dois.

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"Não temos muitas informações sobre este acidente. O carro ficou completamente destruído. Não temos confirmações, de quantos passageiros estavam dentro do carro, mas calcula-se que apenas uma pessoa guiava o mesmo.
Acidente trágico, que acabou por afetar outros veículos, com apenas ligeiros ferimentos."

O televisor transmitia várias imagens do local onde houve o acidente. Flashbacks do acontecimento vieram-me a cabeça. Não eram nítidos, o que originava confusão, no meu cérebro.
De tanta frustração, desliguei a televisão, jogando o comando para cima da bancada.

Levantei-me com alguma dificuldade, apoiando-me nas grades que a cama tinha. Tirei a mola que prendi o meu dedo, originando um barulho enorme da máquina.
Novamente, invadiram o quarto.
Dei por mim, deitada novamente na cama, completamente presa, pelos braços de várias pessoas.

- Eu estou bem, só quero sair do quarto. - afirmei, tentando escapar dos braços que me prendiam.

Senti uma picado forte no braço, o que me fez espernear mais, e gritar devido á dor, que sentira após.
Deixei de sentir as pernas, tal como os braços.
Os meus olhos ficavam cada vez mais pesados, e o meu corpo mole.
Vi tudo á roda, e aos poucos, deixava-me levar.

(...)

Não conseguir definir se estaria acordada, ou apenas a sonhar.
Senti um leve toque na minha mão, ouvi uns sussurros, não conseguia ouvir perfeitamente, e algumas palavras escapavam-me.

"Amo-te"

Gritava nos meus pensamentos, e pedia por tudo, para saber a pessoa que o dizia. Por mais força que fizesse para abrir os olhos, ou mesmo responder, era nulo.
Passados longos minutos de conversa, ouvi várias vozes, e toques sob mim.
Tentei mexer-me de qualquer forma, e consegui levantar apenas um pouco um pé, apesar de ninguém ter reparado, pois momentos depois, não se ouvia nada.

(...)

Os sons das máquinas eram irrelevantes naquela altura, parecia que tinha-os tido comigo toda a minha vida.
Pestanejei devagar, apercebendo-me que o quarto estava completamente escuro, apenas uma luz perto de uma mesa, estava como presença. Será que já estava de noite?
O meu estômago manifestou-se.
Carreguei no botão vermelho, momentos depois, uma enfermaria compareceu, entregando-me um tabuleiro, com bolachas, um iogurte que supostamente pelas suas palavras, era para comer depois do prato principal. Frango desfiado, com rolinhos de massa. Não tinha nada bom aspecto mas o meu estômago, rosnava alto, obrigando-me a ingerir tudo no prato.
De seguida, comi as bolachas com e o iogurte, entregando-lhe o tabuleiro.

Antes de sair, a enfermeira entregou-me um copo com água e um comprimido, que iria, fazer-me dormir, em meros minutos.

Abandonou o local.

Fixei o teto, por longos minutos, acabando por adormecer.

(...)

Múrmuros penetraram os meus ouvidos, fazendo-me abrir lentamente as minhas pálpebras.

Conseguir focar uma figura masculina.

Xx -Ela está acordada. - pronunciou com um tom grave.

Olhava em redor, devagar, pois sentia-me fraca ainda.

Tocaram-me na mão, fazendo pequenas festas.

Xx - Como te sentes?

Não consegui responder, pois os comprimidos ainda tinham efeito sob mim.

{..}

A sua mão entrelaçou com a minha, saindo pelas portas deslizantes daquele hospital.

- O que te demorou tanto tempo para me tirar daqui? - reclamei.

Secret Agent - FollowOnde histórias criam vida. Descubra agora