Katherine - Podes destrancar as portas para eu sair? - Neguei. - Mas o que é que queres afinal? Queres gozar ainda mais comigo? Andares enrolado com outras e depois vires para perto de mim, como se nada fosse?
- Onde é que eu andei enrolado com alguém? Tu viste tudo.
Katherine - Deixa-me sair!
- Tu nem te equilibrares consegues.. Como é que vais entrar sozinha?
Katherine - O quê? Queres me ajudar a entrar, e despires-me a roupa? - Riu-se sem vontade.
Destranquei as portas.
- Podes sair. - Desviei o olhar mantendo uma expressão séria. - Estou farto de ouvir as tuas bocas. Não acreditas em mim, e eu também não sou teu cão. Força, podes sair.
Balançou a cabeça, e apressou a sair do carro. Ao chegar á vedação, apoiou-se á mesma dobrando-se ligeiramente o seu tronco. Percebi que deitava algum líquido pela boca fora.
O meu orgulho era grande demais mas, vê la naquele estado, não era capaz de a deixar sozinha.
Aproximei-me dela mas, colocou a sua mão no meu peito, ainda curvada de modo a afastar-me.
Katherine - Sai daqui.. Não queres que me vejas assim.
- Cala-te Katherine. Não estás em condições para exigir nada. - Disse agarrando-lhe nos cabelos.
Ela continuava a jogar o líquido todo pela boca fora.
Assim que se endireitou, voltou a inclinar-se, e continuou a vomitar. Deitava lágrimas devido á força que fazia para vomitar.
Mostrava-se bastante fraca, pois cada vez mais baixava-se.
Minutos depois, tentou controlar a respirar e endireitar-se devagar. Tentou caminhar mas, o seu corpo estava fraco.
- Agora já te posso ajudar? - Ela olhou para mim e deu de ombros.
Entramos na sua casa, e fomos direitos para seu quarto. Ela andava com a sua mão, apoiada as paredes, não aceitando o meu apoio.
No momento em que abriu a porta, e entrou dentro do quarto, desequilibrou-se. Num reflexo, tinha-a nos meus braços.
Katherine - O meu herói. - Mostrou um sorriso irónico.
Ajudei-lhe a despir o seu vestido, mesmo com as bocas que a própria mandava. Ignorava por completo pois, sabia o seu estado crítico e tinha a certeza que na manhã seguinte, iria se arrepender de tudo o que disse.
Sentada na cama, ajudei-a a tirar todo a maquilhagem e, naqueles momentos apercebi-me ainda mais o quão gostava daquela rapariga. Nunca antes me tinha importado assim com alguém.
- Estás pronta para dormir. - Falei olhando-a nos olhos e, acabei por me levantar. - Vê se descansas Katherine.
O meu tom era um pouco autoritário e sem paciência para grandes discussões.
Katherine - Vais me deixar sozinha?
- Vou. - Olhei para trás. - Precisas de pensar.
Katherine - Preciso mesmo mas, tiraste-me da discoteca e agora vais deixar-me aqui, sozinha? - Revirou os olhos, balançando a cabeça.
Dei de ombros, e deitei-me perto dela.
- Vou ficar aqui até adormeceres, então.
Ela não se pronunciou contra.
Peguei no telemóvel mandando mensagem ao Chad.
Para: Chad
Mensagem: Estou na casa da Katherine e da Ashley. Vê se passas por aqui para depois irmos juntos para casa. Não a vou deixar sozinha.
Liguei a televisão, e coloquei num canal, que tinha documentários policiais, envolvidos com gangues, drogas e prisão.
De: Chad
Mensagem: Daqui a pouco vou levar a Ashley. Eu levo o teu carro, puto.
Para: Chad
Mensagem: Caso me deixe dormir, acorda-me.
Não obtive resposta.
Os meus olhos começavam a ficar bastante pesados. Depois, de uma longa noite cheia de drama e emoções, sentia-me esgotado.
Aconcheguei-me mais na almofada, ainda com o olhar posto na televisão, tentando me manter acordado. Senti a respiração pesada de Katherine contra o meu pescoço, e aconchegou-se mais a mim.
Não resisti em observa-la tendo uma sensação estranha mas, agradável no estômago. O quão eu adorava tê-la nos meus braços.
Acordei, ao sentir alguém a abanar-me.
Chad - Bora puto.
Esfreguei os olhos, e olhei para a Katherine, que ainda dormia. Levantei-me lentamente para não a acordar, tapando-a bem.
Saí do quarto, vendo Ashley completamente bebêda. Despedi-me dela e ambos saímos de casa.
Como combinado, Chad conduzia o meu carro e eu enrolava ganza para ambos.
Chad - Agora, no final da noite, houve grande confusão.
- Entre quem? Algum dos nossos?
Chad - Não.. A maluca da tua amiga, estava ao puxões com outra gaja. - Revirou os olhos.
- Qual amiga? A Rebecca?
Chad - Acho que sim. Se foi essa que levaste lá para casa no jantar, sim é essa.
- Alguma delas ficou magoada?
Chad - A Rebecca. Levou quase de morte. - Riu-se. - Ainda por cima, elas eram um grupo de três. É normal.
- Talvez, devesse ter levado mais. - Dei de ombros.
Chad - Pensava que te importavas com a miúda. - Gozou.
- Importava-me á noite, quando era para dar umas e bazar.
Acendi o que estava entre os meus lábios.
Chad - Ela é grande porca bro. - Assenti. - Não me chegaste a dizer a razão pela qual discutiste com a Katherine.
- Foi tudo por causa da puta da Rebecca. - Dei de ombros. - A Katherine acredita em tudo.
Chad - Mas continuam juntos certo?
- Não sei puto. - Encolhi os ombros. - Mas, ela deixou bem claro que já não estávamos juntos. É complicado, sei lá. Isto fode-me o juízo todo.
Suspirei.
Chad - Puto, somos basicamente irmãos.. Portanto, acho que te posso dizer que tu amas a Katherine. Sabes disso certo?
- Não. - Larguei o fumo lentamente. - Não sei o que é isso.
Chad - Tu estás completamente rendido á miúda, e isso nota-se a milhares de distância.. Finalmente. Estou mesmo feliz por ti p—
- Mudando de assunto. - Interrompi-o. - Amanhã é o carregamento, ás duas da manhã ok?
Ele assentiu, abafando o seu charro.
