26- O melhor de mim.

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Addison

Dar lugar a Meredith na minha vida era uma tarefa realmente difícil. Eu não queria vê-la machucada, eu sou uma granada que está sempre prestes a explodir. Carrego tanta coisa dentro de mim que não seria justo dar este peso a ela também.

Mas por outro lado... Meredith foi a única em que conseguiu me trazer o melhor de mim, o meu melhor eu que eu nem sabia que ainda existia.

Quando estou perto dela um ar de bondade paira sobre mim e eu não consigo fazer nada a respeito, a não ser me deixar ser curada por ela.

Ainda não sei como tudo isso ficará, já tenho algumas coisas em mente mas não quero me preocupar com isso agora. Quero esvaziar minha cabeça e tentar relaxar pelo menos uma vez dentro de todos esses anos.

- Ei, no que está pensando? - a mesma me perguntou deitada ao meu lado. Tivemos um dia incrível. Passeamos pela cidade, conhecemos lugares incríveis e chegamos no hotel por volta das 20:00.

- Em nada - a beijei me aconchegando mais em seu corpo.

- Vamos fazer um combinado? - Perguntou jogando uma de suas pernas por cima da minha cintura.

- Hum, Qual? - acariciei seu rosto.

- Vamos tentar ser verdadeiras uma com a outra? - perguntou claramente nervosa com a minha reação.

Sorri.

- Ok.

- Ok?

- Sim, Ok.

Ela sorriu.

- Eu quero fazer isso dar certo, Mer - beijei a ponta do seu nariz.

- Eu estou sonhando?

- Não, você não está.

- Quem diria que Satã pode ser fofa.

- Eu só soube que sou chamada assim porque você me disse, acredita?

Ela riu.

- Todos morrem de medo de você.

- Humm - desviei o olhar.

- O que foi?

Pensei um pouco.

- Você tem medo de mim? - Perguntei receosa. Me doeria tanto saber que ela tem medo de mim.

Ela franziu o cenho.

- Não, nunca tive.

- Não?

- Não, você já me intimidou, mas medo eu nunca tive.

Me calei.

- Você vai dar palestra amanhã?

- Sim, sobre literatura brasileira.

- Você realmente gosta de literatura brasileira.

- Sim! É tudo tão... Diferente do que estamos acostumados... É verdadeiro, mágico, poético.

- Concordo, apesar de só conhecer Mia Couto e Clarisse Lispector.

Eu sorri triste com a lembrança da minha mãe.

- O que foi?

- Nada.

Ela franziu o cenho.

- O que acabamos de prometer, Montgomery?

Suspirei.

- Você me faz lembrar a minha mãe, só isso.

- Isso é bom?

Discovering LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora