Capítulo 10- Nem todas as mães são iguais!

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- Calma! Não viemos para brigar.

Sammy fala tentando apaziguar a situação e eu respiro fundo, vendo que talvez não tenha sido uma boa idéia.

- Vamos almoçar no restaurante comida boa, tia? Minha mãe já deve está indo para lá.

Sammy pergunta com a expectativa de tudo se acalmar.

- Aquele restaurante é muito chechelento! Podíamos ir naquele melhorzinho perto da praia.

Olho para minha prima e ela fala baixinho: Que pé no saco da porra!

Fomos mesmo a contragosto da minha mãe e quando chegamos, a tia Stacy já estava a nossa espera. Ela sim é como uma mãe para mim, sempre esteve comigo em todos os momentos da minha vida. Por ser enfermeira, sua escala de trabalho é bem louca e com isso, sempre pensa em descansar nas folgas.

- Ei tia! Tudo bem?

- Ei, meu amor, que saudade! Estou bem sim! Já tinha uns 10 dias que não nos víamos.

- Verdade, tia. - Respondo ainda abraçada a ela.

-Vocês se encontram sem mim? Que desnaturadas!

- Se você continuar com essa mania de riqueza minha irmã, vai continuar sozinha.. Garçom?! -Minha tia responde sem muita paciência.

-Quando você vai me apresentar ao seu namorado, Mellissa? -minha mãe pergunta fugindo do que sua irmã acabou de dizer.

- Quando a "coisa" estiver mais firme. Está muito recente ainda.

Respondo firme da minha decisão de exclui-la desse assunto. Apesar de não está surpresa do caráter da minha mãe, tinha expectativas do tempo tê-la ajudado. Me enganei!

Fizemos nossos pedidos e minha mãe insiste em continuar com a conversa nada agradável.

- Espero que ele seja bem rico, assim podemos sossegar na vida.

Fala e olho para minha tia sem acreditar no que estou ouvindo.

-Está falando sério? -tia Stacy pergunta abismada.

- Mas é claro que estou! Sou mãe dela, cuidei e mereço ser recompensada.

-Você é inacreditável! Enquanto as pessoas reclamam do excesso de zelo de suas mães, a minha quer lucrar as minhas costas. É um absurdo!

Revoltada seria um eufemismo para o que estou sentindo. Depois dessa conversa, eu preferi não responder as suas varias alfinetadas que durou todo o nosso almoço.

Estou agora me sentando na reunião do pais sem filhos e o Calvin faz o mesmo em sua cadeira de líder. Minha vontade era de chamar ele para conversar antes da reunião começar, mas achei melhor esperar acabar.

- Hoje vamos fazer diferente do que há tempos não fazíamos. Uma mãe vai falar para uma pessoa, tudo o que pensa sobre o adeus. Não precisa fazer sentido, não precisa ser coerente. Apenas diga o que está transbordando no coração.

Calvin fala e lembro que já fizemos esse exercício no ano passado. Preciso preparar meu coração!

- Toda mãe pensa em seu amado filho, dia e noite, mesmo ele não estando entre nós. Vai querer falar dele, lembrar e muitos pode não entender, mas é a forma de mante-lo vivo em nossos corações.

Meu RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora