5- Satã em pessoa.

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Addison Montgomery

Londres,

8:00

E lá estava eu andando pelos corredores da faculdade com objetivo de chegar na minha próxima sala com exatos 30 minutos de antecedência.

Havia forçado minha mente a esquecer do ocorrido da noite anterior, porém como já se é de esperar... Não aconteceu .

Chego na sala de aula e dou de cara com Grey, sabia que era ela, mesmo de costas, aquelas medeixas loiras a entregavam descaradamente.

- Bom dia - cumprimentei-a formalmente sem realizar contato visual, e por mais que a vontade de rir da situação na qual eu me encontrava agora fosse grande, meu mal humor matinal diário quebrava toda a graça existente na piada.

- Bom dia! - disse sorrindo.

Sentei-me em minha cadeira e comecei a ler um romance clássico cliché. Nunca havia vivido um, e nem acreditava em que isso poderia existir.

O negócio para mim era sexo e sempre foi. Sexo sem compromisso. Pra que melhor? Pra que me amarrar a alguém sendo que posso ter quem eu quiser numa cama comigo?

Por mais que o meu ego egocêntrico me dissesse isso... Eu sentia a mínima curiosidade de viver um romance, mas nada tão aguçado capaz de fazer-me procurar por um.

E, como eu disse antes, para que isso acontecesse, eu precisava me apaixonar, amar, ou sei lá, e eu não acreditava em nada disso.

Amor, paixão... Isso é tudo ciência. Efeitos colaterais de um bom sexo. Ilusão mental. Os meus estudos me mostravam cada vez mais em que eu estava certa. Amor não existe.

- Você não parece ser uma pessoa que gosta de clichês Montgomery. - e mais uma vez ela consegue tirar-me de todos os meus pensamentos e atrair minha atenção para si.

- Na verdade eu gosto de tudo, Grey. Para mim, tudo que é arte ganha minha atenção.

- Humm... Já li essa livro, é realmente uma história de amor linda! - disse sorrindo, merda. Esse sorriso dela...

- Você acredita nessa estórias Grey? Sério? - sussurrei com o meu melhor tom de ironia.

- Você não? - disse desafiadora.

Não tive tempo para responde-la, Derek apareceu na porta da sala, como sempre, atrapalhando tudo.

- Desculpe atrapalhar... Mas... Addison? A reitora está a sua espera.

- Diga a ela que estou ocupada! - disse rude. O que diabos Marina queria uma hora dessas?

- Ela... Realmente precisa...

- Quando acabar minha aula irei lá. Agora se me der licença, estou discutindo literatura com a minha aluna!

- Você está sempre de mau humor é?

- Só quando me enchem a paciência fazendo-me perguntas retóricas sem pretensão de chegar a lugar algum - respondo já sem paciência.

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