Cap. 2- Pode me ajudar?

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Tempo atuais

A vida as vezes nos joga no fundo do poço e temos de algum jeito tentar escapar dele.

O problema é que tem certos poços que você não ver saída. Tudo é muito escorregadio, de difícil escalada. Sem nenhuma escada para um auxílio de te tirar desse buraco.

Você grita, chora, se encolhe num canto escuro e nada resolve. Então continua afundando sem perspectiva nenhuma.

Do fundo do poço onde ainda me encontro, vejo mãos tentando me tirar, como minha prima Sammy e minha tia Stacy, mas não está funcionando.

Me fechei pro mundo! A saudade que sinto do Henry, meu filho amado, me mata aos poucos e não sei como sair desse lugar escuro.

Há anos a Sammy vem tentando me convencer a abrir meu próprio negocio e sair da empresa que estou desde meu primeiro período na faculdade.

Faculdade essa que só terminei com a ajuda dela. Ela tem sido meu porto seguro! Meu anjo da guarda! Quando tudo aconteceu faltava apenas 2 períodos para acabar meu curso de designer de interiores e foi ela quem praticamente finalizou para mim.

Mas se for pensar bem, não é pra isso que servem os amigos? Ficarem juntos na tristeza e na alegria. Eu faria tudo o que fosse preciso para vê-la feliz e sempre foi assim.

Desde nossa infância que somos grudadas como duas siamesas. Ela tem um ano a menos que eu e por isso nossa conversa sempre flui bem.

- Princesa, eu estava conversando aqui com a tia Donna, que seria legal nós irmos almoçar lá. O que acha?

Sammy pergunta mostrando o celular me, trazendo de volta a realidade, mesmo ela não concordando com isso.

- Quem sabe um dia?!

Respondo me levantando da cama, tentando fugir dessa repetitiva conversa.

- Não pode evitar a tia por muito tempo. Uma hora você vai ter que ir. Ela disse que está com saudade e está me mandando várias mensagens.

Sammy fala sabendo que esse assunto é extremamente delicado pra mim.

- Ela disse que tudo era culpa minha. Que se meu filho estava morto era consequência da minha escolha em ficar com o Dylan. Disse isso aos gritos bem no dia que enterrei meu filho. Que mãe diz isso???

Falo já chorando e ela me abraça também em lagrimas.

Minha mãe e eu nunca nos demos bem. Sempre tivemos brigas por ela achar que, já que não somos ricas eu preciso me juntar a pessoas com dinheiro, mas piorou quando fui morar com o Dylan. Ela dizia que ele não era bom pra mim por ser pobre, mas eu o amava e era só o que importava. Decidi que essas brigas com ela estavam me fazendo mal e preferi me afastar.

Quando o Henry nasceu decidi fazer faculdade, pois se queria dar o melhor pro meu filho teria que ser alguém na vida. E foi quando tudo começou a desandar na minha vida.

Os ciúmes do Dylan o fizeram apagar o gentil e doce marido, dando lugar a um péssimo parceiro. Sabe quando você pensa que tudo é uma má fase e logo vai acabar? Era o que eu pensava!

Dizem que filho não segura marido, mas no meu caso segurava, sim. Eu o amava, mas se ainda estava com ele era pelo nosso filho. Quando o vi entrando em um motel com duas mulheres, foi a gota dágua para mim.

- Está pronta?

Sammy pergunta limpando as lágrimas e fazendo o mesmo concordo com a cabeça.

- Sua ideia é um tiro no escuro. Você já conversou com o corretor imobiliário e o valor que ele quer pela loja é um absurdo.

Meu RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora