As suas línguas eram visíveis, como as mordidas que Rebecca dava no lábio inferior do Jason.
Ashley - Estás me ouvir? - Resmungou, batendo-me no braço. - Katherine? - Tirou-me do transe que estava.
- O que foi?
Ashley - Não achas boa ideia?
- Sim.. - Balancei a cabeça.
Ashley - Ao quê? - Arqueou a sobrancelha.
- Por favor, tu sabes que não estava a tomar atenção á conversa. - Riram-se.
Ashley - Que novidade. - Revirei os olhos, num tom de gozo.
Quanto mais comia ou bebia, sentia o efeito da droga a passar, deixando-me mais tensa com a presença da Rebecca. Ela ria-se alto, apesar de Jason não lhe prestar qualquer tipo de atenção.
Os seus olhos encontravam os meus, várias vezes naquele jantar.
"Porque é que mesmo com tudo o que ele diz e faz, eu sentia totalmente o contrário através do seu olhar? Há vezes em que o olhar dele não esconde e torna-se completamente transparente"
Decidi levantar-me com o meu prato vazio até á cozinha. Não mostrei qualquer tipo de desagrado, fingindo que apenas ia levar o prato para dentro ou buscar alguma coisa. Realmente, levantei-me porque não aguentava aquela pressão toda de os ter á minha frente, sempre enrolados.
Começava a pôr-me confusa e pensativa.
Pousei o prato e o copo na bancada apressando-me até ao sofá. Respirei algumas vezes fundo remexendo no cabelo.
Caitlin - Está tudo bem?
Um peso acrescentou-se onde me sentava.
- Preciso que me arranjes mais. - Suspirei. - Parece que já nem sinto o efeito.
Caitlin - Mais? Para quê?
- Gostei da sensação.. Senti-me leve e é tudo o que preciso neste momento.
Caitlin - Não preferes antes, um copo de vinho? Ou outro álcool? Há bastante lá fora. - Neguei.
- Por favor.. - Implorei.
Caitlin - Não me responsabilizo. - Assenti.
Subiu as escadas, desaparecendo do meu campo de visão. Encostei a cabeça na parte de trás do sofá, e fechei os olhos.
Um toque na minha cabeça, foi o suficiente para me acordar dos leves pensamentos que tinha.
- Obrigada. - Sorri.
Caitlin - Katherine, tu nem sabes enrolar. - Murmurou.
Forcei um sorriso, pedindo-lhe ajuda. Revirou os olhos e deu uma pequena risada.
Enrolou aquilo á minha frente e entregou-me.
- Obrigada. - Sorri novamente.
Caitlin - Não dês bafos muitos longos, pus fraco, pois vais fumar sozinha. Não te estiques Katherine. - Assenti.
Voltou para o exterior e eu aproveitei para sair realmente, daquela casa. Pela parte da frente mas, ainda dentro da vedação de pedra.
Encostei-me á mesma, acendendo o que tinha entre os lábios. Dei um longo bafo, não seguindo o conselho de Caitlin. Controlei a vontade de tossi e respirei fundo.
O efeito começava-se a acumular, com o efeito do outro que tinha fumado uma hora atrás.
Senti um toque forte contra a minha mão e a ganza foi parar no chão.
- A sério? - Resmunguei.
Ele revirou os olhos, pisando-a, tendo a certeza, que não voltaria a tocar nela.
- A mercadoria é tua, portanto não me preocupo.
Jason - O que é que estás a fazer Katherine? - Falou com tom calmo e suave, o que me deixou totalmente surpreendida.
- Nada do que tu antes não tenhas feito. - Murmurei.
Jason - Só por eu o fazer, não quer dizer que tens de o fazer.
Apanhava-me surpresa com o seu tom calmo. Os seus olhos estavam marejados e brilhantes acusavam-no de ter fumado, também.
- Vens aqui, dar me um "sermão" - Fiz aspas com as mãos. - Quando tu acabaste de o fazer.
Jason - Drogas não são coisas que possas brincar, podes te viciar a sério. - Prolongou. - Pode ser muito engraçado no início, mas acaba sempre num problema.
- Estás mesmo a dar-me uma palestra a esta hora? - Revirei os olhos, virando-lhe as costas.
A sua mão enrolou-se no meu braço, puxando-me para perto dele, evitando que me afastasse mais algum centímetro.
- Qual é a tua ideia mesmo? - Pronunciei, sentindo-me derrotada, ao sentir a sua mão na minha cintura, enquanto a outra acariciava a minha bochecha.
Jason - Não faço ideia. - Os seus olhos estavam fixos nos meus lábios.
- Não me vais b-beijar pois não? - Murmurei contra os seus lábios.
Jason - Acho que sim. - Murmurou também.
Tentei me afastar, resistindo ao seu beijo, recuando alguns passos para trás. Senti o muro batendo com as costas.
- Jason pára. - Coloquei a minha mão no seu peito. - Eu não quero.. Não, depois de ter visto o que vi.
Ele desviou o olhar.
Jason - O que queres que te diga? Deixa-te de merdas Katherine. - Lambeu os lábios. - Queres mesmo falar disso agora? Pára, foda-se.
Mais uma vez, as suas mãos pousaram-se na minha cintura e juntou os nossos corpos. Sentir o seu cheiro de tão perto fez-me fechar os olhos.
Ele raspou os seus lábios nos meus.
- J-Jason n—
- Shh Katherine.
Interrompeu-me e reclamou lentamente os meus lábios. Não havia qualquer contacto de língua.. O nosso beijo calmo e tão intenso, eriçava os meus pêlos.
Saboreava-o, sentindo imensa falta do seu toque, do seu cheiro, da sua atenção só para mim.
