19- Desprezível

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Meredith

Estava andando pelos corredores do campus, totalmente dispersa de tudo ao meu redor, pelo simples fato de estar atrasada para aula de Addison, em linguística, quando ouço meu nome, me viro de imediato recebendo um sorriso caloroso de uma das professoras, Miranda Bailey.

- Meredith!
- Ah, olá, senhora Bailey.
- Podemos conversar?
- Pode ser mais tarde? Estou realmente atrasada agora para aula de linguística.
- Ah, sim, claro! Sabemos bem como é a nossa querida Montgomery, pode ir, encontro você mais tarde na cafeteria, certo?
- Sim senhora, tenha um bom dia - disse já correndo para chegar a sala.

- Bom dia, atrasadinha - Karev me cumprimenta em frente a sala, já entrando.
- Vá se ferrar, Karev!
- Qual é? Está de mau humor porque ainda não viu a sua Satã?
- Pare de a chamar assim! - sussurrei para o mesmo já entrando na sala, tendo o olhar frio de Addison sob mim, um arrepio nada bom percorre meu corpo. Ela estava estranha.

- Me desculpe sen...
- Atrasados! 15 minutos! Não me faça ouvir suas desculpas, senhorita Grey, isso não irá recompensar seu atraso! - a mesma me advertiu, em um tom de voz rude.
- Sim senhora.
- Como ia dizendo... É com isso que iremos trabalhar este semestre, a forma de como as palavras transformam nossas vidas, quero um compilado de textos sobre isto, vocês irão passar as férias fazendo isto, nada de internet, os livros serão a vossa única forma achar estes textos. Por isso aqui vão algumas obras pelas quais vocês devem começar - Addison não me parecia bem, sua voz estava ainda mais rouca e grave que o normal, a mesma estaria em mais um de seus dias de mau humor?

Eu me sentei e abri meu caderno rapidamente anotando tudo que estava no quadro, antes da mesma apagar e escrever novamente.
A aula passou-se rapidamente, faltavam apenas 5 minutos para terminar e Alex insistia em encher o saco.

- Meredith - o mesmo sussurrou me jogando uma bolinha de papel.
- Que? - respondi sem paciência, por ser a 3° vez em que ele me chama.
Ele fez um sinal para que eu olhasse a bolinha.

"Sentiu a sala mais quente? É o ódio de Satã irradiando este recinto"

Involuntariamente eu ri ao ver um desenho de Addison com chifres e fulminado de ódio.

- Idiota! - sussurrei para o mesmo rindo.

- Senhorita Grey! - eu estremeci. A mesma estava do meu lado, trato de amassar o papel e enfiar no bolso da minha calça, e... Droga! O papel caiu no chão e Addison foi mais rápida que eu. A mesma pegou a bolinha de papel e enfiou no bolso da sua calça.
- Pode compartilhar conosco o que é tão engraçado?
- Apenas... Não é... Nada! - disse nervosa - pode me devolver meu papel? - sussurrei para a mesma.
- Não, não posso.
- Por favor...
- Se acontecer novamente não exitarei em colocá-la para fora da minha sala! Creio que não está aqui para brincadeirinhas, porque caso esteja, acho melhor voltar para escola, senhorita Grey!

Eu não a respondi, por sorte o sinal bateu e com ódio me levantei da minha cadeira pegando todas as minhas coisas e enfiando dentro da minha mochila, enquanto todos já haviam saído, eu ia saindo também.

- Não liberei você.
- Creio que não precise fazer isso! - respondi sentindo o ódio correr pelas minhas veias.

Então é isso? Ela me levou para cama, e agora está me maltratando por tal feito!?
Sinto sua mão extremamente gélida entrar em contato com meu braço e seu perfume invadir minhas narinas, me xingo internamente por amar ele, e consequentemente amar essa mulher.

- Acho que está se esquecendo de quem manda aqui, não é senhorita Grey?
- Você não manda em mim, senhora Montgomery! Nem em seus sonhos! Solte-me agora!
- Não teste minha paciência, Meredith Grey! Não é porque te levei para cama que isso significa que você pode fazer o que quiser na minha aula.
- Você é uma idiota, Addison! Eu não preciso das suas regalias, elas não valem nada pra mim! Pare de achar que o mundo gira entorno de você, porque ele não gira! Ainda mais entorno de uma pessoa tão cretina e covarde igual a você! Agora ou você solta a droga do meu braço, ou eu vou gritar!
- Covarde? Pelo que, exatamente? Por não sentir nada por você e não superar suas expectativas? Me poupe, senhorita Grey!
- Me solta!

Sem me soltar, Addison tateou o bolso da sua calça e retirou o papel amassado, abrindo-o logo em seguida.
A mesma riu, uma risada sarcástica.

- O mundo não pode girar entorno de mim, mas você gira!
- Vache! Maldita hora que eu comecei a ter sentimentos por um monstro como você, Addison Montgomery! Eu realmente não sei qual outro ser humano tão idiota como eu possa amar uma pessoa tão desprezível quanto você - sinto as lágrimas molharem meu rosto - Me solte! Agora! - gritei.

Ela me lançou um olhar gélido e escurecido que me fez arrepiar, e logo soltou meu braço, seus olhos estavam pretos de raiva, saio dali rapidamente sentindo as lágrimas molharem meu rosto.

- Mer! Espera! - Alex me alcança - aquilo tudo foi culpa minha, me desculpe...
- Está tudo bem, ela é uma babaca, agora eu preciso ficar sozinha, por favor...
- Tem certeza?
- Absoluta, apenas me deixe.
- Okay.

Saio do campus sentindo-me uma otária. Por que? Me diz! Por que eu tinha que me apaixonar logo por essa mulher? Por que eu me entreguei a ela tão facilmente? Estava na cara! Estava estampado na merda da minha cara que ela faria isso! Ela me conquistou, me levou para a cama, e agora me destrata! Você é uma burra, Meredith Grey! Uma burra!

- Senhorita Grey? - ouço a voz de Bailey me chamar.
- Senhora Bailey, podemos conversar amanhã? Me perdoe mas... Tive alguns problemas e preciso ir para casa - disse limpando as lágrimas que caiam por minhas bochechas.
- Você está bem? Aconteceu alguma coisa?
- Eu só... Preciso ir para casa, não poderei comparecer a sua aula hoje, me desculpe, prometo fazer a aula pelo portal, eu só preciso ir para casa.
- Sim, sim querida! Descanse! Amanhã conversamos, okay?
- Obrigada - sorri para a mesma.

Chego em casa sentindo-me exausta, começo a amaldiçoar a hora em que achei que Londres seria melhor para mim em termos de vida, se eu estivesse em Paris... Não teria me apaixonado pela minha professora babaca e não estaria tão mal quanto estou agora. As vezes eu queria ser igual a Addison e ser intocável, sem sentimentos, sem paixão, sem toda essa merda que só me faz afundar mais e mais. Algumas vezes, como agora, eu queria ser igual a babaca da Addison. Acabo por me livrar destes pensamentos, eu realmente não queria. Não amar e não dar o direito de ser amada? Isso é fora de cogitação!

// Hey babys! Olha quem apareceu? Só quero dar um aviso: preparem os corações para o próximo capítulo e não me matem se eu sumir. Ily❤️

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