Cap. 28 - Eu acredito em você!

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- Quer que eu vá com você?

-Obrigada pequena, mas preciso resolver isso sozinha.

Visto calça jeans, blusa de alcinha e tênis. Faço rabo de cavalo em meus cabelos e abro o guarda roupa pegando tudo que acho importante para usar na conversa com ele.

-Não se esqueça que ele está muito magoado, as palavras dele podem vir cortando a alma. Ok?

- Eu sei! Vai ser difícil, mas eu preciso tentar.

-Qual é o plano?

- Vou entrar no apartamento dele de surpresa e espero que ele ainda não tenha impedido minha entrada com o porteiro.

- Boa sorte!- fala e beijo seu rosto.

Saio de casa com os olhos inchados de tanto chorar e pego um taxi até o prédio dele. Dentro do carro continuo chorando e ensaiando mentalmente o que vou dizer.

Já está de noite e imagino que ele esteja em casa, espero que sozinho para que a surpresa não seja para mim.

Chego até seu luxuoso prédio cumprimentando o porteiro com um sorriso e como pensei, ele ainda não me bloqueou. Entro no elevador digitando a senha, nervosa com reação do Thom em me ver dentro da casa dele e acabar me expulsando.

As portas se abrem e está tudo escuro. Ando silenciosamente em direção ao corredor e vejo a luz do quarto dele acesa por debaixo da porta fechada, assim como ouço o som de uma música calma.

Meu coração dispara ainda mais acelerado e devagar eu abro a porta, o vendo deitado só de cueca box, com os olhos fechados enquanto escuta a música.

Ele abre os olhos e fica surpreso em me ver parado a sua frente.

-O que faz aqui?

Pergunta se levantando da cama e eu percebo que seus olhos estão vermelhos.

- Eu vim conversar com você.

-E quem disse que eu quero conversar? Pode ir embora.

- Me dá um tempo pra eu conversar com você? Por favor! -Falo segurando a vontade de chorar e ele respira fundo pensando se deixa ou não.

-Seja rápida!

Fala e várias coisas vem a minha mente do jeito que ensaiei dentro do taxi, mas olhando em seus olhos vermelhos, sei que ele também está sofrendo. E parte disso é minha culpa.

-Eu devia ter sentado com você, quando me pediu para ser sua namorada de verdade, para uma conversa. Eu iria ter explicado tudo com calma, mas pretendo fazer isso agora.

-Sempre fiz terapia num grupo de apoio e que é de graça. Não preciso pagar por consultas e nem nada parecido.

Falo sentando no banco acolchoado do quarto, o mesmo que fizemos amor.

-E por que ela me disse que o dinheiro seria para as suas consultas, que está cheia de dívidas com psicólogos?

-Ela é ambiciosa e seus pensamentos sempre estão voltados a uma única coisa: dinheiro! Mas graças a Deus eu não sou como ela.

-Quando você me fez a proposta, eu vi uma chance de recomeçar e quis assinar o mais rápido possível antes que eu desistisse, assim eu iria ter contato com outras pessoas nem que fosse obrigada. Nunca foi pelo seu dinheiro ou pela loja.

Falo e ele continua em pé do outro lado do quarto.

-Fazia muito tempo que eu não me relacionava com mais ninguém ou ao menos tinha qualquer conversa sobre algum assunto pessoal. Me limitava ao essencial com as pessoas do trabalho ou o grupo de apoio que eu frequento 3 vezes na semana. Tudo muito limitado.

Meu RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora