Cap. 62- Aceita trabalhar pra mim?

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-Você está com inveja dele.

Brinco enquanto tomamos café da manhã, após ele falar que vai trabalhar em pleno sábado e eu vou passar um tempo com o Oliver. Antes de me encontrar com o meu sobrinho, marquei de ir tirar as medições da sala de tv de um novo cliente, já que isso é bem rápido e depois ficarei livre.

-Aquele menino é uma figura! Antes de ir embora ontem, ele disse que ia vigiar os homens para não darem em cima de você. -Fala e rio imaginando a cena.

Com uma colher, ele pega o mousse de chocolate que a Dora fez e põe na minha boca, me agraciando com o maravilhoso doce.

Dora é uma mulher muito gentil e que foi contratada em tempo integral pra nos ajudar em casa, facilitando minha vida com os serviços do dia a dia. Um mês já passou desde o acontecido com a Kim e realmente ela não apareceu mais, para o nosso alivio.

Saímos de casa juntos após nossa higiene e ele fez questão de me levar até a casa do novo cliente, que é um grande empresário de varias lojas de reformas e decoração.

-Se precisar de alguma coisa me liga que eu venho te buscar e aproveita a tarde livre pra ligar para a cerimonialista.

Fala sendo fofo e lhe dou um beijo de despedida. Só após me identificar na portaria e liberarem minha entrada que o Thom foi trabalhar e sorrio toda boba em receber essa atenção.

-Bom dia, senhor Cader! -Falo para meu cliente assim que vem me receber na sala.

A área proposta para o projeto é uma sala de estar. Deixando-me livre para trabalhar com os materiais que eu achar melhor, já que seu ramo de trabalho é muito propício para tal e isso é o sonho de qualquer designer.

Olho a sala com atenção e já vou falando as idéias que estou tendo para o local, fazendo um grosseiro esboço no papel para que entenda. Tudo estaria lindo se não fosse as cantadas que recebo vez ou outra. Não é nada agressivo ou ofensivo, seria até lisonjeiro ouvir se eu não estivesse amando.

-Ótimo projeto! Se continuar nesse nível, irei contratar seus serviços para o restante da casa.

Fala mostrando o sorriso, nada que me tire o ar como o do Thom.

-Obrigada, senhor!

Respondo ao elogio de um jeito formal, mesmo ele não tendo idade para ser chamado de senhor. Com cabelos loiros e pele branca, ele finge se ofender por ser chamado assim.

-Não precisa me chamar de senhor Mellissa, ainda tenho 37 anos. Pode me chamar de David ou por Cader.

Fala seu nome e sobrenome sorrindo e concordo com um "tudo bem, Desculpa!"

-Você é sempre tão séria assim ou é só comigo?

Pergunta enquanto estou abaixada, olhando um detalhe na parede que parece precisar de uma pequena reforma. Agradeço mentalmente a Deus por ter vindo de calça jeans e blusão também jeans, que tampa minha bunda, já que ele está sempre atrás de mim.

-Eu costumo ser mais descontraída que isso, mas estou concentrada no projeto. Se eu errar, vai dar tudo errado.

Falo medindo a parede que vai ser o destaque da enorme sala.

-Entendo! É muito bom lidar com pessoas que prezam o profissionalismo. Na minha empresa está faltando pessoas assim. -Fala sentando na banqueta do barzinho.

Meu RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora