se o universo inteiro conspirasse a favor delas, Carol inclinou a cabeça um pouco para o lado, e Anne fez o mesmo. Com os narizes ainda se tocando e as testas unidas, suas respirações se misturaram, e o beijo veio de forma natural, suave e cheio de sentimento.

Os lábios de ambas se encontraram, primeiro num toque delicado, depois num beijo que transmitia tudo o que palavras não podiam. Era o tipo de beijo que falava de amor, de promessas silenciosas, de futuros compartilhados. Ali, naquele instante, elas estavam mais conectadas do que nunca, perdidas uma na outra e no amor que as unia.

Quando o beijo terminou, elas ainda ficaram ali, próximas, com os rostos tão juntos que podiam sentir a respiração uma da outra. Anne manteve os olhos fechados por mais um momento, como se quisesse prolongar a sensação de paz que Carol sempre trazia consigo. Quando finalmente abriu os olhos, encarou Carol com uma mistura de gratidão e admiração, e as palavras vieram de forma natural, diretamente do coração.

— Você é a minha calmaria no meio de toda a tempestade, Carol — disse Anne, a voz suave, mas carregada de emoção. — Quando tudo parece desmoronar, quando eu me perco em meio ao caos, é você que me traz de volta. Você tem esse jeito de me fazer sentir segura, amada... como se nada mais importasse além do que a gente tem.

Carol a observava com um olhar tão terno que quase doía. Ela sabia o quanto a vida de Anne podia ser tumultuada, cheia de pressões e expectativas, e o quanto era importante para ela ser esse porto seguro.

— Eu só quero te proteger de tudo, Anne — Carol respondeu, sua voz baixa, quase um sussurro, enquanto seus dedos acariciavam o cabelo da namorada. — Ser esse lugar de paz pra você, onde você sempre pode voltar, não importa o que aconteça lá fora.

Anne sorriu com os olhos cheios de lágrimas, mas não eram de tristeza. Eram de uma gratidão tão profunda que ela mal conseguia expressar.

— E você é, Carol. Mais do que eu poderia pedir. — Ela passou a mão pela nuca de Carol, segurando-a delicadamente, como se quisesse mantê-la ali, sempre perto. — Eu não sei o que seria de mim sem você... Só sei que, com você, até as piores tempestades parecem menores, porque eu sei que não estou sozinha.

Carol, sem palavras para responder àquilo, apenas aproximou seus rostos mais uma vez, encostando os lábios levemente nos de Anne num beijo suave, cheio de carinho. Cada toque, cada gesto parecia reafirmar tudo o que já sentiam, como se dissessem sem precisar de palavras: Eu estou aqui. Eu sempre vou estar aqui.

Além das Redes Onde histórias criam vida. Descubra agora