Girls night

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O clima no quarto de Gabi e Carol era o mais aconchegante possível, sempre cheio de brincadeiras e piadas que preenchiam o espaço com uma leveza rara para um grupo de atletas em plena competição. Era o tipo de ambiente em que todos podiam relaxar, esquecer por alguns momentos a pressão dos jogos e se permitir apenas serem jovens se divertindo. Aquele quarto se tornava um refúgio da tensão, uma espécie de bolha onde a amizade era o centro de tudo.

Thaisa, com sua habitual calma, estava sentada na beira da cama, concentrada em trançar o cabelo de Carol, que estava no chão, de olhos fechados, quase adormecendo com o carinho. Carol amava quando Thaisa trançava seu cabelo, sentindo-se reconfortada como se estivesse em casa. Era um daqueles pequenos gestos que, em meio ao caos das Olimpíadas, fazia com que ela se lembrasse da simplicidade das coisas. Além disso, o ato de trançar o cabelo se tornava quase um ritual, um momento de conexão entre elas.

Do outro lado do quarto, Gabi e Roberta estavam de pé, em frente à televisão, cantando e dançando como se estivessem em um show de verdade. Elas seguravam os microfones de karaokê com convicção, interpretando cada música com paixão exagerada, arrancando risadas de todos no quarto. Era impossível não se contagiar com a energia delas.

Anne e Madison, por outro lado, estavam sentadas na cama de Gabi, concentradas em pintar as unhas uma da outra. Madison, com um sorriso travesso no rosto, brincava com as cores de esmalte, tentando convencer Anne a usar um tom mais chamativo. Anne, um pouco mais tímida em relação a essas coisas, torcia o nariz para o rosa neon que Madison sugeria, mas acabava rindo de suas tentativas de persuasão. Para ela, aqueles momentos de descontração ao lado de suas colegas de time e de Carol eram especiais, uma chance de se aproximar ainda mais de todas.

O ambiente estava tão leve e descontraído que quase era possível esquecer que estavam em um evento de magnitude global, com milhões de olhos sobre elas. No entanto, ali dentro, as tensões e expectativas não tinham espaço. Eram só elas, amigas, dividindo momentos simples, mas cheios de significado. Era como se, por algumas horas, pudessem se esquecer da responsabilidade de representar seus países, concentrando-se apenas em aproveitar a companhia uma da outra.

De repente, Carol se levantou com um sorriso misterioso no rosto, indo em direção a uma sacola que estava encostada ao pé da cama.

– Meninas, minha mãe mandou algumas coisas pra vocês hoje – disse, começando a abrir a sacola.

Gabi, ao ouvir isso, deu um pequeno pulo, largando o microfone e correndo até Carol.

– O pão de queijo da tia Tetê! – exclamou, passando a língua nos lábios como uma criança esperando por um doce.

Carol riu da reação exagerada da amiga, enquanto tirava de dentro da sacola alguns potes que estavam embrulhados com cuidado.

– Pão de queijo? É tipo um sanduíchinho? – perguntou Anne, olhando curiosa para os potes que Carol segurava.

– Não exatamente – respondeu Carol, rindo da confusão de Anne. – É um pãozinho brasileiro, bem famoso, feito de queijo. Minha mãe faz o melhor do mundo!

Anne e Madison se entreolharam, ainda um pouco confusas, mas claramente interessadas. Elas já haviam ouvido as outras falarem sobre pão de queijo antes, mas nunca tinham experimentado.

– Melhor do mundo? Isso é um desafio? – provocou Madison, arqueando uma sobrancelha.

– Experimenta e você vai ver – Carol respondeu com confiança, entregando um dos potes para ela.

As meninas rapidamente abriram os potes, e o cheiro irresistível de pão de queijo se espalhou pelo quarto. Gabi foi a primeira a pegar um, mordendo com vontade e soltando um suspiro satisfeito.

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