Vocês devem estar se perguntando o que aconteceu entre Emily e Eric durante esse tempo. Bom, saibam que ela não conseguiu terminar o namoro. Ficou tão atordoada pelo sumiço da prima que não pensava em outra coisa que não encontrá-la. Envolveu-se em orações ao longo do dia, para que Deus guardasse Victória em segurança e não permitisse que nenhum mal lhe acontecesse.
Porém, a mente da menina estava tão arruinada quanto um teto cheio de rachaduras. Teve que consolar a tia o tempo inteiro e ao mesmo tempo pediu desculpas por ter revelado a verdade para Victória de um jeito tão abrupto. No fundo, sentia que o sumiço da prima era sua culpa. No outro dia, não queria ir para a escola, mas a própria Brenda ficara insistindo para ela ir.
Então, Eric passou na casa de Monique para buscar Emily, afim de lhe dar todo o apoio na hora de entrar na escola. Quando ouviu a campainha tocar, ela pegou a mochila e correu para fora. Abriu um sorriso fraco, meio forçado, e Eric lhe deu um beijo rápido nos lábios. Ambos caminhavam de mãos dadas, enquanto Emily refletia sobre um assunto que nada tinha a ver com os últimos acontecimentos.
— Por que a gente nunca se beija? — perguntou.
— Como assim, Sweetie? Eu acabei de te beijar.
Ela piscou.
— Não, eu me refiro a um beijo de verdade. Um beijão.
Ele estreitou as sobrancelhas.
— Mas a gente se beija assim também.
— É raro, Eric. Quer dizer, aconteceu só duas vezes. Uma na sua casa e ainda fomos interrompidos porque Letícia apareceu. E outra vez foi quando começamos o namoro e demos aquela volta na praça. Mas se você prestar atenção, vai ver que é raro.
— Ah, é bom fugir das tentações, né? Tipo… se o beijo for muito prolongado, a gente pode pecar. Eu prefiro ter cuidado.
Ela parou de andar.
— Não vamos pecar, pode me beijar agora.
Ele parou ao seu lado, incrédulo.
— Mas assim, do nada?
— É.
Ele percebeu o ar de desespero em seus olhos e se sentiu mal.
— Emily, o que foi?
Ela deu uma risada histérica.
— Nada, ué. Eu só quero que meu namorado me beije. Algum problema?
— O que a Brenda te falou ontem? Você… tá estranha comigo desde então.
— Não fiquei estranha, fiquei preocupada com a minha prima, só isso.
— Beleza, mas agora ela já foi encontrada e você continua com essa cara, como se fosse chorar a qualquer momento. E agora você tá falando de uma coisa bem aleatória.
— É importante pra mim.
— Tá, mas eu não consigo te beijar como você quer agora, porque você tá muito abatida e eu não quero sentir como se estivesse me aproveitando de um momento frágil seu.
Por mais que os olhos do rapaz revelassem preocupação sincera com ela, Emily só conseguia interpretar sua fala dessa forma: Ele não quer me beijar porque não me ama.
Então, ela piscou, os olhos ardendo.
— Tudo bem, eu… ainda tô muito abalada pela briga de ontem, pelo boato que minha prima criou sobre mim. — Ela segurou as alças de sua mochila e seguiu andando em sua frente.
Eric não disse nada, mas ficou pensativo. Quando eles chegaram perto da escola, ele passou o braço em torno de seus ombros e lhe deu um beijo na têmpora, ignorando os olhares de todo mundo e os cochichos entre os colegas. Ignorou também as insinuações, as piadas e os gestos das pessoas, simulando chifres de touro na cabeça.
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A Vilã
Подростковая литератураVictória tinha tudo o que uma garota poderia querer: uma péssima relação com a mãe, uma péssima reputação na escola, um amor platônico por alguém que nunca olharia para ela, uma melhor amiga que sempre a colocava para baixo e um monte de traumas. Ou...