Cap 1- Infinito sofrimento

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4 anos atrás

- EU QUERO ME SEPARAR DE VOCÊ!!

Grito com o coração batendo disparadamente pela raiva. Tentando não libertar o choro que se encontra preso em minha garganta, mas ele apenas sorrir. O que me faz sentir nojo do homem que eu me entreguei de corpo e alma desde minha adolescência.

- Uma traição boba dessas não é o suficiente para a nossa separação, gatinha! Eu te amo e não vamos nos separar! Está decidido! Você é minha!

Ele fala com um sorriso debochado dançando em seus lábios, assim como o gato de botas quando quer aprontar, ao mesmo tempo em que se aproxima de mim.

Como se suas palavras fossem a voz da razão. Como se ao ouvi-lo irei me negligenciar. Mas não vou! Não mais!

- Pega suas coisas e saia dessa casa!! Ver você entrar no motel com aquela mulher foi apenas a confirmação que não se importa com a sua família. Saia!

Falo segurando o choro que assola em meu peito. Minha vontade é de me jogar na cama e me entregar ao desespero de está mandando o único homem que meu coração já conheceu embora. Meu amor de infância!

- Vou na minha mãe pegar o Henry para o futebol e daqui umas horas podemos conversar com calma.

Fala sorrindo e girando o chaveiro do time dele no dedo. Visivelmente debochado.

- NOSSO CASAMENTO ACABOU, DYLAN! Não aceito traições e muito menos quero um covarde ao meu lado. Quando voltar pegue suas coisas e vá embora.

Ele respira fundo enquanto me olha. Eu conheço esse olhar! Vai explodir. Ele segura minha garganta com a mão direita e com o corpo me prende na pia.

- DEPOIS QUE ENTROU PRA FACULDADE VOCÊ MUDOU! NÃO QUERO ESSA MEL DE AGORA, QUERO A MESMA DE ANTES! VOCÊ É A CULPADA SE TE TRAÍ!! SÓ PENSA EM ESTUDAR E TRABALHAR. DIZ QUE QUER SER ALGUEM NA VIDA, MAS ACHO QUE ISSO É UMA DESCULPA PRA SER UMA PUTA NA RUA.

Ele grita a plenos pulmões, cuspindo em meu rosto, enquanto tento a todo custo sair de suas "garras".

- Você.está.me.machucando!

Falo sentindo meu ar se esgotando e quando vejo que ele não vai soltar, meu joelho vai de encontro as suas preciosidades. Após ele arregalar grandes e preocupados olhos, me solta, se afastando com suas mãos onde foi atingido.

- Desgraçada!

Levo minhas mãos aos meus joelhos, tentando desesperadamente puxar o tão precioso ar e aos poucos sinto a tontura ir embora. Ergo minha mão e dou, com toda força que eu tenho, um tapa bem forte fazendo seu rosto virar para o lado com o impacto.

- PUTA? Trabalho das 8 da manhã as 6 da noite, faço faculdade a distância para não ficar longe de vocês, ao mesmo tempo que sou mãe e mulher. Claro que eu mudei!! EU PRECISEI MUDAR!! -Seu olhar ainda é de fúria sobre mim.

-Começamos a namorar quando eu tinha 14 anos e hoje eu tenho 22. É claro que eu vou mudar! Eu preciso crescer como pessoa e profissional, SIM! Afinal, temos um filho que depende de nós.

Falo enquanto minhas lágrimas deslizam dramaticamente por minhas bochechas rosadas e agora ele me observa com olhar de quem percebeu a burrada que fez.

Ouvir ele me chamar de puta depois de anos de convivência foi demais para mim. Ele sempre foi explosivo dessa forma, mas nunca tinha me agredido.

- Descul... - ele começa a falar, mas não sou obrigada e nem quero aceitar suas lamúrias.

- SAAAAII!!! Você é um ótimo pai, mas tem sido um péssimo marido. Não quero alguém pra transar de noite! Quero um companheiro nas minhas lutas diárias. Um super-homem que me salve com um abraço. Que me diga: calma! Eu estou aqui!

Meu RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora