Eu e Justin fomos o caminho todo em silencio para casa, eu não chorei, apenas fiquei calada, como se estivesse tentando me convencer que sou forte o bastante pra isso, quando na verdade eu sabia que se o Justin perguntasse se estava tudo bem eu iria desabar em lagrimas.
Meu sonho sempre foi casar e ser mãe e sei que esse também sempre foi o sonho de Justin e saber que eu não poderia realizar esse sonho dele me destruiu, afinal eu sempre quis faze-lo o homem mais feliz do mundo. Eu não sabia exatamente o que estava sentindo, era uma mistura de tristeza e raiva ao mesmo tempo, tristeza por não poder engravidar e raiva por saber que foi por causa da droga de um acidente causado pela Penn, se eu pudesse eu ressuscitaria ela só pra matá-la de novo com as minhas próprias mãos.
Justin estacionou o carro na garagem e eu sai rápido em direção ao quarto, ouvi Dorota chamar mais eu nem dei a mínima, tudo que eu queria agora era ficar sozinha. Entrei no quarto e corri para o banheiro me despindo e entrando debaixo do chuveiro, eu só queria chorar e lavar minha alma sem ninguém ver, sem ninguém perceber, eu só queria que aquela agua levasse todas as impurezas do meu corpo e também da minha vida, eu só queria que ela fosse capaz de curar meu útero assim como ela cura a minha alma, EU SÓ QUERIA UM FILHO!
Devo ter ficado debaixo do chuveiro uns 40 minutos e pedi desculpa mentalmente a todos os países que não tinham agua, mas eu precisava daquilo, vesti um roupão depois de me secar e enrolei meu cabelo na toalha me olhando no espelho, respirando fundo e saindo do banheiro.
Assim que entrei no quarto Justin estava sentado na beirada da cama eu nem ao menos o olhei direito e já fui para o closet pegar uma roupa e começar a me vestir.
- O almoço já está pronto. – Ouvi sua voz, mas não ouvi passos, então ele não estava vindo pra cá.
- Eu já vou descer. – Terminei de colocar a calça de moletom, eu pretendia ficar em casa o resto do dia, de preferência deitada ouvindo Lana Del Rey e como estava meio frio coloquei uma roupa de moletom. Sai do closet indo para frente da penteadeira me sentar para pentear meu cabelo e ouvi os passos de Justin se aproximando e mais uma vez eu respirei fundo torcendo pra não chorar.
- Ei? – Ele se agachou na minha altura e virou meu rosto para ele e pude notar que seus olhos estavam um pouco vermelhos, ele havia chorado e isso fez um pouco de toda a muralha do "Não vou chorar" ser atingida. – Eu te amo, independente de qualquer coisa, você é a mulher da minha vida o meu maior presente e sei que tudo vai dar certo! – Ele dizia olhando para meus olhos e eu já conseguia sentir meus olhos lacrimejando.
Assenti com a cabeça sendo incapaz de abrir a boca para falar algo e ele me puxou envolvendo meu corpo em um abraço, e ali foi a onde toda a minha muralha caiu e eu chorei em seu ombro. Ao mesmo tempo que eu chorava por tristeza eu sentia uma paz tão grande por estar nos braços dele, era como se Justin fosse o meu combustível para me manter de pé, como se enquanto eu estivesse nos braços dele eu continuasse salva, sã dos meus próprios pensamentos, das minhas próprias angustias.
- Eu te amo! – Sussurrei em seu ouvido o abraçando mais forte. – Me desculpa por não ser capaz de lhe dar um filho. – As palavras saíram da minha boca como uma faca que foi enfiada em mim mesma, ele se distanciou me olhando confuso.
- Eu não quero que você peça desculpas ok?! Precisamos crer, eu não sei o que Deus reserva para nós mas sei que Ele sabe o quanto queremos ser pais, talvez Ele nos incentive a adoção e eu não me importaria com isso ou talvez ele esteja criando essa situação para fazer um milagre. Natalia eu jurava que você estava morta, tudo indicava isso, mas eu cri contra a esperança e olha a onde você está hoje? Precisamos continuar crendo e não se culpando. Nós vamos passar por isso ok?! Porque estamos juntos nessa, na alegria e na tristeza lembra?
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De Repente Ela
FanfictionNatalia é uma garota comum que não contava com a sorte de conhecer o ídolo de sua sobrinha, Justin Bieber e nem sabia que os dois poderiam se tornar tão íntimos, a ponto dela ter que saber lidar com a sua realidade e a realidade dele.