∞ Capítulo 111 - Riley ∞

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É perturbador e completamente assustador ficar sozinha com meus pensamentos, quando eles atacam, normalmente Shawn está ao meu lado para me proteger de mim mesma, mas as nossas brigas estão se tornando frequentes e eu temo que tudo que estamos construindo seja destruído por minha culpa e da minha ansiedade.
Quando finalmente saí do quarto, Shawn não estava no corredor, fui andando pelo corredor até chegar no outro quarto, aonde vi a cama vazia e arrumada da forma que deixei, algumas roupas estavam remexidas e essas roupas são do Shawn.
Olhava para a cama e a primeira coisa em que se passou pela minha cabeça foi dos momentos bons que tivemos aqui, acabei sorrindo porque Shawn não deixa nenhuma briga nossa se estender no nosso quarto.

A ansiedade está acabando comigo, eu sei disso.

Ouço alguns passos vindos do corredor e então olho para a porta. Shawn estava com as bochechas coradas e assim que me viu recuou, mas então eu o chamei.

— O que foi?

— Podemos conversar?

— Tem certeza que está pronta para conversar?

— Eu... Acho que sim.

— Diga.

— Quem na verdade tem que me dizer alguma coisa é você, já que você me deixou sozinha e foi para uma festa sem me avisar.

— Riley, agora que fiz isso não tem como voltar atrás.

— Você ficou com alguém?

— Não está me perguntando isso!

— Por favor, responda.

— Eu amo você, Riley. Apenas você. Por que eu faria isso com você?

Por que estou duvidando dele?

— Eu fui a festa mas como estava chata, eu voltei. Podemos parar de falar nessa maldita festa?

— Tudo bem... — levanto da cama e pego minha blusa de frio.

— Aonde vai?

— Sair.

— Caralho, Riley. Me diz que porra que eu estou fazendo de errado?

— Shawn... E-eu não sei! Me deixa! — grito e levo minhas mãos ao meus cabelos.

— Fica aqui. — ele segura em meus braços e começa a sacudi-los — Eu não vou te deixar, entenda isso!

— Me solta! — me solto de seus braços e vou caminhando o mais rápido que eu posso no corredor.

Eu realmente não estava me sentido bem perto do Shawn.

— Ry, por favor, não vá embora.

Ele diz quando minha mão está na maçaneta, porém resolvo não escutá-lo. Minha ansiedade estava falando mais alto do que eu neste exato momento, ficar perto do Shawn apenas vai fazer que isso se torne pior.

Está fazendo o Shawn perder o tempo dele com você. Você é tão ignorante que somente olha para seu próprio problema.
Tento silenciar esta maldita voz em minha mente, mas eu nem sempre consigo e acabo acreditando nela.
Saio correndo pelo corredor e quando entro no elevador, encaro o Shawn que estava no corredor.

— Ry. — vejo sua boca sendo gesticulada.

— Me desculpa.

Comecei entrar em desespero e sabia que estava tendo mais um ataque de ansiedade. Estava com as chaves do meu carro, então quando cheguei no mesmo, liguei ele e saí com ele.
Ligo o rádio e estava tocando uma música melancólica então permiti que tocasse enquanto me culpava pelo o que acabei de fazer. Parei meu carro três ruas de aonde está localizada a minha casa, aonde deveria estar agora.
Era noite já, e eu estava em uma rua na qual eu não conhecia direito, estava chorando horrores em meu carro enquanto ouvia uma música melancólica.

Eu sei que é culpa minha, deveria ter encerrado o assunto, porém eu prossegui com a discussão, Shawn não queria isso mas eu quis. Estou dando motivos e razões para ele ir embora.

Meu telefone não parava de tocar, porém eu não iria atender, parecia que eu havia entrado em um estado na qual nem eu conseguia identificar. Sei que estou tendo um ataque de pânico, mas sei que não terei ajuda agora já que me afastei. Devo encarar de que o Shawn não é uma ameaça para mim, ele apenas quer o meu bem. Será?

