I miss you

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Após o almoço de comemoração com o time, Anne se sentiu mais tranquila. Elas haviam jogado à tarde, e a vitória contra a Alemanha ainda vibrava em seu peito. Mesmo com toda a agitação e a alegria ao redor, havia uma parte dela que queria compartilhar esse momento com Carol. Sabia que já era madrugada em Bogotá e que Carol estava dormindo, mas não resistiu ao desejo de falar com ela.

Anne se dirigiu discretamente ao banheiro do hotel, tomando cuidado para não acordar suas companheiras de quarto. Fechou a porta devagar e sentou-se no chão frio, apoiando as costas na parede enquanto segurava o celular. Discou o número de Carol e esperou, sabendo que talvez ela estivesse profundamente adormecida.

Após alguns toques, a voz sonolenta e baixa de Carol finalmente atendeu:

— Anne? Tá tudo bem? — Carol murmurou, com um tom preocupado e rouco de quem acabou de acordar.

Anne sorriu, falando em um tom mais baixo para não acordar ninguém.

— Tá tudo bem, amor. Eu sei que é tarde aí, mas eu precisava falar com você. A gente ganhou, Carol! 3 a 0! — ela disse, ainda sentindo o entusiasmo da vitória pulsar em sua voz.

Carol, um pouco mais desperta, deu uma risadinha suave.

— Eu sabia que você ia arrasar... Capitã e ainda liderando um 3 a 0. Não esperava nada menos de você. — Carol disse, com uma ponta de orgulho que aqueceu o coração de Anne.

Anne suspirou, sentindo-se mais leve.

— Foi incrível, mas eu tava nervosa no começo... Com toda a responsabilidade e a pressão, sabe? Mas depois, as coisas fluíram. Eu queria muito compartilhar isso com você antes de você ver o resultado mais tarde. — Anne explicou, o sorriso ainda em seu rosto.

Carol sorriu do outro lado da linha, a voz suave.

— Fico tão feliz que tenha me ligado. Tava aqui sonhando com você, acredita? E agora tô ainda mais orgulhosa de saber que deu tudo certo. Como foi a comemoração? Já tiveram tempo de se divertir? — Carol perguntou, curiosa.

Anne riu baixinho.

— Foi ótimo, tivemos um almoço com o time. As meninas estão super animadas, e o treinador deu uma folga pra gente amanhã, então acho que vamos sair um pouco mais tarde. Só queria falar com você antes de seguir com os planos — respondeu Anne, sentindo-se mais conectada a Carol, mesmo de tão longe.

— Que bom, amor. Você merece comemorar. Só não exagera muito, hein? — Carol brincou, com uma risada leve. — E aqui tá tudo bem. O treino foi pesado, mas agora eu tô torcendo daqui por você, mesmo de longe. Tô com saudades...

Anne sentiu um calor no peito. Mesmo tão distante, Carol sabia como fazê-la se sentir em casa.

— Eu também tô com saudades... Obrigada por me atender, mesmo no meio da madrugada. Eu te amo muito, Carol — Anne disse, sua voz cheia de carinho.

— Também te amo, Anne. Vai lá, aproveita. A gente se fala de novo amanhã, tá? — Carol respondeu, a voz doce e acolhedora.

— Tá bom. Dorme bem. Até amanhã — Anne sussurrou antes de desligar a ligação.

Anne ainda sorria enquanto segurava o celular, mas não pôde resistir à curiosidade. Antes de desligar, voltou a levar o aparelho ao ouvido e perguntou, em um tom de brincadeira:

— Ei, amor… você disse que estava sonhando comigo. Que sonho era esse? — Anne perguntou, tentando conter a risada, mas o tom divertido escapava em sua voz.

Do outro lado, Carol riu levemente, ainda com a voz rouca de sono.

— Ah, então agora você quer saber, né? — Carol respondeu, fingindo mistério. — Eu nem sei se devo contar… pode ser perigoso pra gente.

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