"Não temos muitas informações sobre este acidente. O carro ficou completamente destruído. Não temos confirmações, de quantos passageiros estavam dentro do carro, mas calcula-se que apenas uma pessoa guiava o mesmo.
Acidente trágico, que acabou por afetar outros veículos, com apenas ligeiros ferimentos."O televisor transmitia várias imagens do local onde houve o acidente. Flashbacks do acontecimento vieram-me a cabeça. Não eram nítidos, o que originava confusão, no meu cérebro.
De tanta frustração, desliguei a televisão, jogando o comando para cima da bancada.Levantei-me com alguma dificuldade, apoiando-me nas grades que a cama tinha. Tirei a mola que prendi o meu dedo, originando um barulho enorme da máquina.
Novamente, invadiram o quarto.
Dei por mim, deitada novamente na cama, completamente presa, pelos braços de várias pessoas.- Eu estou bem, só quero sair do quarto. - afirmei, tentando escapar dos braços que me prendiam.
Senti uma picado forte no braço, o que me fez espernear mais, e gritar devido á dor, que sentira após.
Deixei de sentir as pernas, tal como os braços.
Os meus olhos ficavam cada vez mais pesados, e o meu corpo mole.
Vi tudo á roda, e aos poucos, deixava-me levar.(...)
Não conseguir definir se estaria acordada, ou apenas a sonhar.
Senti um leve toque na minha mão, ouvi uns sussurros, não conseguia ouvir perfeitamente, e algumas palavras escapavam-me."Amo-te"
Gritava nos meus pensamentos, e pedia por tudo, para saber a pessoa que o dizia. Por mais força que fizesse para abrir os olhos, ou mesmo responder, era nulo.
Passados longos minutos de conversa, ouvi várias vozes, e toques sob mim.
Tentei mexer-me de qualquer forma, e consegui levantar apenas um pouco um pé, apesar de ninguém ter reparado, pois momentos depois, não se ouvia nada.(...)
Os sons das máquinas eram irrelevantes naquela altura, parecia que tinha-os tido comigo toda a minha vida.
Pestanejei devagar, apercebendo-me que o quarto estava completamente escuro, apenas uma luz perto de uma mesa, estava como presença. Será que já estava de noite?
O meu estômago manifestou-se.
Carreguei no botão vermelho, momentos depois, uma enfermaria compareceu, entregando-me um tabuleiro, com bolachas, um iogurte que supostamente pelas suas palavras, era para comer depois do prato principal. Frango desfiado, com rolinhos de massa. Não tinha nada bom aspecto mas o meu estômago, rosnava alto, obrigando-me a ingerir tudo no prato.
De seguida, comi as bolachas com e o iogurte, entregando-lhe o tabuleiro.Antes de sair, a enfermeira entregou-me um copo com água e um comprimido, que iria, fazer-me dormir, em meros minutos.
Abandonou o local.
Fixei o teto, por longos minutos, acabando por adormecer.
(...)
Múrmuros penetraram os meus ouvidos, fazendo-me abrir lentamente as minhas pálpebras.
Conseguir focar uma figura masculina.
Xx -Ela está acordada. - pronunciou com um tom grave.
Olhava em redor, devagar, pois sentia-me fraca ainda.
Tocaram-me na mão, fazendo pequenas festas.
Xx - Como te sentes?
Não consegui responder, pois os comprimidos ainda tinham efeito sob mim.
{..}
A sua mão entrelaçou com a minha, saindo pelas portas deslizantes daquele hospital.
- O que te demorou tanto tempo para me tirar daqui? - reclamei.