Promises

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Já passava das nove e meia da noite, e a casa estava mergulhada em silêncio. Todos já haviam se retirado para seus quartos, inclusive Anne e Carol. Carol, no entanto, sabia que Anne ainda não havia dormido. Ela conseguia sentir isso, como sempre. Decidida, levantou-se devagar de sua cama no quarto de hóspedes e, com passos leves, deixou o quarto, tomando o cuidado de não fazer nenhum ruído que pudesse acordar os pais de Anne.

O quarto de Anne ficava logo em frente ao seu. Carol atravessou o corredor rapidamente e, ao abrir a porta com cautela, encontrou a cena que esperava: Anne estava sentada na cama, concentrada em um livro. Carol não pôde deixar de sorrir ao vê-la assim, tão serena e tranquila. Ela se aproximou com passos silenciosos e, ao chegar perto, passou as mãos delicadamente pelos ombros de Anne, que se arrepiou instantaneamente ao sentir o toque.

Carol sorriu maliciosamente, sabendo que aquele arrepio era apenas o começo.

— O que faz aqui? — Anne perguntou, sem levantar o olhar do livro, sua voz carregada de um tom quase cênico. Ela sabia muito bem o motivo da presença de Carol, mas gostava de provocá-la. Carol havia prometido algo mais cedo, e Anne estava esperando por isso desde o momento em que saíram do quarto para o almoço com seus pais.

Carol inclinou-se sobre Anne, aproximando os lábios do ouvido dela, e sussurrou com a voz carregada de intenção:

— Vim cumprir o que prometi. Você achou mesmo que eu ia esquecer?

Anne finalmente fechou o livro, pousando-o de lado na cama, e olhou para Carol, um sorriso leve e desafiador nos lábios.

— Achei que você talvez fosse me deixar dormir... — provocou Anne, mas seus olhos diziam o contrário. Ela esperava por Carol, desejava aquele momento.

Carol riu baixinho, deslizando as mãos dos ombros de Anne até sua cintura, sentindo o corpo dela relaxar sob seu toque. Ela inclinou-se mais, pressionando um beijo leve no pescoço de Anne, e sussurrou:

— Quem disse que eu não vou te deixar dormir? Só quero garantir que você tenha sonhos bem... intensos e de preferência comigo.

Anne fechou os olhos por um instante, sentindo o calor do corpo de Carol se aproximar ainda mais. Ela soltou um suspiro suave, o desejo e a antecipação crescendo.

— E como você pretende fazer isso? — Anne perguntou, abrindo os olhos lentamente, desafiando Carol a responder com ações.

Carol, sem dizer mais uma palavra, deslizou para a frente de Anne, ajoelhando-se na cama e puxando-a para mais perto. Seus olhares se encontraram por um instante, o quarto agora silencioso, exceto pela respiração das duas. O momento entre elas estava carregado de expectativa, cada segundo mais intenso do que o anterior.

— Acho que você já sabe a resposta — murmurou Carol, antes de puxar Anne para um beijo profundo, cheio de desejo, como se todo o tempo que haviam passado longe uma da outra estivesse prestes a ser compensado ali, naquele instante.

Anne correspondeu ao beijo imediatamente, suas mãos deslizando até os braços de Carol, puxando-a ainda mais para perto. A tensão entre elas crescia a cada toque, cada beijo, enquanto Carol se inclinava mais sobre Anne, deixando claro que a promessa feita mais cedo não seria esquecido tão facilmente.

Carol, ainda com um brilho malicioso nos olhos, analisava o quarto de Anne com mais atenção. Seu olhar pousou nas medalhas mais valiosas da holandesa: a olímpica do Rio 2016 e a do mundial do ano anterior. Carol se levantou e, sem que Anne notasse suas intenções, pegou as medalhas, girando-as entre os dedos com um sorriso malicioso.

— Você sabe para que servem essas medalhas, Buijs? — perguntou Carol, a voz tingida de uma provocação velada, segurando a medalha olímpica diante dos olhos de Anne, que a observava com um sorriso de canto.

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