66- Você é doente!

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...

Sinto tudo ao meu redor parar. O mundo para de girar por um momento e em outro ele parece capotar. Me apoio na mesa depois de quase cair para trás. Sinto minha respiração não obedecer mais aos meus comandos. Meu mundo desaba.

- Apenas ouça, não diga nada, e não ouse contar isso para ninguém, entendeu? Se não eu mato essa sua francesinha!

NÃO!

- Eu quero que você venha para a nossa casa, entendeu? E não ouse a dizer um pio para o seu papai e muito menos á policia, entendeu?

Sinto tudo ao meu redor desaparecer. As lágrimas molhavam meu rosto e eu nem sequer percebia elas descendo.

- Quero você aqui em 15 minutos, caso contrário... - ele desligou.

- Addie, vamos! - sinto Thomas me puxar levemente pelo braço. Limpo meu rosto e me viro.

- Eu... - sinto minha voz falhar - Eu... Preciso ir.

- Como assim? Estamos no meio da entrevista!

- Eu preciso ir! - falei pegando minha bolsa e saindo. Thomas veio correndo atrás de mim.

- Addison!

- Eu preciso ir, Thomas!

- O que aconteceu, minha menina? O que aconteceu?

Suspiro. Eu tinha que tentar tirá-lo do meu caminho. Deus sabe o que o capitão poderia fazer com ele. Eu não aguentaria. não aguentaria perder Meredith e muito menos o meu único pai. Eu não poderia arriscar.

- Thomas, eu não sou sua filha, ok? Não se meta na minha vida! - falei vendo as portas do elevador se fecharem. Encosto na parede do mesmo e, sem mais conseguir ficar em pé, escorrego na parede, as lágrimas descem descompassadas do meu rosto, meu coração palpita forte dentro do peito. Meredith. Minha Meredith. Ele estava com ela.

Vejo meu celular apitar e tremendo o pego. Era uma imagem. Na hora meu coração se quebra. Sinto tudo parar novamente.

Meredith estava amarrada e amordaçada em uma cadeira. Com uma arma apontada para o seu rosto, a mesma chorava.

Vejo as portas do elevador se abrirem e pela primeira vez sinto-me desequilibrar encima dos meus saltos, ao levantar. Tudo rodava ao meu redor.

Vou correndo até o meu carro e dou partida no mesmo, pisando fundo no acelerador. Sinto-me tremer, minha garganta fechar totalmente, as lágrimas molharem meus olhos, fazendo minha visão ficar turva.

Dirijo com dificuldade até o local em que evitei todos esses anos. Estaciono enfrente a casa e saio do carro correndo.

Ouço meu celular tocar e o atendo.

- Entre com o seu carro.

- O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO, SEU FILHO DA PUTA!? QUE MERDA VOCÊ ESTÁ FAZENDO?

- Agora!

Desligo e passo a mão pelos meus cabelos. Entro no carro novamente e o enorme portão se abre, entro dentro da casa e sinto cada parte de mim doer. Cada memória piscar na minha mente feito luzes de natal. Saio do carro depressa e sinto um pano tampar minha boca, me debato inutilmente contra aquele corpo, e a última coisa em que escuto antes de apagar é:

- É tão bom ver você, meu amor.

...

Meredith,
Algumas horas antes.

- Meredith, tire 30 minutos de folga, hoje o dia está realmente cheio - Zack fala vindo até mim.

- Ah, é o meu segundo dia, não sei se...

Discovering LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora