Tirei as chaves do carro da Ashley, e entrei dentro do mesmo.
Retirei o telemóvel descartável dentro do bolso.De: Mike
Mensagem: Parque de estacionamento perto do beco ao pé do centro comercial.Dirigi para lá em velocidade, e abrandei assim que cheguei. Estava escuro, não se vendo ninguém naquele sítio. Estacionei o carro, e antes de sair do mesmo respirei fundo.
Reconheci Mike e Tyler com o Mac agarrado, todo magoado. Andei até eles, sem os deixar ver no medo ou nervosismo que sentia ao ver o meu irmão de tal forma.
Mac ainda com a arma apontada ás costas correu na minha direção.
Mac - Não faças isto Katherine. - Implorou.
Olhava por todo o lado, sendo cautelosa a cada movimento que dava.
- Não há tempo Mac. - Falei um pouco arrogante. - A mãe e a Karol precisam de ti. Cuida de todos por mim e por favor não me procurem.
Falei rápido entregando-lhe a chave do carro.
Mac - Eu prefiro morrer do que te ver a cometer suicídio. - Agarrei no seu pulso com alguma força.
- Não voltes a dizer isso. - Olhei-o nos olhos. - Não me falhes. Por favor, eles são serão mais brandos comigo do que foram contigo.. Eu vou ficar bem, juro.
Ele baixou a cabeça, e pude notar que os seus olhos ficavam cada vez mais brilhantes.
Mac - Tu não sabes isso. Eles vão acabar por te matar e será por culpa m—
- Mac. - Agarrei a sua cara. - Eu meti-me nisto. A culpa não é de ninguém.. Preciso mesmo que cuides deles, por favor. A Ashley está s—
Tyler - Não temos o tempo todo. Preferem morrer os dois?
Olhei para ele.
- Não. - Engoli a seco. - Ele já está de saída.
Voltei a focar me no Mac.
- Mac eu imploro-te para fazeres o que te pedi, e não olhares para trás. - As lágrimas começavam a escorrer na sua cara. - Nunca te vou perdoar se não o fizeres. Tens de ir, agora.
Ele abanou a cabeça, saindo de perto de mim, e eu aproximei-me deles.
"- Achas que sou burro?" - Uma voz no escuro se fez ouvir.
Uma figura masculina com um capucho preto do casaco, que lhe tapava a cabeça.
Assim que a levantou, fiquei incrédula.- O que é que estás aqui a fazer?
Mike - Não percebeste quando disse sozinha? - Elevou o tom de voz.
Tirou a arma, e apontou para ambos Mike e Tyler.
- Jason, pára! - Gritei. - Vais estragar as coisas.
Jason - E achas que é ao entregares-te que vais melhorá-las? Pensei que fosses mais matura, e menos egoísta.
Estava entre o Jason e Mac que apontavam as suas armas a Mike e Tyler, que faziam o mesmo ato.
Tyler começou aos tiros, e eu rapidamente me baixei, colocando a minha mão no braço. Em segundos, senti uma dor enorme no mesmo, percebendo que tinha sido atingida por uma bala.
Tapava os ouvidos aos tiros que eram dados em vão, pois sabia que nenhum dos quatro iria acertar uns nos outros. Por mais hipóteses que tinham de se matar ali, não era assim que queriam uma guerra mas, sim envolvendo o grupo todo.Dei por mim a ser arrastada até ao carro.
As lágrimas escorriam, pois não era nada disto que queria, e a dor era imensa. Deixava de sentir o resto do braço.Jason entrou para dentro do carro, enquanto Mac estava comigo no banco de trás. Tyler e Mike já não eram avistados.
Jason - Essa tua merda de mania que és alguma heroína e que consegues trazer paz vai-te acabar por matar foda-se! - Gritou.
Eu apenas me mantinha quieta, com a minha mão a cobrir, onde tinha sido alvejada.
Mac - Precisamos de ir ao hospital.
Jason - Katherine tu vais ter que aprender a ouvir! - Gritou novamente. - Estou farto desta merda caralho.
Fiquei confusa com o que tinha acabado de dizer mas, não tinha forças para lhe responder.
Jason - Olha-me esta merda Katherine! Tu levas-te um tiro! Porque é que não sabes obedecer a ordens ou ficares quieta caralho?
O seu tom era alto.
- Mas cala-te, Jason!
Jason - Foda-se!
Deu um murro no volante.
Ele conduzia com alguma velocidade. Não sabia se se dirigia para o hospital ou apenas para casa, ignorando o facto que estava a sangrar bastante, e tinha uma bala penetrada na minha carne.
Parou o carro, perto de um armazém.
Saiu de dentro do mesmo, batendo numa porta gigante de alumínio. Supôs que era uma garagem. Um rapaz, talvez nos seus 23 anos, veio cá fora. Percebia-se que tinha acabado de acordar.
Jason falou com ele, e rapidamente veio ao nosso encontro.- O q-que é que f-fazemos aqui? - Disse fraca, e com a voz bastante rouca.
Ele não me respondeu, e apenas pegou-me ao colo, como um bebe. Ouvi os seus batimentos rápidos, o que me fez olhar para ele, e perceber que ele estava coberto de raiva e tristeza.
Aquela porta de alumínio subiu, dando-me visão a uma pequena sala, com uma maca e várias prateleiras cobertas de ferramentas, e medicamentos.Jason deitou o meu corpo sobre a maca, e o outro rapaz, ajudou-o a tirar o casaco que cobria os braços. Gemia de dor, e sentia-me zonza. Os meus gemidos era altos tal como alguns gritos enquanto me mexiam.
Mac agarrava a minha mão, com alguma força, e notei que estava mais nervoso que eu.