(Cato na mídia)
-JP? -Olhei o cara na minha frente que me olhou em seguida, um pouco assustado.
-Isa? -Ele se levantou. -O que tá fazendo aqui? -Me aproximei e sentei na frente dele que se sentou de novo, ainda confuso.
-O que você fez com o Rafa, foi por dinheiro. -Falei fria.
-Na verdade... -Interrompi ele.
-Não precisa me explicar, não tô aqui pra isso. -Comecei a xeretar minha bolsa, procurando o envelope.
-Tá aqui para que?
-Pra isso. -Peguei o envelope. -Você vai deixar o Rafa em paz. -Falei e coloquei o envelope em cima da mesa, ele olhou o envelope confuso, ele pegou e abriu o mesmo, arregalou os olhos com as notas.
-Quanto tem aqui? -Perguntou ele surpreso.
-O suficiente pra pagar a conta do Rafa, não é? -Perguntei e ele olhou nos meus olhos.
-Você não pode pagar. -Ele me devolveu o envelope.
-O que? Por que não? -Perguntei confusa.
-Porque seu dinheiro não é aceito aqui, putz, que dó, já pode ir embora. -Ele se levantou.
-Como é?! Você tá me tirando! -Falei nervosa entrando na frente dele. -Você vai pegar esse dinheiro e vai parar de perseguir o Rafa! E vai quitar a dívida dele! -Mandei nervosa e ele riu.
-Você não manda em mim! Você não manda nem em você! -Ele respondeu nervosa.
-Olha aqui ô garoto! Você pode ser Deus, mas você vai fazer o que eu tô mandando! É só pegar o dinheiro e esquecer o Rafael! -Já queria pular no pescoço dele.
-Você não manda em mim, sua mimada!
-Muito original você! Como se ninguém nunca tivesse me chamado de mimada! -Falei nervosa.
-Mas você é! Quer que eu faça o que? -Ele também já tá ficando nervoso.
-Pega a droga do dinheiro e esquece o Rafa!
-Pegar dinheiro o caralho! Não vou aceitar! -Ele tá quase gritando.
-HEY! O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI?! -Ouvi gritarem. Me virei vendo dois homens. -Responde caralho!
-Não xinga. -Falei no automático e ele me olhou.
-Como é? -Ele perguntou e revirei os olhos. -Não revira os olhos pra mim. -Ele mandou.
-Reviro sim. -Retruquei.
-Quem você pensa que é?
-Eu sou a Isabella, quem você pensa que é? -Perguntei da mesma forma, mas com a mão na cintura.
-Eu sou o BBoy, tá pensando que tá falando com quem, pirralha? -Ele perguntou.
-Pirralha não. -Cruzei os braços. -Tenho que falar com você. -Falei mais calma.
-Tem nada. -JP se meteu.
-Não se mete, garoto. -Falei nervosa pra ele.
-Olha como fala comigo. -Ele falou.
-Olha como fala comigo. -Imitei ele com voz de retardada e ouvi ele bufar. -Ai como eu te odeio! -Falei sem olhar pra ele.
-Me odeia porque nunca foi pra cama comigo. -Ele falou e revirei os olhos.
-Seu nojento. -Fiz cara de nojo.
-Nojento por quê? -Ele perguntou.
-Porque sim, agora cala boca que tenho falar com ele. -Falei olhando o tal BBoy.
-Ele não vai falar com você e cala boca você.
-Não me manda calar a boca.
-Mando sim. -Ele retrucou.
-Não manda!
-Mando sim!
-Não manda!
-Mando...
-CHEGA!
-Ah, tava na minha vez. -JP falou triste.
-João Pedro, vaza daqui que ela quer falar comigo. -BBoy falou.
-Mas pai...
-Sem mais nem menos, João Pedro. -Falou BBoy e o João Pedro bufou e saiu da sala nervoso.
-Vem cá, deixa eu te perguntar uma coisinha. -O outro cara falou colocando a mão envolta do meu pescoço. -O JP te empurrou contra a parede por que você respondeu ele? -Ele perguntou e o olhei com olhos serrados.
-Como sabe? -Perguntei e ele sorriu largamente e depois olhou o BBoy.
-Nada não, bom papo pra vocês. -Ele falou e saiu. -Aliás, meu nome é Cato.
-Prazer, sou a Isabella. -Ele sorriu e eu sorri, ele saiu da sala e olhei pro BBoy.
-Sobre o que você quer falar? -Me sentei na frente dele e suspirei.
-Hoje, seu filho foi lá na Sul, fazer não sei o que, ai meu amigo me escondeu atrás de uma lata de lixo, acabei chamando a atenção dele, porque derrubei uma lata de lixo, sem querer, ai deu uns rolos ele me jogou contra a parede, eu machuquei minha cabeça, ai durante o dia eu passei mal, e até desmaiei, ai no fim da aula, o Rafa, meu amigo que compra droga... Desculpa, comprava, foi fazer não sei o que na boca de fumo e foi ai que o JP apareceu, ele começou a bater no meu amigo, depois o Rafa me contou que foi porque ele tava devendo, então eu vim pagar a conta dele. -Falei e ele ficou me encarando.
-Qual o nome dele? -Ele perguntou pegando uma folha.
-Rafael Lange.
-Hm... Ele tá devendo 354 reais. -Falou ele e peguei o envelope e dei pra ele que abriu. -Aqui quem mais de 3.000 reais. -Ele falou e dei de ombros. Ele me devolveu 2,646. -Não vou cobrar mais. -Ele falou e sorri.
-Obrigada. -Falei sorrindo e ele assentiu.
-Cuidado com esse dinheiro, menina. -Assenti e me levantei.
-Obrigado, BBoy. -Falei e ele assentiu.
-Não tem de que, qualquer coisa é só aparecer. -Fui até o lado dele e dei um beijo na bochecha dele, depois sai do escritório, quando terminei de descer as escadas, vi o Cato e o JP conversando.
-Tchauzinho. -Dei um beijo na bochecha do Cato.
-E eu? Não ganho beijinho? -Perguntou o JP e ri negando.
Sai andando, cheguei na barreira e pedi licença pros caras e eles deram.
-Tchauzinho, bom trabalho pra vocês. -Falei passando por eles.
-Valeu. -Fui ao encontro da Mavi que veio correndo.
-Você tá bem? Te machucaram? Tocaram em você? Tentaram fazer alguma coisa? Como você tá? -Ela disparou e eu ri.
-Calma, Mavi! Eu tô bem, não fizeram nada pra mim nem comigo. -Falei e ela suspirou aliviada.
-Vamos indo, meninas? -Perguntou o Bruno e assenti, entramos no carro e fomos pra minha casa, nem almocei ainda, então passamos no MC e compramos comida e fomos pra casa.
Pretendo nunca mais falar com o JP, ele machucou meu amigo, isso não se faz.
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Aconteceu 1: Me Apaixonei Pelo Herdeiro do Morro
RomanceEla não tinha uma vida fácil. Era negligenciada pelos pais que eram os típicos brasileiros classe média alta cujo dinheiro importa mais que amor, lealdade e fidelidade. Ele, nunca teve uma vida fácil, apesar de ter amor, foi criado na vida errada e...