Carol...

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Era domingo de manhã. Carol havia acordado cedo, como de costume, e sorriu ao sentir o leve peso do braço de Anne sobre sua cintura. Ao tentar se levantar para preparar o café da manhã, foi surpreendida pelo puxão suave de Anne, que a trouxe de volta para perto de si, encaixando Carol em seus braços em uma conchinha.

— Não são nem sete da manhã, Carol — murmurou Anne, sua voz suave e sonolenta, carregada daquele tom que sabia que desarmava Carol. — Fica mais um pouco aqui comigo.

Carol suspirou, já antecipando a dificuldade de resistir àquela insistência carinhosa. Anne, embora não fosse tão matutina, tinha suas estratégias. Carol tentou se esquivar, mas sentiu os braços firmes de Anne a envolverem, mantendo-a próxima.

— Não... essa voz, não, Anne... — respondeu Carol manhosa, com uma mistura de riso e frustração.

— Que voz? — Anne retrucou, inocente, enquanto começava a distribuir beijos leves pelo pescoço de Carol, um gesto tão delicado quanto calculado. Carol sentiu o corpo se arrepiar em resposta aos toques suaves, mas manteve uma última tentativa de resistência. Anne, no entanto, não era de desistir tão fácil. Mesmo sabendo que Carol tinha seus compromissos e rotinas, Anne tinha um jeito de dobrar suas vontades, especialmente nas manhãs preguiçosas de domingo.

— Anne... — Carol murmurou, fechando os olhos ao sentir o calor dos lábios da namorada percorrendo sua pele, já se entregando ao momento. Sabia que ceder seria inevitável.

Carol tentou esboçar alguma resistência, mas estava cada vez mais difícil ignorar os beijos leves de Anne e o calor reconfortante que emanava do corpo dela. Era uma batalha perdida desde o início, e Anne sabia disso.

— A gente não tem nada pra fazer hoje, Carol — sussurrou Anne, com a voz ainda arrastada de sono, sem parar com os beijos. — Sem treinos, sem reuniões... Nada que te faça sair dessa cama.

Carol, com os olhos semicerrados, soltou um leve gemido de protesto, mais para manter a pose do que por uma real intenção de se levantar.

— Mas... eu queria fazer o café pra gente — insistiu Carol, mais por hábito do que por vontade. Sabia que a sensação de ter Anne ali, abraçando-a, valia mais que qualquer rotina matinal.

— O café pode esperar — retrucou Anne, determinada, enquanto apertava Carol contra si de maneira carinhosa. — Hoje é só nosso. Só nós duas. E, sinceramente, esse travesseiro não vai ser tão confortável sem você aqui.

Carol riu baixinho. Anne, mesmo com a aparente preguiça matinal, era implacável quando se tratava de mantê-la na cama. E ela sabia como convencê-la.

— Eu até acredito que você está fazendo isso por mim — brincou Carol, de olhos fechados, aproveitando a sensação de ser mantida nos braços de Anne.

— Claro que é por você — respondeu Anne, com um tom brincalhão, mas ainda assim carinhoso. — Não tem nada mais importante hoje do que te manter aqui comigo. Sem relógio, sem agenda... só nós.

Carol suspirou, finalmente relaxando por completo, rendida. Sabia que Anne tinha razão, e a verdade era que ela também desejava um dia assim, sem pressa, sem compromissos. Apenas as duas, aproveitando a companhia uma da outra.

— Você é terrível — murmurou Carol, afundando-se mais nos braços de Anne, já desistindo de se levantar.

— E você ama isso — respondeu Anne, com um sorriso satisfeito, selando o momento com um beijo carinhoso na nuca de Carol, que agora estava completamente entregue.

Carol ficou em silêncio por alguns segundos, tentando manter uma fachada de resistência, mas já sabia que tinha perdido a luta. Finalmente, com um suspiro derrotado, virou-se devagar nos braços de Anne, agora de frente para ela. O rosto da holandesa estava relaxado, com um sorriso suave brincando nos lábios, e seus olhos, ainda um pouco sonolentos, brilharam quando se encontraram com os de Carol.

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