oito.

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Perfurava o chão de tantas voltas que dava.

Ouvi um motor de carro lá fora, e fui olhar pela janela. Um carro desconhecido, estacionou em frente do apartamento, e o medo apoderou-se de mim. Vi uma figura feminina sair dentro do mesmo, e um longo suspiro saiu da minha boca. Abri a porta automaticamente, e corri para seus braços.

- É tão bom ver-te. - disse, afogada nos seus longos cabelos castanhos.

Ashley - Tive muitas saudades da minha parceira. - ambas sorrimos.

"Não há tempo a perder Katherine. Sê rápida." meu subconsciente repetia.

Puxei-lhe pelo braço rapidamente para dentro de casa.

Ashley - É super giro o apartamento.

- Sim, mas não vamos ficar aqui. - disse, indo em direção ao meu quarto.

Agarrei numa mala grande que lá estava do hospital, pondo as roupas que continha o armário. Fui até ao quarto do Mike, e procurei por todas as gavetas uma arma, acabando por encontrar duas debaixo da cama, dentro de uma caixa, que continha 3 envelopes. Agarrei neles, pondo dentro da minha mala.

Ashley - Podes parar de andar às voltas e explicar-me o que aconteceu? - agarrou-me no braço, embora me tivesse largado das suas mãos, segundos depois.

- Explico-te quando sairmos daqui. Não temos tempo. - afirmei com firmeza.

Ashley - Katherine! - gritou.

- Ouve me.. - aproximei-me dela. - Preciso que confies em mim, e que sejas a minha parceira, eu preciso mesmo de ti. O Mike não é de confiança, eu explico-te tudo, eu prometo, mas não aqui. Ajuda-me a sairmos daqui, antes que ele chegue.

Fechei a mala, indo com a mesma, em direção à cozinha. Agarrei no saco dos medicamentos, pondo-os na bolsa lateral da grande mala que suportava.

- Tens arma? - olhei para a Ashley e ela assentiu.

Dei mais uma volta pela casa, indo novamente ao quarto do Mike vasculhar se encontrava mais alguma coisa. Deparei-me com uma madeira solta, agarrando-a do chão, encontrando mais 2 armas, vários jornais, e papéis rasgados. Uns notavam-se que eram velhos e com pouca cor, mais envelopes, e uma pequena caixa. Agarrei em tudo, pondo dentro da mala.

Estava pronta para sair, rodei a maçaneta de casa, quando ouço um motor a aproximar-se. Vi pela janela, e era o carro do Mike. Notei que tinha um saco branco na mão do supermercado. Outra porta do carro abriu-se, dando-me a visão do mesmo rapaz anteriormente, a correr rapidamente para trás do apartamento.

- Merda! - sussurrei.

Ashley - O que se passa?

- Prepara a arma, vai ser preciso disparar para sairmos daqui.

Continuei com a mala, coloquei a arma presa no elástico das calças, tapando-a com a blusa.

Vi o Mike a entrar em casa.

Mike - Ashley, não sabia que já tinhas chegado.

Cumprimentaram-se.

- Nós vamos treinar. - puxei o braço da Ashley para fora de casa, mas o Mike meteu-se à frente.

Mike - Sabes que não podes treinar.

- Já te disse que não sigo ordens.

Mike - Mas agora vais ter de seguir. - cerrei os olhos, e notei o seu tom de voz ironizado.

- Mike sai da frente! - disse perdendo a paciência.

Ouvi a madeira a estalar atrás de nós.

- Ashley cuidado! - disse, tirando a arma.

A arma estava caída no chão, pois o Mike deu um soco nas minhas mãos, fazendo-me largar a mesma.
A Ashley lutava contra o rapaz. Enquanto eu tentava acertar na cara do Mike, com toda a força possível e imaginária. Recebi alguns murros na minha face, sentindo imediatamente o gosto a sangue.

Filho da puta.

A Ashley não se estava a aguentar bem, pois o rapaz era forte e muito mais experiente.

Revoltei-me por completo, observando cada movimento do meu alvo. Dei-lhe um pontapé nos peitos, o que o fez saltar para trás. Apanhei a arma, fazendo questão que uma bala perfurasse a pele do ombro de Mike.

O mesmo levantou-se com alguma dificuldade entregando-me um murro no osso das bochechas. Estava a perder as forças por completo, rezava para que me desse mais uns minutos. Voltei a dar-lhe um pontapé nos peitos, e desta vez acertando também na cara.

Vi o rapaz por cima da Ashley, agarrado a seus cabelos. Peguei firme na arma, batendo com a mesma nas suas fontes.
Dei a mão a Ashley e a mesma tinha alguns cortes na cara, o sangue era visível, tal como o roxo das suas faces.

Estava exausta, e o meu joelho ardia.
Chegamos perto do carro e fomos rápidas até entrar no mesmo. Disse-lhe para onde poderia ir, para um motel longe daquele mato, e que não fosse muito caro pois não tinha muito dinheiro.
Comecei a ver tudo turvo e ás voltas.

"Agora não!"

Sentia me cada vez mais longe, e mais fraca.
Os meus olhos fechavam-se lentamente.

Secret Agent - FollowOnde histórias criam vida. Descubra agora