-Meu pai vai me matar. -Sussurrei ajeitando nossos corpos na cama.
Dormi em seguida.
[...]
Acordei com algo se mexendo na cama, abri os olhos e a Isa que antes tava de costas pra mim, agora está deitada no meu peito. Se meu pai me vir com ela, eu estou bem fodido. Tentei sair de seus braços, mas ela me abraçou, se eu me mexesse ela iria acordar... Não que eu me importe com ela, mas ela tá tão bonitinha dormindo. Quero dizer...
-Acorda logo, Isabella! -Empurrei ela que levou um susto e despertou, ela tá com a cara amassada, cabelo bagunçado, olhos inchados, bochechas grandes, ela tá muito lin... Vou levantar.
-Que monstro você. -Ela falou com um biquinho fof... O QUE TÁ ACONTECENDO COMIGO?!
-Acontece, né? -Perguntei sarcástico entrando no banheiro.
Tomei meu banho, coloquei a cueca que levei comigo e sai do banheiro secando meu cabelo com a toalha, o projeto de gente ainda tá dormindo. Pego meu celular e olho as horas... 6:40. Que tal uma brincadeira?
-Ô pirralha. -Cutuquei ela que resmungou alguma coisa. -Você não tem aula, não? -Perguntei e ela deu um pulo.
-MEU DEUS! QUE HORAS SÃO? -Ela perguntou gritando e já tirando a blusa, ui... Que peitões ...
-6:40. -Respondi hipnotizado, mas ela colocou a blusa dela e despertei do transe.
-Meu Deus, eu vou perder aula, eu não posso perder aula. -Ela falou tirando a calça, virei o rosto, mas eu vi a bunda grande dela dando volume na minha cueca, mas tudo bem. -Sabe se minha escola é muito longe? -Ela perguntou colocando o tênis.
-Um pouco. -Falei e ela pareceu pensar.
-Pode chamar um táxi? -Ela pediu e não iria fazer isso, não mesmo.
-Se vira. -Terminei de colocar minha roupa e me arrumar e sai do quarto, ouvi ela me xingar, mas nem liguei.
-Bom dia filho, sabe se a Isa já acordou? -Minha mãe perguntou.
-Como ele saberia? Eles dormiram em quartos separados. -É um teste que meu pai esta fazendo.
-Pois é, mas quando eu fui no meu quarto pegar uma roupa pra mim ela já estava levantada. -Falei grosso e meu pai me olhou.
-Senta e come seu café da manhã. -Assenti e logo o furacão Isabella apareceu.
-Muito obrigada por tudo e me perdoem por acordar vocês ontem de madrugada. -Ela falou pegando o celular dela.
-Onde vai de manhã? -Minha mãe perguntou confusa e eu sorri.
-Eu tenho aula agora, não posso faltar aula. -Ela falou e tive vontade de rir.
-Mas... Mas Isa... Hoje é sábado. -Minha mãe falou confusa e a Isabella parou tudo e me olhou com um olhar de desapontamento, raiva, tristeza e arrependimento.
-Ah... Nesse caso... Eu...
-Quem te falou que você tinha aula? -Meu pai interrompeu ela, agora eu me fodo.
-Ninguém, eu acordei assustada e pensei que era sexta. -Ela falou dando um sorrisinho de lado, toda vez que ela mente ela faz isso.
-Ah...
-Então eu acho que já vou indo. -Ela falou e estranhei.
-Ir embora? Agora? Você nem tomou café. -Minha mãe falou e assenti.
-É... Eu tenho várias coisas pra resolver. -Ela falou triste e dando o sorrisinho de lado, MENTIIIIIRA!
-Então deixa o João Pedro te levar. -Meu pai falou.
-Não precisa. -Ela olhou pra mim. -Eu chamei um táxi. -Ela falou olhando meu pai.
-Tudo bem então, querida. Se prefere assim. -Minha mãe se levantou e se despediu ela, meu pai fez o mesmo, quando ia levantar, ela me impede.
-O táxi chegou, tchau. -Ela falou.
-Leva ela até a barreira, JP. -Minha mãe mandou.
-Não precisa. -Isabella falou.
-Precisa sim, vai, João Pedro. -Minha mãe mandou e assenti, me levantei e fui para seu encontro, ela nem me olhou, só começou a andar.
-O que você tem? -Perguntei confuso e ela me ignorou. -Responde, Isabella! -Peguei seu braço.
-Dá pra me soltar?
-Não antes de me responder. -Ordenei.
-Não é nada João Pedro, só quero chegar na minha casa e dormir o resto do fim de semana. -Ela falou tentando se soltar, mas eu sou mais forte.
-Você não tá puta por que eu fiz aquela brincadeira, tá? -Ela não respondeu e eu considerei como um sim. -Meu Deus, Isabella, foi só uma brincadeira!
-Pode ter sido pra você, mas eu não gosto desse tipo de brincadeira, eu fiquei com medo de perder aula. -Respondeu ela.
-É só uma brincadeira! -Falei auto.
-Que bom! Da próxima vez guarda pra você. -Ela se soltou e saiu andando, bufei e voltei pra casa, que mimada.
-Já levou ela na barreira?.-Meu pai perguntou.
-Já. -Menti subindo as escadas.
-Chefe, a patricinha tá aqui na barreira, nóis libera?
-Sim.
-João Padro! -Merda. -Que tal me falar toda a verdade? -Bufei e desci as escadas, passei por ele, ignorando ele me chamando e me ameaçando, então só peguei minha moto e sai do morro, indo pra praia da barra, me sentando em uma pedra e olhando o sol e as pessoas.
P.O.V Isa
Eu me magoei com a brincadeira do JP, sei que foi uma brincadeira e não era pra tudo isso, mas eu me desesperei, eu não gosto de perder aula, não gosto de acordar cedo e, muito menos, gosto do João Pedro.
Eu me senti bem dormindo com ele, me senti bem quando ele estava por perto, não sei porque, mas eu estava bem e feliz. Eu queria passar o dia todo com ele, mas é claro que ele não. E eu menti sobre o táxi, e sobre ter coisas pra fazer, mas eu não queria mais ficar com o JP. Ele não sabe a família que ele tem. O pai dele ficou me falando o quanto ele se orgulha do filho dele, o quanto ele ama o filho dele, e ele parece não perceber isso... Acho que o jeito é esquecer eles.
Quando dei por mim, já lembrava do beco e das mãos do cara passando em mim, e avistei minha casa de longe, fui correndo até ela, abri a porta com tudo, ignorei tudo e todos e fui pro meu quarto, entrei, tirei minha roupa, enchi a banheira e peguei meu celular, coloquei músicas depressivas e entrei na banheira, fiquei lá, chorando durante um tempo.
Quando eu tinha doze anos, o Rafa apareceu com um cigarro de maconha, ele falou que ele deixa a gente tranquilo. Ai eu experimentei e deixa mesmo, usei até os quatorze, mas ai parei, porque eu comecei a ignorar meus pais, mas agora não dá.
Sai da banheira, me sequei, fiz minhas higienes, fui pro meu quarto e coloquei a roupa da mídia e peguei dinheiro e minha chave.
Sai de casa e fui até uma boca que tem na barra.
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Aconteceu 1: Me Apaixonei Pelo Herdeiro do Morro
RomantizmEla não tinha uma vida fácil. Era negligenciada pelos pais que eram os típicos brasileiros classe média alta cujo dinheiro importa mais que amor, lealdade e fidelidade. Ele, nunca teve uma vida fácil, apesar de ter amor, foi criado na vida errada e...