Fechei meus olhos o mais forte que conseguia e tapei meus ouvidos, dizendo para mim mesma para que a ansiedade fosse embora.

— Vai embora, por favor! Eu quero ter a minha vida de volta. — digo voltando a chorar.

...

Perdi a noção do tempo em que eu fiquei no carro tentando me acalmar, ainda começou a chover em Chicago e ver a chuva dentro do meu carro me tranquilizou.
Sentia que estava pronta para voltar para casa, ou o que eu acho que seja assim...

Levou cerca de alguns minutos até chegar no prédio. Subi lentamente as escadas até chegar no apartamento.
Assim que fecho a porta, Shawn estava sentando no sofá com os olhos vermelhos, seus dedos estavam machucados e roxos e uma garrafa de whisky ao seu lado. Me afasto e ele olha para mim.

— Não vá.

— Shawn...

— Tem noção do quanto eu fiquei preocupado com você?

— Eu...

— Eu pensei que você tinha me deixado. Das duas formas. Por isso eu bebi, para esquecer que você tinha me deixado.

Ele está bêbado por isso está me contando tudo o que está sentindo neste exato momento, faz sentido, Shawn se estivesse sóbrio não me diria isso. Na verdade, ele não diria nada.

— Ry, você sabe que eu não corro atrás de ninguém! Que se quer me importo com os outros, não faça mais isso porra!

— Vai me culpar?

— Claro que não, caralho. Vem aqui! — ele abre os braços e eu corro até seus braços e então o abraço bem forte. — Não sabe o medo que fiquei. — ele acaricia minhas costas e beija sem parar minha bochecha.

Shawn ficou com medo de me perder. Ele ficou com medo de me perder. Ele ficou com medo de me perder. Ele me ama, ele me ama.

— Desculpa.

— Eu entendo que foi a ansiedade. Vontade de socá-la até ela nunca mais voltar para te assustar. — começo a rir e ele também.

— Infelizmente, ansiedade não é uma pessoa.

— Se fosse eu pegava ela na porrada para não assustar minha princesa.

Ele apenas está dizendo isto porque está bêbado, ele se quer filtra o que está dizendo. A ansiedade não vai me atacar, não agora. Eu estou em meu refúgio e estou abraçada com ele e ele está me beijando e dizendo coisas bastante meigas, não darei ouvidos à ela.
Olho para o Shawn e meu coração se tranquiliza. É com ele que eu deva estar, assim que senti seus dedos acariciando os meus, abro um sorriso e ele abre uma pequena brecha de sorriso para mim.
É com ele que me sinto sã e salva; por mais de seus erros — na verdade, nossos erros — apesar dele ser explosivo, ele está aqui por mim. E eu o amo. Me sinto em uma tarde de verão com ele, uma sensação de livro novo, cada dia construímos um novo capítulo em nossa história e ele me mostra coisas na qual eu jamais pensei conhecer. Ele me esperou aqui, está me ajudando agora.

— Eu te amo. — digo.

— Eu te amo.

— Quero ir para cama.

— Vamos...

Ajudo ele à ir para cama, já que ele estava bêbado e quando chegamos dentro do quarto, ele se joga na cama e logo se cobre com a coberta.
Certifico o apartamento, se tudo estava trancado e vou para o quarto.
Deito ao lado dele e fico acariciando seu rosto.

Quando Shawn está bêbado é o momento no qual ele fica mais distante de mim, com excessão de hoje, ele usou a bebida para esquecer o problema e quando eu voltasse ele tivesse coragem de dizer tudo o que estava sentido. Ele se abriu para mim, sei o quanto é difícil e doloroso para ele fazer isto.

Obrigada por não desistir de mim. Prometo voltar à me cuidar.— beijo sua bochecha.

Shawn mexe com as mãos como se estivesse espantando algum mosquito e eu sorrio com isso.

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