55- A verdade.

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Eu juro que estava esperando por esse momento. Para fazer aquela piadinha de: vocês estão prontas, crianças? Mas eu juro para vocês. Eu não tenho estruturas nenhuma para fazer essa piada, porque esse capítulo não cabem piadas.

Esse foi o capítulo mais difícil em que eu já escrevi em toda a minha vida. Espero que vocês consigam imaginar cada cena do jeito em que foi descrita.

Obrigada por terem paciência comigo hoje. Eu realmente fiquei o dia e essa madrugada inteira para escrever, pois eu não conseguia escrever uma frase sequer, pois sabia o quão forte esse capítulo seria.

Espero que agora vocês entendam a Addison e parem de a julgar.

Preparem os lencinhos e boa leitura♥️

Meredith

O olhar de Addison mudou novamente, a dor era visível a qualquer um que visse, Addison estava saturada, eu sabia disso. A mesma se virou de costas novamente. O silêncio pairava por aquela sala. Ela parecia procurar forças de onde não tinha para falar. Por um momento senti vontade de desistir, porque vê-la daquele jeito me doía, mas logo me repreendi, ela precisa falar disso, o que quer que seja, com alguém.

Eu fui até a mesma e a abracei por trás, beijando suas costas. Tentando a encorajar.

Por um momento pensei que Addison fosse desistir, quando a mesma sussurrou para si mesma em um fio de voz.

- Por onde eu devo começar?  - a mesma parecia perdida.

- Por onde você quiser, meu amor - falei encostando minha testa em suas costas.

- Eu, Amélia e minha mãe éramos agredidas por ele, todos os dias, nós éramos espancadas por ele - meu coração se apertou - Eu... Não consigo me lembrar de uma época da minha infância e adolescência em que isso não acontecia. Era constante - ela suspirou - Nós... Éramos felizes, nós três, juntas, mesmo que... No fim do dia ele chegasse em casa bêbado e batesse em todas nós, nós éramos felizes, porque ninguém conseguia ficar triste com a minha mãe do lado. Ela sofria todos os dias nas mãos dele. Ela... - senti sua voz chorosa, e por um momento eu quis parar aquilo tudo, mas ela continuou - Ela era estuprada por ele praticamente todos os dias... - Meu coração se apertou e as lágrimas já se faziam presentes em meu rosto.

- O Thomas era o nosso salvador. O nosso herói. Ele sempre vinha e levava eu e Amélia para New York. Aquela casa era o meu lugar favorito no mundo - Agora está explicado o porquê ela tinha um quarto todo para ela lá - O... Capitão odiava Thomas, ele o odiava com todas as forças, eu nunca soube o porquê, até um dia desses. Thomas e minha mãe foram noivos por muito tempo, eles... Se amavam, eram apaixonados. Mas então alguma coisa aconteceu e tudo acabou. E aí ela achou o capitão. Ele era bom em enganar, sempre foi. E ele soube fazer isso com ela. Ela achou que ele era o amor da vida dela, e então se casou com ele. Mas pouco tempo depois do casamento ela descobriu o monstro com quem havia casado. Então ela procurou Thomas. Eles tiveram um caso. Mas então ela terminou com ele sem mais nem menos, provavelmente o capitão havia descoberto, e ela estava grávida de mim, porque ela era estuprada por aquele homem. Ele odiava a todos ao seu redor.

- Mas o que ninguém percebia era que o alvo dele era eu. Ninguém percebia isso, mas eu percebia. Quando ele estava sóbrio... O que quase nunca acontecia, ele era uma pessoa totalmente diferente. Parecia uma pessoa boa. Ele trazia coisas para mim, brinquedos, dinheiro, comida... Mas o alvo dele era eu, e eu sabia disso. Ele sempre me odiou com todas as forças, até... - ela vacilou - A minha adolescência. Nesse período ele começou a ficar estranho. Eu o odiava, com todas as minhas forças, tudo que eu queria era matá-lo. E eu deixava isso bem claro, o que fazia ele me odiar mais ainda.

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