sete.

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(...)

Estava no décimo dia da fisioterapia, devido ao meu joelho e as costelas. Ao início foi doloroso, as dores eram horríveis, e passava todos os momentos a chorar, devido a tal.
Sai do hospital, e já não necessitava do suporto da muleta. Já conseguia conduzir, e não tinha apanhado qualquer trauma, pois fui eu que provoquei o acidente, antes disso nunca antes bati com o carro.

O Mike estava quase a ir-se embora, e as minhas suspeitas de dias atrás voltaram a dobrar. Algo não estava bem, e o meu estômago dizia o mesmo. Os meus "feelings" estavam bastante certos com aquilo que diziam. Mike, falava todas as noites com alguém, e fazia questão que não ouvisse. Todos os dias, insistia no assunto do Jason, indiretamente ou diretamente.

Chegando perto do apartamento, pois tinha saído mais cedo da fisioterapia, noto um carro desconhecido, para além do carro do Mike. Como estaria aqui alguém se o Mike não tem amigos cá? Ou será que tem?
Vi as horas e supostamente eu saía da fisioterapia "agora". Movi o meu carro, um pouco mais trás, escondendo-o no meio das árvores que ocupava uma parte do estacionamento. Baixei-me um pouco, quando dei pela presença de alguém a sair do apartamento. O Mike abraçou e apertou a mão a essa pessoa, acabando por entrar e fechar a porta. Eu seguia o desconhecido com os olhos, até que percebi quem era.

A minha boca abriu em "O" e o medo apoderou-se de mim. Talvez raiva? Nojo?
Dei por mim completamente escondida dentro do carro, encolhida, como uma flor. Esperei que o som do carro, diminuísse. Espero alguns minutos, deixando escapar algumas lágrimas.
Filhos da puta.

"Não podes confiar em ninguém."

Sai dentro do carro, pronta para o confrontar sobre o que acabara de ver, mas mais uma vez, quis jogar o seu jogo, fazendo-me de burra cega. Será que ele pensa que sou assim tão ingénua? Deve se ter esquecido que sou totalmente o contrário, e a melhor agente que ele já alguma vez. Nada me escapa, só se quiser, se não for do meu interesse.
Aquele filho da puta sabia da minha família, basicamente quase da minha vida inteira.

- Que burra Katherine. - sussurrei para mim mesma, com toda a frustração possível.

Abri a porta de casa, encontrando a figura masculina, com um sorriso na cara, como se nada fosse.

Mike - Como correu? - disse, entregando-me um beijo na testa.

"Seu filho da puta mal feito, nojento, eu vou dar cabo de ti" o meu subconsciente gritava.

- Correu bem, as minhas costelas estão quase totalmente saradas, tal como o meu joelho. - sorri ironicamente.

Mike - Ainda bem. A Ashley vem hoje.

- Pensava que só daqui a 2 dias.

Mike - Pois, mudança de planos, estão a precisar de mim lá na base.

"Na base ou são eles que estão a precisar de ti?"

- Que pena .. - disse irónica.

Mike - Estás a ser irónica ou é impressão minha?

"Claro que estou. És um falso, e vais pagar bem caro por isso."

- Não. Estou mesmo a falar a sério, estava a gostar de estar contigo, estes dias. Sinto-me segura perto de ti Mike. - aproximei me dele, depositando um beijo na bochecha, para não levantar desconfianças sobre o meu comportamento.

Mike - Voltarei mais rápido do que pensas.

"Morto."

- Espero que sim baby. - sorri.

Fui ao meu quarto, deixando lá a minha mala. Voltei á sala, sentando-me no sofá, observando o que o Mike via na televisão. O seu telemóvel tremia várias vezes, e eu olhava de canto, mas não percebi o que lá era dito.

"Merda."

Mike - Tenho de sair.

- Vais onde? - arqueei as sobrancelhas.

Mike - Vou buscar comida, já há pouca. Não quero que tu e a Ashley morram á fome. - riu-se.

Naquele momento a minha vontade era de lhe partir todos os dentes que a sua boca continha.

- Não queres que vá contigo?

Mike - Precisas de descansar.

- Estranho .. - disse arqueando novamente a sobrancelha. - Mas tens razão, preciso mesmo de descansar.

Ele pareceu mais confortável, com a minha resposta.

Secret Agent - FollowOnde histórias criam vida. Descubra agora